Piso para banheiro: conheça as melhores opções
Apesar da ampla gama de opções de pisos para banheiro, tem uma que já é preferência dos arquitetos: o porcelanato polido. Leia mais a seguir!

A escolha do piso para banheiro deve considerar três importantes requisitos: segurança para o usuário, resistência à umidade e facilidade de limpeza. De acordo com a arquiteta Mari Milani, do escritório Mari Milani + Arquitetas, revestimentos cerâmicos e porcelanatos são as opções mais comuns.
O Studio Tan-Gram, da arquiteta Claudia Yamada, trata o piso do boxe e do restante do banheiro como um único ambiente molhado. “Independentemente de ser boxe ou não, indicamos que todo o ambiente utilize o mesmo tipo de revestimento. Mas não pode ser um piso polido, esmaltado, porque implica risco de queda”, aponta.
Yamada também enfatiza a importância de escolher um piso com junta de dilatação mínima, para reduzir os rejuntes, além de ser um produto impermeável e resistente a manchas.
Qual o piso para banheiro ideal?
Entre as opções de piso para banheiro, as principais são:
- Porcelanato
- Piso cerâmico
- Pastilhas cerâmicas ou de vidro
- Ladrilho hidráulico
- Pedras naturais
Conheça, logo abaixo, os detalhes de cada uma dessas alternativas.

Porcelanato
O porcelanato é o revestimento mais especificado pelos arquitetos atualmente, e a indústria oferece uma grande variedade de tipos. As profissionais orientam o uso dos porcelanatos acetinados, que podem ser aplicados em todo o banheiro, inclusive no boxe.
A escolha não se restringe ao branco, afinal, existe ampla diversidade de padrões e cores, desde os porcelanatos que imitam madeira e cimento queimado até os que reproduzem a aparência de mármores e granitos. “O porcelanato é muito coringa. Além das características físicas que fazem dele um bom aliado para áreas molhadas, há essa gama imensa de padrões”, comenta Yamada.
Atenção!
O assentamento dos porcelanatos de grandes dimensões exige alguns cuidados, como ser feito por mais de um assentador por peça. O caimento para o ralo, normalmente obtido no contrapiso, é inviável quando se tem uma placa grande. “É preciso diamantar, fazendo vários recortes na placa para que o caimento leve a água para o ralo. Ao realizar esses recortes, são criados vários rejuntes, e a lastra perde sua característica e beleza de elemento liso, sem juntas”, explica Yamada. Além disso, é fundamental evitar porcelanatos de dimensões maiores do que o próprio banheiro, pois haverá perda de material e, portanto, um gasto desnecessário.
Piso cerâmico
Amplamente utilizado, o piso cerâmico tem desempenho inferior quando comparado ao porcelanato. “Por ser mais poroso, tem menor resistência à umidade e, portanto, menor vida útil”, diz Milani.
Yamada utilizou raras vezes essa solução em banheiros e concorda com Milani: o fato de ser mais poroso pode levar a infiltrações. “Estão disponíveis em formatos menores, têm juntas mais largas e maior número de rejuntes, onde se deposita mais sujeira”, comenta.
Em projetos de reforma, ela constatou que o piso cerâmico existente e retirado durante a obra, estava, em geral, manchado. “Muitas vezes, em decorrência da movimentação própria do edifício, os cerâmicos acabam trincando. Eles são mais frágeis”, diz.

Pastilhas cerâmicas ou de vidro
Para além do ótimo aspecto estético, Milani lembra que as pastilhas cerâmicas são uma boa opção nos banheiros quando se pensa em segurança. A área de rejunte sendo maior, o piso fica menos liso e mais seguro. Yamada considera, no entanto, que o grande número de rejuntes deixa o piso facilmente encardido.
Já as pastilhas de vidro, tendência no passado, caíram em desuso. Uma das razões, aponta a arquiteta, é que as peças se soltavam com facilidade ao longo do tempo. “Mas, se for um material de qualidade, é preciso investir em um bom assentamento. É fundamental contar com mão de obra qualificada, que deve seguir à risca as especificações de assentamento e rejunte indicadas pelos fabricantes”, orienta.
Yamada alerta que as pastilhas de vidro exigem argamassa colante específica para evitar destacamento e manchas. “O resultado pode ser péssimo”, diz, revelando que não usa e não indica.
Ladrilho hidráulico
“É um piso adequado para banheiros, lindíssimo, com variedade de cores e nós já usamos”, diz. O arquiteto pode, inclusive, personalizar o ladrilho hidráulico partindo de um desenho existente e propondo variações de cores. Pode ir além e criar as estampas, o que aumenta o preço. “A área de rejunte é mínima, resultando em aspecto bem homogêneo. Mas é preciso impermeabilizar”, ensina.
“Belíssimo, mas polêmico”, declara Yamada, por se tratar de um revestimento excessivamente poroso. Nem mesmo a aplicação de óleo hidrofugante e resina vai resolver a longo prazo, pois exige renovação, o que nem sempre é feito. No entanto, a arquiteta que jamais utilizaria dentro do boxe, considera o ladrilho hidráulico como opção para o restante do banheiro – integralmente ou como detalhe, num barrado compondo com porcelanato, por exemplo.
Do ponto de vista estético, ela entende que o porcelanato que imita ladrilho hidráulico, por ser industrializado, cria peças idênticas e foge do conceito artesanal do material. “O charme do ladrilho é a imperfeição”, afirma.

Pedras naturais
Por serem mais porosos, o tijolinho e as pedra naturais devem ser evitados em banheiros. “Embora sejam ideais no quesito segurança, os antiderrapantes costumam ser ásperos e de difícil limpeza, por isso não indico”, fala Mari Milani.
No lugar do mármore, Yamada prefere o porcelanato que imita o mármore com perfeição. “Vai ter o mesmo efeito visual e não mancha, o que ocorre com a pedra natural”, expõe.
Pode usar piso vinílico no banheiro?
“Para área de banheiro, jamais”, diz Claudia Yamada. O fato é que o vinílico, mesmo o clicado, utiliza cola. Em área molhada, especialmente no boxe, a água vai dissolvendo a cola e o piso destaca. “Eu não indicaria”, diz, ressalvando que em cozinha pode ser aplicado.
Rejunte ideal para banheiros
O ideal é o epóxi, segundo Yamada, por ser emborrachado e extremamente impermeável. “O problema é o seu custo alto. Se no assentamento tiver muitos rejuntes, o valor do epóxi pode chegar ao do próprio piso”, diz, lembrando que os assentadores não gostam de usar o material, pois exige uma boa limpeza antes da secagem, caso contrário, acaba manchando o porcelanato.
A opção de bom resultado técnico e financeiro é o rejunte acrílico que, segundo ela, fica entre o cimentício e o epóxi. Evidentemente, o piso das áreas molhadas deve ser previamente impermeabilizado para a colocação do revestimento.
Leia também:
Como escolher revestimento de piso e parede para banheiros
Colaboração técnica
- Claudia Yamada – Arquiteta e urbanista formada pela faculdade Mackenzie (2011), com master em Espaces Urbains et démarches de Projet no Institut D’urbanisme de Paris (IUP). Junto com a sócia Monike Lafuente, criou o Studio Tan-Gram, expressão chinesa que se traduz em quebra-cabeça formado por 7 peças geométricas capazes de formar até 5 mil formas diferentes. A arquitetura que concebem e acreditam se estrutura na multiplicidade de soluções, adaptabilidade ao usuário-espaço e renovação contínua de conhecimento. São espaços desenvolvidos para o ser humano e, portanto, cada desafio traz uma solução individual.
- Mari Milani – Formada em Arquitetura e Urbanismo (2009) e pós-graduada em master arquitetura (2012), tem mais de 200 projetos residenciais e comerciais. Está sempre presente nas maiores feiras e eventos de design do mundo acompanhando e trazendo as últimas tendências de mercado para seus clientes. Para ela, a construção de um ambiente transformador vai além de erguer paredes e distribuir cômodos: é a habilidade de criar um espaço que reflita a personalidade e os sonhos de cada cliente, pensando sempre no conforto e segurança. Cada projeto é uma oportunidade de criar sensações diferentes e únicas, seja por meio da iluminação, do formato ou da decoração.