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Pisos para escritórios variam dos porcelanatos aos vinílicos

Antes restritos aos carpetes esses ambientes têm hoje uma diversidade de produtos para especificação. Vale considerar estética, manutenção e absorção acústica

Publicado em: 22/05/2013Atualizado em: 30/10/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Redação AECweb / e-Construmarket

“Nos últimos cinco anos os escritórios foram se tornando mais silenciosos, já que a comunicação entre os funcionários é online. Isso influencia diretamente na especificação dos materiais”. A observação do arquiteto Marcel Monacelli, do escritório que leva seu nome e acumula experiência em projetos de interiores corporativos, é a principal pista para entender a diversidade de revestimentos de pisos presentes hoje nesses ambientes. “É fundamental entender essa dinâmica da mudança comportamental que, aliada a conceitos de escritórios mais abertos e lineares, permitiu maior liberdade na escolha dos materiais. O fato de as pessoas conversarem mais através da escrita reduziu o nível de ruído no escritório. Se, antes, o carpete era um importante componente de absorção acústica, agora já é possível substituí-lo por pisos frios, como porcelanato, vinílicos e melamínicos”, afirma.

Diversidade

Os projetos que mesclam revestimentos de piso, como o carpete nos ambientes de trabalho e o vinílico nas áreas de circulação, são cada vez mais comuns. Cada material tem seus pontos positivos e negativos. Saiba quais são eles:

VinÍlicos

Os pisos vinílicos têm propriedade acústica muito superior aos melamínicos, que se mostram barulhentos pela circulação de pessoas ou queda de objetos. “Há, porém, problemas estéticos e técnicos que atrapalham a maior disseminação do uso do vinílico nos escritórios. A maioria deles tem piso elevado e, enquanto o carpete tradicional disfarça muito bem a junção de pisos, o vinílico e o melamínico revelam a estrutura do piso elevado. Além disso, ele deve ser especificado em placas, pois não é possível fixar o material em mantas no piso elevado”, ensina Monacelli.
Os fatores que podem ser desfavoráveis ao seu uso quando há piso elevado são resistência e rigidez inferiores a outros materiais – com isso ele tende a descolar nas juntas do piso elevado, formando ‘orelhas’.
Apesar desses problemas técnicos quando não há piso elevado, o vinílico é cada vez mais empregado. “É uma mudança consolidada, mas não amplamente divulgada”, diz o arquiteto.

Piso frio e madeira

Outro material que ganha espaço nos edifícios corporativos é o porcelanato. De acordo com o arquiteto, as peças são cortadas na medida exata do piso elevado e coladas sobre ele. É possível colar também alguns pisos de madeira. “Os carpetes são dotados de peso próprio e sub-base maior que vinílicos, por exemplo. Portanto, têm aderência natural. Porém, aquele carpete mais econômico, do tipo forração, exige uma colagem leve para não levantar”, observa.

Tanto as pedras – granito e mármore – quanto o porcelanato têm contra eles a reverberação acústica. “É zero de absorção. São pisos barulhentos”, diz, acrescentando: “O granito é um piso caro e pede cuidados para a instalação: precisa ser bitolado e todas as peças devem ter a mesma espessura, caso contrário, o instalador terá problemas sérios. Isto explica a tendência de seu uso restrito a áreas de convívio social, como recepção e cafeteria”.

MonolÍticos resinados

Outra opção são os pisos monolíticos resinados que, de acordo com o arquiteto, só podem ser aplicados sobre laje ou piso elevado de concreto. “É um piso delicado, suja bastante e pode ser danificado pelo atrito da rodinha da cadeira do escritório”, diz. Porém, Monacelli já utilizou o material em um de seus projetos e considera o resinado interessante, principalmente pela possibilidade de criação de layouts exclusivos e, até mesmo, pela possibilidade de aplicação da logomarca da empresa.

ManutenÇÃo e substituiÇÃo

De acordo com o arquiteto o tipo de utilização e a qualidade do revestimento vão determinar a substituição do piso em maior ou menor tempo. No caso do carpete, o desgaste é maior quando emprega grande quantidade de polipropileno, comparado aos produtos de nylon com filamento especial. Até a cor pode influenciar na vida útil do carpete, porque algumas têm propriedade para desbotar e manchar, como o vermelho, o amarelo e o azul real. O piso vinílico, por sua vez, exige que o piso seja constantemente limpo, e com cuidado, para não arrastar a sujeira.

Com qualquer tipo de revestimento, no entanto, o acesso ao interior do piso elevado é assegurado. “Existem vários sistemas de pisos elevados: em aço, em concreto alveolar e em ardósia. Para a manutenção, se saca a pedra como se faz com a placa de aço”.

Áreas sociais

Apesar dos escritórios estarem cada vez mais silenciosos, as áreas sociais tais como cafeteria, sala de convivência ou descontração são cada vez mais comuns. Nelas, são usados pisos que conseguem extrair sensações diferentes, como a madeira. É possível, ainda, ‘brincar’ e projetar um piso de madeira de demolição com detalhes em ladrilho hidráulico; de pastilhas de vidro; ou de cerâmica. “Vai depender do conceito do projeto, que deve considerar a imagem corporativa da empresa”, destaca.

COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

Marcel Monacelli – Arquiteto pós-graduado em Desenvolvimento Imobiliário – Real State – pela Universidade de São Paulo (USP). Desde 1985, à frente da empresa Marcel Monacelli Arquitetura, realizou inúmeros projetos de arquitetura de empreendimentos imobiliários como shopping centers, sedes corporativas, planejamento urbano, centros logísticos, indústrias, entre outros.