O bom projeto de iluminação em lojas busca a eficiência energética
O sistema de iluminação em lojas de varejo influencia no sucesso ou no fracasso das vendas. Saiba o que considerar no projeto luminotécnico e os produtos adequados
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Redação AECweb / e-Construmarket
O bom projeto de iluminação das lojas de varejo – dos supermercados às boutiques de grife, concessionárias e estabelecimentos populares –, prioriza máxima eficiência energética. “Em qualquer situação, seja no comércio popular ou no sofisticado, essa é a meta”, diz o lighting designer Plinio Godoy, diretor da Godoy Luminotecnia. O critério que vai definir se a iluminação será mais ou menos eficiente será o investimento inicial. Segundo Godoy, esse item tem custo muito pequeno diante do capital mobilizado para montar a loja. “A grande vantagem para o lojista que decide investir é que, quando se compara o sistema mais barato ao mais eficiente, o valor pago a mais é recuperado em poucos meses com a economia de energia. Essa economia varia caso a caso. Existem sistemas que se pagam em dois anos, por exemplo”, diz.
A partir dessa definição o projetista considera o tipo de comércio a ser iluminado e a qual segmento social se destina – se mais popular ou de luxo. “No primeiro normalmente as áreas de vendas são amplas, exigindo maior quantidade de luz. Além disso, o tipo de luz utilizada é mais geral, dispensando iluminação de destaque para áreas específicas. Já em uma loja de produtos sofisticados, os ambientes são menores e a iluminação colabora com as vendas ao destacar itens e áreas de interesse do lojista. As luminárias utilizadas também são diferentes: o comércio popular possui luminárias mais simples, enquanto em uma loja de alto padrão o estilo da luminária faz parte do design da loja”, ensina Plinio Godoy, acrescentando que a exposição fixa ou variável dos produtos na loja definida pela arquitetura de interiores é outra premissa do projeto. “Um sistema variável de iluminação terá custo maior”, comenta.
LUZ DIVERSIFICADA
Os supermercados, especialmente os de maior porte, são dotados de um sistema de iluminação geral e outro para áreas específicas. “As seções de produtos perecíveis, como as de hortifrutigranjeiros, por exemplo, exigem luz mais dirigida para destacar suas cores e condições. Nesse caso, é preciso tomar cuidado com a temperatura projetada nos produtos, que são muito sensíveis ao calor”, ensina o lighting designer.
Já nas áreas de frios, carnes, doces e perfumaria, a iluminação é feita nas gôndolas. Os supermercados de grife optam por menos iluminação geral, porém, mais focada nas gôndolas.
LED CONSOLIDADO
Hoje já não se fala mais em lâmpada, mas em fonte de luz, porque o LED é um componente eletrônico. “Portanto, quando falamos em ponto de luz já estamos abrangendo também o LED”, ensina Plinio Godoy. As lojas de varejo, inclusive supermercados e shoppings centers, utilizam amplamente as luminárias fluorescentes e as de LED, mais eficientes. “O preço da tecnologia LED vai se tornando mais acessível e veio para ficar, pois tem durabilidade maior e proporciona redução de consumo energético, se comparada a outros sistemas”, comenta Godoy, explicando que a eficiência vem do fato de que o LED projeta a luz diretamente, sem usar nenhum refletor. “Não há a perda que ocorre com o uso de luminárias. Para se ter uma ideia, a eficiência de um sistema de luminária com lâmpada fluorescente chega a 50%. Já a de LED atinge mais de 85%. É uma grande diferença”, exemplifica.
COR DA LÂMPADA
Entre a luz branca e a amarelada, o conforto pede que a loja bem iluminada siga a tendência atual do branco neutro ou do branco mais frio. Em um supermercado, o ideal é trabalhar com lâmpadas de 5000 K (Kelvin = medida da temperatura de cor), o que significa uma luz mais fria porque se trata de uma iluminação maior. Nas lojas mais sofisticadas, por sua vez, o ideal é ter lâmpada com a aparência de cor mais baixa, de um branco mais quente: é um ambiente mais escuro, com foco proeminente. “Um apelo importante é o da reprodução da cor. Tem loja que vende produtos com requisitos onde a reprodução de cor é importante”, diz.
A escolha de um automóvel, sua cor e detalhes internos exigem uma luz mais dura, que evidencie os reflexos da superfície do carro. “Usa-se uma luz geral, mas com focos, para que a pessoa fique encantada com o veículo, condição própria da compra por impulso”, comenta.
Godoy alerta que a reprodução de cor é diferente de aparência da cor. E explica: “a reprodução de cor é uma premissa importante a ser considerada quando for fazer o projeto. Não só a quantidade de luz, mas a aparência da luz e sua capacidade de reprodução de cores dessa fonte de luz”.
Redação AECweb / e-Construmarket
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Plínio Godoy é engenheiro especializado em eletrotécnica. Participa da Divisão 03 – Projetos Luminotécnicos do Comitê Internacional de Iluminação CIE-Br, instituição internacional ligada ao INMETRO. Fundador da Associação Brasileira dos Arquitetos de Iluminação – AsBAI, teve seus projetos publicados na Europa e na China. É sócio-diretor das empresas Luz Urbana e da Godoy Luminotecnia. É autor do livro “Iluminação Urbana – Conceitos Básicos e Análise de Casos”, Editora VJ.