Películas: função e estética
Além de garantir isolamento térmico e privacidade, as películas colaboram com a beleza dos ambientes
Redação AECweb
A redução da carga térmica nos ambientes é hoje uma preocupação mundial. Quando a especificação do vidro não prevê propriedades de isolamento térmico, a solução está nas películas de revestimento que, pela eficiência energética que propiciam, têm um ‘payback’ estimado de três anos. “A fabricação dessas películas está em constante evolução tecnológica”, garante Selomita Alencar, da área de exportação da Réflectiv, empresa francesa do setor que produz, ainda, filmes de segurança e decorativos.
“Através de diversas experiências, introduziu-se no processo de fabricação das películas produtos de alta qualidade que combinam metais, como alumínio, cobre e prata, com o poliéster tingido. Com isso se obtêm outras tonalidades, além do aspecto espelhado, como o bronze, o cinza, o dourado. A qualidade do adesivo também é alvo de constante melhoria, assim como a película protetora, as camadas de proteção contra a corrosão, as camadas anti-risco e o tratamento contra os raios UVA”, revela.
Especificação
Recomendados para projetos de retrofit em imóveis nos quais predominam vidros planos comuns ou temperados, os filmes têm características técnicas específicas. “Aqueles que cumprem a função de isolamento térmico têm a finalidade de diminuir o calor devido a reflexão dos raios solares, colaborando para a economia de energia. Já os anti-UV refletem 99% dos raios ultravioleta e minimizam o efeito de descoloração de tecidos e objetos expostos ao sol. Os filmes de segurança dão segurança suplementar ao vidro reduzindo, assim, as conseqüências das ações de vandalismo”, explica Selomita Alencar, dizendo que são bastante utilizados pelas embaixadas para evitar estilhaços de vidros em caso de explosão. Segundo ela, os filmes decorativos proporcionam efeito jateado, colorido e de vitral aos vidros planos, empregados em divisórias e janelas para guardar a intimidade ou mesmo em móveis de vidro para dar um toque pessoal na decoração.
Isolamento térmico
“Constatamos que, no Brasil, há uma forte demanda pelos filmes decorativos, coloridos e a busca de novos grafismos. No mercado mundial, a novidade é o filme solar com micro-pontos metalizados, como o filme solar SOL148 que reflete o calor no verão e deixa entrar o calor do sol no inverno”, comenta. Para dimensionar a importância dessa barreira térmica, Selomita Alencar cita pesquisa realizada pela Building Research Etablishment (BRE), na Inglaterra que concluiu que 40% do calor do sol passam pelas janelas. “Combinando uma boa isolação térmica do prédio com o uso do filme de controle solar, pode-se obter economia significativa de energia e redução de custos com climatização. O investimento financeiro em películas solares pode ser compensado num período de aproximadamente três anos”, diz.
A película de segurança, incolor, forma uma membrana solidária que evita os estilhaços de vidro se soltem, no caso de explosão ou vandalismo. “Os filmes de segurança possuem uma espessura de 100µ ou 200µ e suportam uma carga de 17 daN/cm (teste CEBPT/NFEN12600). Esses filmes passam por rigoroso controle técnico e possuem certificação contra a propagação do fogo em caso de incêndio”, assegura. Essa película e, também as anti-grafite e solares, dotadas de camada anti-riscos, podem ser aplicadas na face externa do edifício. Quando instaladas na posição vertical, têm durabilidade de até cinco anos.
“Para os filmes aplicados na parte interior do imóvel, a vida útil é de até 15 anos, se respeitadas instruções de manutenção, ou seja, apenas lavar com água e sabão neutro, e eliminar o excesso de água com um rodo”, orienta. Os filmes auto-adesivos já vêm com cola. Para instalar, basta retirar a película protetora e aplicar utilizando água com sabão, e a ajuda de um rodo e um pulverizador.
Mercado
Atingido pela crise econômica internacional, o mercado europeu apresenta mudanças de comportamento. “Notamos um interesse maior pelos filmes por parte das empresas de bricolagem e decoração, que procuram agregá-los à sua gama de produtos e, assim, propor uma novidade à sua clientela. Porém, percebemos uma queda na atividade dos distribuidores tradicionais, que visam apenas os grandes projetos na área da construção civil”, revela Selomita Alencar. A estratégia é atentar permanentemente às demandas dos profissionais do setor, investir em pesquisa e desenvolvimento, e propor grafismos e cores que correspondem às tendências atuais.
Segundo ela, o mercado brasileiro, especialmente arquitetos e designers, demonstram boa receptividade ao produto – constatação que fez na Feicon 2009. “A comunicação visual em ambientes corporativos é mais valorizada atualmente do que alguns anos atrás. Além disso, com base em estudo setorial de 2007 do BNDES, o consumo de vidro plano está em constante crescimento e a maior demanda de vidro no Brasil é dada pelo setor da construção civil. As estatísticas apontadas pelo estudo são bastante favoráveis para uso dos filmes adesivos, pois 57% do consumo são de vidro float comum e 29%de vidro temperado”, afirma.
Redação AECweb