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Piso laminado é versátil, tem fácil instalação e manutenção

Indicado para uso doméstico e comercial, pode ser colocado sobre pisos cerâmicos e vinílicos, desde que se obedeça às normas de regularização para a instalação

Publicado em: 24/06/2014

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Piso laminado

O piso laminado é composto por quatro camadas. O overlay (acabamento) confere resistência ao produto, diminuindo os desgastes com o uso e aumentando a resistência a manchas. Abaixo dele, encontra-se o laminado decorativo com diferentes padrões de lâminas que, geralmente, são reproduções de madeira. Na sequência está o substrato que proporciona robustez em relação à espessura. “Os pisos no Brasil são fabricados em HDF (High Density Fiberboard) ou HPP (High Density Particle Panel). Esses substratos de madeira são resistentes ao impacto e ao amassamento. Na parte inferior estão as camadas de balanceamento ou balanço, responsáveis pela estabilização e resistência do produto à umidade”, afirma Carlos Eduardo Mariotti, engenheiro civil e Relações Governamentais da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), constituída pela união das entidades Abipa (Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira); Abiplar (Associação Brasileira da Indústria de Piso Laminado de Alta Resistência); Abraf (Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas); e Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel).

ESPECIFICAÇÃO

No momento de especificar o produto o arquiteto deve considerar os critérios de tráfego e o local onde será colocado o revestimento. É possível instalá-lo sobre diversos pisos, como cerâmicos e vinílicos, desde que se obedeça às normas de regularização para a instalação do novo produto

A norma técnica NBR 14833-1 classifica o piso em quatro categorias de resistência (de AC2 a AC5) e seis classes de uso (21, 22, 23, 31, 32 e 33). A classificação também engloba o local de aplicação (doméstico e comercial) e a intensidade do tráfego, sendo três classes para usos domésticos e outras três para comerciais: baixa, média e alta. “No momento de especificar o produto, o arquiteto deve considerar os critérios de tráfego e o local onde será colocado o revestimento. É possível instalá-lo sobre diversos pisos, como cerâmicos e vinílicos, desde que se obedeça às normas de regularização para a instalação do novo produto. Não há necessidade de impermeabilizar a superfície existente, exceto se houver umidade, o que vai exigir tratamento do contrapiso”, diz Mariotti.

Mariotti comenta que o piso laminado não deve ser instalado em ambientes térreos, por ser um produto de madeira, e sobre carpete têxtil por uma questão de higiene. “É aconselhável evitar a instalação do produto sobre uma superfície com muita sujeira acumulada. Cria-se um ambiente propício para proliferação de fungos”, conta, acrescentando que uma equipe de duas pessoas permite instalar 25 m de piso laminado em um único dia. “É fácil e não gera entulho, nem sujeira na obra”, completa.

Piso laminado

Para o engenheiro, o piso laminado é muito versátil, pois combina com vidro, pedra e outros produtos de madeira, além de oferecer ótima durabilidade e desempenho. “Ele é tão resistente quanto a cerâmica e confortável como a madeira”.

INSTALAÇÃO

Existem normas técnicas para o piso laminado. A NBR 14833-1, específica do produto, e a NBR 14833-2, que estabelece critérios para a instalação e manutenção

A instalação dos pisos laminados requer mão de obra qualificada e treinada. “Quando o consumidor compra o produto, normalmente, vem inclusa a instalação, que será realizada por um profissional treinado. Ao longo dos últimos 15 anos, as indústrias e as próprias associações treinaram intensivamente a mão de obra. E a Ibá mantém um centro de treinamento de instaladores para qualificação de mão de obra no SENAI do Tatuapé”, conta Mariotti.

De acordo com ele, para que a instalação seja bem feita é preciso ter um contrapiso regular, com dimensões de acordo com a especificação e norma. “Mas não é necessário usar fixador ou argamassa, já que o piso laminado é um piso flutuante. Em cima do contrapiso são colocadas mantas de regularização de 3 a 4 mm, sem fixação alguma. Em seguida, são feitos os encaixes das réguas na lateral do piso, processo finalizado com os acabamentos dos perfis das portas, os desníveis e os rodapés. Este último possui uma gama enorme de padrões – tonalidades, alturas e modelos”, explica.

LIMPEZA E MANUTENÇÃO

De acordo com o engenheiro, o piso laminado deve ser limpo com pano úmido bem torcido e depois com outro seco. “É proibido o uso de cera. Ela danifica o produto, além de não ser necessária, pois ele vem com brilho natural. Caso exista algum problema com uma ou mais réguas, é possível retirar somente a peça e colocar outra nova, sem trocar o revestimento todo. Existem normas técnicas para o piso laminado. A NBR 14833-1, específica do produto, e a NBR 14833-2, que estabelece critérios para a instalação e manutenção”.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Ao adquirir o produto, o consumidor compra todo o sistema: piso, acessórios de instalação e acabamento, e a mão de obra indicada e qualificada. É um sistema construtivo industrializado

Uma das principais vantagens do piso laminado é a facilidade de instalação.

“Além de ser fácil de limpar, ser versátil, ter grande variedade de modelos e vir com garantia de fábrica. Aspecto relevante é que o consumidor, ao adquirir o produto, compra todo o sistema: piso, acessórios de instalação e acabamento, e a mão de obra indicada e qualificada. É um sistema construtivo industrializado”, comenta o engenheiro. Por outro lado, há desvantagens: “Ele não pode ser usado em áreas molhadas nem em corredores com acesso a portas e saídas de emergência”.

É BOM SABER

De acordo com o engenheiro, uma dúvida comum dos profissionais no momento de instalar o piso laminado é se há a necessidade de ter um espaço de dilatação entre o piso e a parede, e embaixo das portas. “É obrigatório deixar esse espaço de dilatação. Como o piso é flutuante e não tem emendas entre as réguas, a placa única dilata nas extremidades. Se não houver espaço de dilatação embaixo das portas e entre as paredes, o piso pode estufar".

Outra recomendação para evitar o estufamento é passar silicone embaixo dos perfis das entradas de porta de cozinha e banheiro. “Caso haja um transbordamento de água, ela não entrará por baixo do perfil, o que poderia danificar o produto”.

De acordo com Mariotti, os pisos laminados possuem um Programa Setorial da Qualidade (PSQ) vinculado ao PBQP-H. “As indústrias brasileiras são qualificadas no programa, mas, ao longo dos últimos cinco ou seis anos, estamos acompanhando a invasão de produtos de origem, principalmente, chinesa, que em sua maioria não está em conformidade com a norma técnica. Os produtos qualificados vêm com logotipo do PBQP-H, as empresas que participam e são qualificadas têm um atestado. É importante que o especificador conheça e exija do fornecedor esse atestado”, finaliza.

Colaborou para esta matéria

Carlos Eduardo Mariotti – 42 anos, é engenheiro civil formado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FAAP (Faculdade Armando Álvares Penteado), com curso de Extensão de Marketing em Serviços pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Atualmente, exerce o cargo de Relações Governamentais da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores).