Obras de perfuração horizontal direcional demandam planejamento
Antes de escolher a tecnologia utilizada é preciso verificar o diâmetro da tubulação, a extensão a ser instalada, declividade e profundidade, tipos de geologia e prazo da obra
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Utilizada para a instalação de dutos que podem ser para transporte de energia, óleo, gás, saneamento e minerodutos, as obras de perfuração horizontal direcional (HDD) necessitam de um bom planejamento e elaboração do projeto para administrar as interfaces, como edificações existentes, pavimentação de ruas, avenidas e estradas, principalmente quando o serviço será realizado em áreas urbanas. “É preciso fazer um mapeamento prévio do local e o contato com as concessionárias para solicitação de cadastro. Com todas as informações em mãos é necessária a confirmação das interferências e a análise para viabilizar o projeto. Só depois disso é possível desenvolver o projeto executivo”, explica Eduardo Jardim, gerente de Operações da Intech Engenharia.
No caso de obras realizadas com o método não-destrutivo (MND), com o qual a interferência no local é mínima, durante a execução é preciso trabalhar com a interpretação de informações obtidas de forma indireta. “Por isso, é necessário elaborar um bom projeto e um planejamento inicial. As informações indiretas que recebemos durante a execução como, por exemplo, a quantidade e características da lama que retorna durante a perfuração e os parâmetros de perfuração mostrados pelos equipamentos, vão confirmando ou não as premissas utilizadas no projeto e possibilitando, quando necessário, que sejam feitos ajustes”, ressalta Jardim.
As obras de MND são utilizadas principalmente para o cruzamento de ruas, rodovias e ferrovias, travessias de córregos, rios, lagos, áreas de preservação ambiental e aproximações de praias. “Entre as principais características, o método minimiza o impacto à comunidade e ao meio ambiente em que está sendo realizada a obra. Além disso, no caso das ruas, rodovias e ferrovias, não há necessidade de paralisação do trânsito para a execução da obra”, diz o gerente de Operações.
Tecnologias
É preciso fazer um mapeamento prévio do local e o contato com as concessionárias para solicitação de cadastro. Com todas as informações em mãos é necessária a confirmação das interferências e a análise para viabilizar o projeto. Só depois disso é possível desenvolver o projeto executivo
Para a escolha de qual tecnologia deve ser usada em uma obra de perfuração horizontal direcional, vários fatores devem ser analisados. “É preciso verificar o diâmetro da tubulação e a extensão a ser instalada; as premissas do projeto, que envolvem declividade e profundidade; os tipos de geologias que serão encontradas durante a execução; além do prazo da obra”, ressalta Jardim. E completa: “Só após avaliar todos esses fatores, é possível eleger a tecnologia mais adequada para cada tipo de construção. Existem vários modelos de equipamentos, de diferentes tamanhos e que se aplicam a diferentes obras”.
O entorno
Em todas as obras de perfuração horizontal direcional há o desafio de minimizar o impacto à comunidade, ao meio ambiente e atender a premissas como prazo e custo do projeto. O gerente de operações explica que é importante fazer um estudo que resulte em um projeto adequado e que irá determinar, também, quais ferramentas e equipamentos serão utilizados. “O que deve prevalecer são os benefícios do método não-destrutivo”.
No caso de obras de travessia, por exemplo, esse método proporciona menor impacto ao meio ambiente, à mata ciliar nas margens e não atrapalha a navegação do curso d’água. “Além disso, é possível obter um bom posicionamento da tubulação, que garante a segurança e a integridade da mesma”, diz Jardim. Nas obras de shore approach é possível minimizar os impactos na região da praia, danos ao meio ambiente, à comunidade – tanto de terra quanto de pescadores –, e garantir a integridade da tubulação instalada, conferindo mais segurança e maior prazo de operação do duto.
Tempo e riscos
É preciso verificar o diâmetro da tubulação e a extensão a ser instalada; as premissas do projeto, que envolvem declividade e profundidade; os tipos de geologias que serão encontradas durante a execução; além do prazo da obra
“Sempre existe algum tipo de risco, principalmente porque trabalhamos com informações indiretas. O que pode minimizá-los é a realização de um grande estudo antes da obra”, comenta o gerente. Ele explica que, às vezes, existe a necessidade de pedir auxílio para outras áreas da engenharia como, por exemplo, para fazer um estudo hidrográfico da bacia, a fim de verificar os impactos ao lençol freático da região, ou para a geologia, descobrindo o tipo de subsolo que será encontrado durante a perfuração e a viabilidade de execução.
Já o tempo da obra está diretamente ligado a fatores como: extensão, diâmetro final do furo, geologia do terreno, se ela será executada somente em terra ou envolve operações offshore, além da estação do ano em que será executada. “As chuvas, por exemplo, impactam no prazo. Condições marítimas impactam na execução de aproximações de praia, enquanto os serviços executados em rocha são mais demorados e a produtividade é menor”, afirma Jardim.
Colaborou para esta matéria
- Eduardo Jardim – Formado em engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Fundação Armando Álvares Penteado, com pós-graduação em Administração de Empresas. Estagiou no centro de Pesquisas da Europa e na fábrica da Raychem, localizada em Kessel-lo, na Bélgica, em setembro de 1993. Trabalhou para a Azevedo & Travassos Engenharia Ltda como Engenheiro Residente, tendo se especializado em Construção e montagem de dutos. De 1997 a 2000 atuou para a Imobel Urbanizadora e Construtora, período em que participou, como coordenador e executor, da construção dos Blocos C e D do Hospital Alvorada, entre outras obras. A partir de 2001 veio para a Intech Engenharia Ltda como gerente de obras onde se especializou em Perfuração Horizontal Direcional, tendo executado mais de 900 travessias e cruzamentos com equipamentos de pequeno a grande porte.