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Novas tecnologias ditam o ritmo dos processos de pavimentação

Dosagem correta dos agregados, controle da temperatura da massa asfáltica, usinagem e eficiência dos equipamentos são fundamentais para cada etapa desse trabalho

Publicado em: 24/01/2014

Texto: Redação PE

No Brasil e na América Latina, a produção do pavimento asfáltico utiliza o concreto betuminoso usinado a quente, conhecido pela sigla CBUQ. Basicamente, ele é composto de material agregado e cimento asfáltico de petróleo (CAP), popularmente conhecido como betume ou piche, responsável pela coesão entre os agregados. Seu espectro de aplicação é amplo, e abrange desde um pátio de estacionamento de shopping center, passando por vias públicas, estradas vicinais e rodovias de tráfego intenso e pesado, até aeroportos.

A qualidade de produção dessa massa asfáltica começa pela usinagem. A eficiente secagem dos agregados e sua dosagem exata no preparo da massa são fundamentais. Outro aspecto imprescindível é a manutenção da temperatura correta, que – para o CBUQ-padrão – deve se situar entre 145°C e 155°C. Muito acima dessa faixa, as moléculas mais leves do CAP, responsáveis principalmente pela coesão entre os agregados, tendem a evaporar, comprometendo a qualidade e a durabilidade do pavimento.

A Ciber Equipamentos Rodoviários produz diversos modelos de usinas, com destaque para a linha de usinas contrafluxo Advanced. Versáteis, elas podem ser usadas nos mais variados tipos de obra. A capacidade de produção varia de 50 a 150 toneladas por hora. Pelo sistema de contrafluxo, os agregados ingressam no secador na extremidade oposta à do queimador. Isso faz com que o calor seja aplicado aos agregados gradativamente, proporcionando uma secagem uniforme e eficiente, além de baixo consumo de combustível por tonelada.

A linha Magnum de usinas da Terex também incorpora a tecnologia do contrafluxo, e, segundo a empresa, o maior diferencial da máquina é o misturador externo rotativo. Esse sistema permite que sejam respeitadas as propriedades dos diferentes materiais envolvidos no processo de mistura, garantindo o perfeito recobrimento dos agregados, mesmo os de maior tamanho, formando uma película de espessura uniforme.

Compactação de solo

Esse é um processo preliminar da pavimentação asfáltica, realizado em três etapas. Primeiro ocorre a execução do subleito, normalmente aproveitando elementos do solo local. Em seguida vem a sub-base, que consiste na deposição de cascalho ou argila sobre a camada anterior, variando de acordo com o plano de compactação. A última etapa é chamada de base. Trata-se da aplicação de uma nova camada sobre pedra ou cascalho.

As três etapas precisam ser muito bem executadas e compactadas a fim de não comprometer a qualidade da pavimentação asfáltica que se seguirá; por isso, a boa performance dos compactadores de solo é decisiva. Dependendo do tipo de terreno no qual a operação se desenrola, a patinação do equipamento é um dos desafios mais comuns na compactação do solo.

Compressão do pavimento

Na sequência, entra em cena o comboio de compactação, formado por um compactador de pneus e outro de cilindro. A função desses equipamentos é a compressão do pavimento, portanto eles são definidos pelo peso. A Bomag dispõe ao mercado compactadoras de pneus BW 24R e BW 27H, ambas lastreáveis, isto é, que podem ter seu peso aumentado por meio de lastro (areia úmida). A primeira, com motor de transmissão automática, tem peso de 7,5 toneladas, podendo chegar até 24 toneladas com adição de lastro. A segunda, com motor hidrostático, tem peso que varia de 13 a 27 toneladas com lastro.

Já o peso da linha de compactadores de cilindro varia de 1,5 a 18 toneladas, com destaque para os modelos BW 141 e 161, carros-chefes nas vendas. O BW tem 8 toneladas, cilindro com largura de 1,5 metro, e produtividade de 210 toneladas por hora. O BW 161 tem 11 toneladas, cilindro com largura de 1,68 metros e produtividade de 250 toneladas por hora. As diferenças de largura e produtividade fazem a primeira mais indicada para obras urbanas e a segunda, para obras rodoviárias.

No Brasil, por uma questão cultural, ao contrário do que ocorre na maioria dos países de clima frio, a compactadora de pneus, que tem também a função de acabamento, antecede a compactadora de cilindro por dois fatores: o clima mais quente, que retarda o esfriamento da massa asfáltica lançada no pavimento, e, em um passado nem tão distante, o uso de massa asfáltica mais pobre, sem a adição de polímeros, que melhoram sua qualidade. Esses dois fatores combinados trincam o pavimento. Hoje é mais comum a utilização de massa asfáltica com polímeros, mas o velho hábito ainda permanece.

Fontes:
Rafael Zuchetto, coordenador da Engenharia de Aplicação da Ciber no Brasil e na América Latina
Ivan Reginatto, diretor de vendas da Terex Roadbuilding Latin America
Rogério do Nascimento, gerente comercial da Bomag para a América do Sul