Pintura intumescente em estrutura metálica pede mão de obra qualificada
Aplicação das tintas é feita por meio de equipamento spray airless em superfícies que devem ser tratadas com jateamento abrasivo em padrão específico
As tintas intumescentes para estruturas metálicas são revestimentos que protegem vigas e perfis de aço contra a ação do fogo. Seu uso proporciona maior tempo para que as pessoas evacuem da edificação antes que o local entre em colapso no caso de incêndio.
De acordo com Rogério Lin, especialista em proteção passiva contra o fogo e diretor da CKC do Brasil, a aplicação da solução nesse tipo de material requer um certificado que comprove sua eficiência, normalmente sinalizado por meio do tempo de resistência sob as temperaturas elevadas do fogo.
“Alguns revestimentos intumescentes podem somente retardar as chamas em materiais de acabamento e não podem ser utilizados em estruturas metálicas porque não atenderão aos requisitos de segurança contra incêndio”, explica.
custo-benefício
O sistema de proteção intumescente, como é denominada a tecnologia das tintas, é fabricado fora do Brasil. Mas o preço elevado do produto importado não é interpretado necessariamente como uma desvantagem.
“O material é destinado à segurança do ser humano, ou seja, o custo se torna irrelevante ao avaliar o benefício que promove à edificação e, principalmente, às pessoas que ali estão”, pondera André Tadeu Moreno Figueiró, pós-graduado em patologia nas obras civis e gerente técnico nacional da Sika Brasil.
De acordo com Lin, o desenvolvimento de tintas intumescentes em espessuras menores tem ajudado a reduzir significativamente seu preço, tornando-as melhores opções para obras que requerem resistência de até 90 minutos contra o fogo.
“Alguns revestimentos intumescentes podem somente retardar as chamas em materiais de acabamento e não podem ser utilizados em estruturas metálicas porque não atenderão aos requisitos de segurança contra incêndio”, Rogério Lin
COMO APLICAR
A aplicação das tintas intumescentes em estruturas metálicas requer mão de obra qualificada. “Por se tratar de uma atividade técnica, em todo o mundo é realizada somente por empresas especializadas”, conta Lin.
De acordo com a norma EN ISO 12944, a superfície da estrutura metálica que irá receber a tinta intumescente deve ser tratada com jateamento abrasivo em padrão específico. “Caso contrário, deve-se proceder com o lixamento mecânico convencional com posterior limpeza e aplicação de primer”, orienta Figueiró.
O serviço de aplicação da tinta requer equipamento spray airless com fluxo aquecido. Em reparos e aplicações menores, pode ser feito com rolo, brocha, pincel ou até mesmo uma espátula.
"O material é destinado à segurança do ser humano, ou seja, o custo se torna irrelevante ao avaliar o benefício que promove à edificação e, principalmente, às pessoas que ali estão", André Tadeu Moreno Figueiró
Após a aplicação, o tempo de cura da tinta intumescente varia de acordo com a condição climática. Em temperaturas de 20 °C, requer intervalo de 12h entre as demãos e 24h para cura total.
MANUTENÇÃO
Em caso de desgaste ou danos aparentes no revestimento intumescente, é necessário realizar manutenção com a reaplicação da tinta no local deteriorado. Nesse caso, é necessário remover o revestimento até chegar no aço para efetivar uma nova pintura.
Colaboração Técnica
André Tadeu Moreno Figueiró – pós-graduado em Patologia nas Obras Civis pelo Instituto IDD, Master Internacional em Recuperação de Estruturas – CINVESTAV/México, e em Reforço Estrutural – FHECOR/Espanha. Formado pela UMC em Administração de Empresas, atuante no mercado da construção civil há mais de 20 anos, coordenador dos cursos de pós-graduação em Engenharia pelo Instituto IDD /São Paulo. Atualmente, ocupa na Sika Brasil a função de Gerente Técnico Nacional – TM´s Flooring, Refurbishment e Roofing.
Rogério Lin – especialista em proteção passiva contra o fogo, com atuação nesse mercado há mais de dez anos. Membro ativo do CB 24/SP (Comissão de Segurança Contra Incêndios organizada pela ABNT) e do Green Building Council Brasil para certificação de obras LEED. Associado ao CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), membro da NFPA, dentre outras instituições de referência internacional. É diretor na CKC do Brasil.