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Painéis de ACM podem ser utilizados na fachada de diversos tipos de edifício

Especificação do produto e o tipo de fixação mais adequado são resultados da análise de diversos fatores, como clima do local, estética desejada, altura da edificação etc.

Publicado em: 28/09/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Painéis de ACM são utilizados em fachadas pela sua funcionalidade e estética (Crédito: shutterstock.com / Hoplias Discovery)

O uso de painéis de ACM (Aluminum Composite Material) em fachadas é bastante comum em edifícios comerciais brasileiros graças a sua capacidade de atender a requisitos estéticos e à alta durabilidade. Contudo, eles podem ser aplicados em qualquer tipo de construção.

Composto, basicamente, de duas chapas de alumínio na liga 3150-H14 – com espessura variada, de acordo com o tipo de material – e um núcleo de polietileno de baixa densidade (PEBD), o ACM pode ser utilizado em projetos residenciais, comerciais, industriais etc. Além de novas construções, também é excelente opção para reformas e retrofits.

Além de fachadas, os painéis de ACM podem ser utilizados em:

• Revestimento externo de coberturas;

• Revestimentos de vigas e pilares;

• Recobrimento de estruturas metálicas e estruturas espaciais;

• Paredes divisórias internas;

• Painéis de portas;

• Revestimento interno ;

• Revestimento de túneis, balcões comerciais etc.;

• Coberturas de pórticos e marquises, dentre outros usos.

 

ESPECIFICAÇÃO

Ao optar pelo uso de painéis de ACM na fachada, é preciso especificar corretamente o material. Para isso, é necessário avaliar a estrutura que receberá a solução. “Deve-se considerar a altura máxima da edificação e os ventos característicos da região, dados que serão utilizados nos cálculos para definição da resistência mecânica dos painéis à ação da pressão dos ventos”, explica Magda Reis, arquiteta e consultora da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

A arquiteta destaca ainda que, para prédios com altura superior a 8 metros, é recomendada a utilização de chapas com no mínimo 4 mm de espessura. Já a dimensão dos módulos pode variar conforme o fabricante. “É importante conhecer os produtos disponíveis no mercado, para otimizar o uso das chapas e evitar desperdício. A partir dos tipos de bobina e das larguras disponíveis, a modulação será feita no comprimento, sem esquecer o posicionamento da peça”, explica Reis.

Também é necessário avaliar se há necessidade de um acabamento específico de acordo com as intempéries comuns do local. Caso a fachada onde os painéis serão instalados seja de difícil acesso para limpeza e manutenção, são recomendados soluções autolimpantes ou recursos alternativos para escoamento de água.

INSTALAÇÃO

Os painéis são versáteis e podem ser instalados sobre diversos substratos, como estrutura de ferro, aço, alumínio, alvenaria ou concreto. “Normalmente, a forma de instalação é determinada de acordo com a obra, os custos e o tempo de execução” destaca Reis. Para fachadas, existem dois tipos de instalação: sistema ventilado e sistema tradicional.

Sistema ventilado

Nesse sistema, os painéis são encaixados em uma estrutura auxiliar de alumínio aplicada sobre o substrato, criando um vão entre a chapa e a parede externa da edificação. É chamado de sistema ventilado exatamente por criar uma “camada” de ar que auxilia no isolamento térmico do edifício. As chapas são fixadas por encaixe macho-fêmea nos pinos instalados na subestrutura de alumínio, dispensando o uso de travessas e selantes.

A forma de instalação é determinada de acordo com a obra, os custos e o tempo de execução
Magda Reis

Esse tipo de instalação exige alguns cuidados. Por causa do vão criado entre a chapa e a estrutura, pode ocorrer infiltração de água na parede externa. Por isso, é essencial impermeabilizar a alvenaria. Por estar exposto a intempéries, os componentes da estrutura auxiliar de alumínio necessitam de anodização, e os pinos e parafusos precisam ser fabricados com aço inoxidável.

Ideal para reformas e retrofits, esse sistema tem custo mais baixo e sua execução é mais rápida quando comparado ao tradicional. Além dos benefícios já mencionados, também proporciona maior conforto térmico à edificação, resultando na redução de gastos com equipamentos de climatização.

Sistema tradicional

No sistema tradicional, os painéis também são instalados em uma subestrutura de alumínio. No entanto, não existe o “colchão” de ar presente no sistema ventilado. A estrutura, que deve ser reforçada e não precisa de tratamento anticorrosão, é composta de colunas horizontais, perfis horizontais e cantoneiras.

É necessário deixar juntas de dilatação de aproximadamente 10 mm, para garantir que os painéis não estufem devido à variação de temperatura no ambiente. Também é essencial a utilização de componentes de alumínio na subestrutura. Reis explica que, no caso de utilização de outros materiais, como o aço, é necessário isolar os metais para que não ocorra corrosão galvânica. Os painéis são fixados na subestrutura com cantoneiras, e deve-se deixar um espaçamento de 400 mm a 600 mm entre elas. É recomendado o uso de selantes para vedação na área de encontro das abas.

CUIDADOS

O local de armazenamento deve estar seco e limpo. Já durante a instalação, é importante atentar-se a alguns fatores como a dimensão das peças, que devem ser rigorosamente iguais, para evitar irregularidades na fachada. Reis não aconselha realizar o corte das chapas in loco, pois esse processo é delicado e pode gerar inconformidades na peça, resultando num visual desalinhado. Seguir as indicações presentes na placa é essencial para que não ocorra inversão dos painéis.

É importante conhecer os produtos disponíveis no mercado, para otimizar o uso das chapas e evitar desperdício
Magda Reis

As cantoneiras precisam ser extremamente bem posicionadas, sempre alternando para cima e para baixo, evitando choque entre as cantoneiras das chapas da direita e da esquerda. Os parafusos devem ser apertados de maneira uniforme, mas sem excesso, para garantir o alinhamento das chapas. As subestruturas do sistema tradicional devem contar com perfis e cantoneiras de alumínio com espessura mínima de 1,5 mm, para suportar o peso das placas de ACM.

A aplicação de selante nas juntas exige cuidado e atenção, por exemplo, evitar o contato do produto com a superfície visível do ACM.

Após a instalação, o plástico protetor da placa pode ser removido. Ele não deve ser deslocado durante o manuseio das placas no canteiro.

MANUTENÇÃO

A manutenção dos painéis de ACM é fácil. Magda Reis recomenda evitar o uso de produtos que possam riscar a superfície da fachada, como esponjas, palhas de aço, espátulas etc. A arquiteta também alerta sobre a temperatura da placa. “Não é bom limpar superfícies com temperatura superior a 40°C, pois podem aparecer manchas devido à secagem rápida do produto de limpeza”, orienta.

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Colaboração técnica

Magda Reis – Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, possui especialização em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e mestrado e doutorado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Tem experiência profissional de quase quatro décadas, sendo mais de 26 anos na indústria do alumínio (Alcoa e Votorantim Metais CBA). Atualmente, é consultora técnica de Tecnologia e Qualidade da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).