Novas tecnologias dão novo ritmo ao mercado brasileiro de fôrmas e escoramentos
A desaceleração no setor de construção abriu uma concorrência acirrada entre empresas que investem na melhor qualidade de seus equipamentos
Em novembro passado, havia uma projeção positiva de especialistas e empresários do segmento latino-americano de fôrmas e escoramentos que indicava crescimento – especialmente no Brasil, onde as marcas mais tradicionais abrangem a maior parte do mercado. Porém, após dez meses, a realidade é outra: o que ocorre é uma desaceleração contínua no setor da construção. As perspectivas foram piorando ao término da última Copa do Mundo e na eminência das eleições presidenciais.
Em contrapartida, a quantidade menor de projetos está abrindo uma forte concorrência no ramo de fôrmas e escoramentos. A diversidade desses sistemas construtivos ainda é grande e inovações não faltam. Durante a Concrete Show 2014, ficou evidenciado o quanto as empresas estão dispostas a ofertarem tecnologias e serviços diferenciados para suprir essa demanda.
“Há expectativa de recuperação nas concessões da iniciativa privada (rodovias e aeroportos) e, se houver melhora na gestão da Petrobras, isso pode render boas perspectivas. A tendência é um incremento no uso de novas tecnologias que aumentem a produtividade dos canteiros, de forma a equilibrar a equação de custos de mão de obra versus rentabilidade dos projetos”, comentou o diretor de negócios da SH Fôrmas, Andaimes e Escoramentos Ltda., Marcelo Milech.
O porta-voz da SH também apresentou um levantamento da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) que mostra que ainda este ano, estão previstas 41 inaugurações de centro comerciais no Brasil. Um número significativo para reerguer, aos poucos, o setor de fôrmas e escoramentos.
Durante a feira, os visitantes puderam ver a Mesa Deslizante SH® em funcionamento. O produto foi lançado oficialmente na Concrete, porém já foi aplicado em uma obra brasileira. O equipamento foi utilizado nas obras do Shopping Vila Velha, no Espírito Santo, e Shopping Boulevard, em Vitória da Conquista. A empresa também lançou novas torres de alumínio para o escoramento pesado e também fôrmas para “shaft”, que servem para concretar pilares ocos ou caixas de elevadores.
Sirlei de Oliveira, especialista técnico da SH explica as etapas de execução com a Mesa Deslizante SH®. “As mesas são montadas no chão com toda a facilidade de acesso e sem nenhum risco de queda. Com a ajuda de gruas, elas são posicionadas em consoles montados nos pilares e permitem a concretagem. Depois que o concreto apresentar resistência suficiente e a protensão for realizada, as mesas se afastam da laje, abaixando os consoles reguláveis nos pilares. Em seguida, os apoios fixos recebem rolamentos de baixo atrito. Dessa forma, as mesas podem ser puxadas para a próxima concretagem: basta subi-las para o nível adequado e terminar o arremate entre elas”.
Inovações
A empresa SF Sistema de Fôrmas para Concreto também se posicionou com cautela em relação a movimentação no mercado desse ano, e não acredita numa melhora significativa. Porém, não falta energia para investir na qualidade e inovações tecnologicas dos produtos. “De modo geral, o uso desses equipamentos geram mais produtividade e permitam a mecanização mais intensa nos canteiros devido à escassez e ao encarecimento dos custos da mão de obra”, explica o gerente de projetos da SF, João Batista de Souza.
Durante a Concrete Show, a empresa mostrou a aplicação de fôrmas de alumínio da SF na construção de um edifício de 17 andares em Brasília-DF. O projeto foi executado em menos de quatro meses. "As fôrmas de alumínio da SF se diferenciam por uma série de inovações tecnológicas, como vigas telescópicas para montagem e nivelamento da laje e painéis de ciclo, além de algumas soluções que facilitam bastante a montagem e desforma como, por exemplo, os cantos de união, parede e laje serem chanfrados”, explica Thyago Henrique Soarez Diniz, engenheiro da Via Empreendimentos Imobiliários.
“O produto tem apresentado resultado extremamente satisfatório, não exigindo nenhum tratamento de estrutura após as concretagens, e com desgaste mínimo do equipamento”, completa.
Avanços latino-americanos
Na visão de muitos empresários e engenheiros entrevistados na Concrete, o Brasil ainda “engatinha” nesse segmento. Ainda são muitos canteiros de obras que se arrastam por falta de projetos e má execução, como aconteceu com alguns projetos para a Copa. Houve um excesso em algumas regiões, mais precisamente no segmento de construção residencial, e todo esse segmento passa por fortes ajustes, em especial nos lançamentos das construtoras de capital aberto.
Enquanto isso, o Chile é uma unanimidade citada pelos os especialistas, já que esse processo está muito mais evoluído do que nos demais países da América Latina, em padrões similares aos europeus, pelo longo histórico de abertura comercial do país. Outros países que obteve boas referências foi a Colômbia e Panamá, já que estão buscando otimizar os trabalhos para erguer novas edificações com tecnologia construtiva de ponta.
Colaboraram para esta matéria
- Marcelo Milech – diretor de negócios da SH Fôrmas, Andaimes e Escoramentos Ltda.
Hedil Junior – gerente financeiro da SF Sistema de Fôrmas para Concreto