Pisos vinílicos são indicados para espaços institucionais e corporativos
Leve, com absorção acústica e grande durabilidade, o material já substitui revestimentos tradicionais
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Os pisos vinílicos estão disponíveis em uma grande variedade de cores e padrões (l i g h t p o e t/ Shutterstock.com)
Desde a sua introdução no mercado brasileiro, na década de 1960, os revestimentos vinílicos para piso e parede evoluíram em tecnologia, padronagem e vida útil, conquistando espaço nos segmentos residenciais, corporativos e institucionais. Produzidos a partir de PVC, cargas minerais, plastificantes, pigmentos e aditivos, são leves, com baixa espessura e grande durabilidade.
Hospitais e clínicas já consagraram o uso dos vinílicos, por sua característica monolítica, de fácil assepsia, resistência química, conforto acústico e algumas propriedades específicas, como piso condutivo para centro cirúrgico, antiderrapante para rampas e a linha acústica para fisioterapia. “Pela facilidade de limpeza, os hotéis também vêm substituindo, aos poucos, os carpetes dos quartos pelo piso vinílico, enquanto o seu uso cresce, ainda, nas lojas, sobretudo do material em réguas, com grande apelo estético”, destaca a arquiteta Glênia Silveira Francisco, gerente de Marketing da Ace Revestimentos, complementando: “A propriedade acústica e a facilidade de instalação, além das linhas autoportantes específicas para piso elevado, conquistaram os arquitetos de interiores de escritórios”.
DURABILIDADE
Os pisos vinílicos cumprem algumas metas de sustentabilidade, como a vida útil de 20 anos. “Duram por muitos anos se forem mantidos adequadamente. Temos casos de pisos instalados há mais de 30 anos em excelentes condições”, diz a arquiteta Bianca Tognollo, gerente de Marketing América Latina da Tarkett.
A propriedade acústica e a facilidade de instalação, além das linhas autoportantes específicas para piso elevado, conquistaram os arquitetos de interiores de escritóriosGlênia Silveira Francisco
Totalmente reciclável, trata-se de um material processado por empresas brasileiras, que o transformam em vasos, solados de sapato, entre outros produtos. “Porém, o volume poderia ser maior. Para isso, depende de coletas seletivas organizadas, atividade em que o país ainda tem muito a avançar”, comenta a gerente da Ace, acrescentando que os produtos da empresa possuem, em média, 25% de conteúdo reciclado.
ESPECIFICAÇÃO DE PISOS VINÍLICOS
A principal diferença entre pisos vinílicos ideais para uso residencial daqueles instalados em edifícios corporativos ou institucionais é a resistência ao trânsito. “Esteticamente eles se assemelham, principalmente nos padrões amadeirados e de concreto. Porém, a especificação deve considerar a Classe de Uso (tabela abaixo), podendo utilizar um piso comercial em residência, jamais o inverso”, recomenda Glênia Francisco.
O piso será escolhido, portanto, a partir das informações sobre o uso do local e tipo de tráfego de pessoas. Exemplo: o saguão de um aeroporto pede revestimento para trânsito muito intenso, ou seja, o piso vinílico deve ter a classe de uso 34 - Trânsito Muito Intenso, de acordo com a norma EN 685. Há opções em manta e em placa.
PISOS VINÍLICOS PARA HOSPITAIS
A especificação para pisos hospitalares, principalmente para uma área crítica, deve estar em conformidade com a norma RDC 50 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse caso, o piso deve ser monolítico e ter impermeabilidade menor que 4%. Portanto, a mais indicada é a manta vinílica, fundida no momento da instalação pelo cordão de solda vinílico, tornando a superfície totalmente monolítica.
PISO VINÍLICO ESPORTIVO
De acordo com Glênia Francisco, existe, ainda, a linha de piso vinílico esportivo. Para quadras de vôlei, por exemplo, a homologação é feita pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e tem características específicas, como absorção de impacto maior que 45%; restituição de energia; espuma com dupla densidade, de células fechadas e alta resistência; e tratamento de superfície que, além de facilitar a limpeza e manutenção, previne o atleta contra queimaduras causadas por fricção na pele.
PISO VINÍLICO PARA RESIDÊNCIAS
Nas residências, o piso vinílico se destina ao revestimento dos ambientes internos – fechados e cobertos –, podendo ser instalado, inclusive, em cozinhas. “É preciso notar as condições do contrapiso, que precisa estar limpo, nivelado, seco, curado, firme e impermeabilizado (no caso de térreos). Se houver umidade no local, não poderá ser instalado. Pisos vinílicos podem ser lavados, mas é preciso evitar a umidade constante. O que não impede seu uso em áreas úmidas, como lavabos, lavanderias e cozinhas”, informa Bianca Tognollo. A gerente da Tarkett não recomenda o uso em áreas molhadas, como banheiros, “porque, além da limpeza com água ser feita com mais frequência, o vapor quente do chuveiro pode danificar o produto”, diz.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Bianca Tognollo destaca as principais vantagens dos pisos vinílicos em residências, como facilidade de instalação, podendo ser colocados sobre cerâmica, por exemplo, sem a necessidade de remover o piso existente, reduzindo tempo e resíduos de obra. “Ainda permitem a instalação em apartamentos sem incomodar os vizinhos. No uso, assegura conforto acústico, ou seja, não faz ‘toc-toc’”, elenca.
O material dura por muitos anos se for mantido adequadamente. Temos casos de pisos instalados há mais de 30 anos em excelentes condiçõesBianca Tognollo
Glênia Francisco também aponta o conforto acústico como o principal benefício que o material proporciona aos usuários, tanto de hospitais quanto de escritórios e escolas. “Os pisos vinílicos melhoram as condições de caminhar, com redução do cansaço corporal e diminuição da propagação de ruídos no andar inferior. Há linhas acústicas no mercado com amortização de até 18 dB. Comparado a um revestimento rígido, chega a diminuir o ruído de impacto nas áreas de circulação entre oito a dez vezes”, destaca.
Acrescentam-se a essas vantagens uma grande variedade de cores e padrões, atendendo às diversas necessidades de combinações estéticas e técnicas, além de conforto térmico. Sem juntas abertas, evita o acúmulo de poeira e o alojamento de insetos.
Por outro lado, a principal desvantagem é que o vinílico só pode ser instalado em ambientes fechados, cobertos e pouco úmidos. Há restrição de uso desse tipo de piso em áreas térreas não impermeabilizadas, principalmente no caso das mantas. “A umidade ascendente e o vapor contido no solo podem criar bolhas no piso vinílico. A umidade aceitável para uma manta é de 3%, mas alguns pisos em placas admitem até 7%. Trata-se de um piso bem diferenciado, com encaixe macho e fêmea – não é colado”, esclarece Glênia Francisco.
PISOS VINÍLICOS: ONDE INSTALAR
Revestimentos vinílicos podem ser instalados sobre piso cerâmico, lajes de concreto, mármores e granitos. Não é recomendada a colocação sobre piso de madeira, pois, se esta apodrecer, vai fotografar/espelhar no vinílico.
Os pisos vinílicos residenciais e comerciais podem ser classificados como de dois tipos:
colados ou clicados. Nos dois casos, o contrapiso deve estar em perfeitas condições. “Limpo, seco curado, nivelado, firme e impermeabilizado, se necessário. O contrapiso natural é muito poroso, exigindo o uso de massa de preparação ou autonivelante adequadas”, diz Tognollo.
A maioria dos pisos vinílicos é comercializada com
tratamento de superfície de poliuretano
(Luckeyman/ Shutterstock.com)
As peças clicadas são instaladas diretamente sobre o contrapiso preparado. Já o colado pede a aplicação do adesivo diretamente no contrapiso preparado, com espera do tempo de tack (evaporação do solvente) seguida pela colocação do vinílico. “O contrapiso deve estar adequado aos caimentos previstos em projeto e não apresentar eventuais rugosidades, porosidade, sujidades ou deficiências na sua superfície que impeçam a aderência da fixação do revestimento. A camada de contrapiso deve ter resistência a cargas de projeto e cargas provenientes do uso ou de mobiliário, bem como resistência de aderência a tração superior a 1,0 Mpa”, reforça Glênia Francisco.
MANUTENÇÃO
Atualmente, a maioria dos pisos vinílicos é comercializada com tratamento de superfície de poliuretano, o que dispensa o uso de cera/ metalização. Nesses casos, a manutenção é muito simples, lembrando que a junta seca elimina a necessidade de esfregar o piso com frequência.
A limpeza do material colado é feita com água e detergente neutro específico, mas a água deve ser removida rapidamente. Já os pisos clicados não devem ser lavados, mas limpos apenas com pano úmido e detergente neutro. A sujeira das áreas mais críticas é retirada com Mop Água e detergente neutro, enquanto que nas mais protegidas, basta o Mop Pó. “A manutenção mecânica dá melhores resultados estéticos”, comenta Glênia Francisco.
Já para a limpeza pós-obras, é preciso esperar sete dias após a instalação do piso. Os pisos não possuem proteção de fábrica, por isso devem ser encerados/metalizados com cera acrílica antes de o local ser utilizado.
Para manter o revestimento vinílico, é importante, por fim, o uso de barreiras de contenção (capacho) em todas as entradas de acesso direto da rua, providência que retém 90% da sujidade.
NOVIDADES
O setor vem investindo em novos formatos e tecnologias de pisos que não precisem de sistema de travamento na instalação – são apenas sobrepostos ao contrapiso. “E, ainda, pisos com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis, que possam contribuir para um ambiente mais saudável para os usuários”, informa Tognollo.
Entre outras novidades, estão os produtos com grande variedade de padrões e cores de madeira, além de linhas metálicas. “Esse mercado está crescente e absorvendo fatias antes dominadas pela cerâmica. Essa tendência também está crescendo na linha dos pisos vinílicos autoportantes”, acrescenta Glênia.
Veja alguns pisos vinílicos no Portal AECweb:
Allura
Eucafloor Decore
Piso vinílico Paviflex natural
Piso vinílico Vulcapiso
Piso Ace Smartfloor
Colaboração técnica
- Bianca Tognollo – Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, possui MBA em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Desenvolveu sua carreira em empresas fabricantes de produtos para construção civil, principalmente no setor de tintas e pisos. Está há dez anos na Tarkett, no cargo de Gerente de Marketing para a América Latina.
- Glênia Silveira Francisco – Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade CESUP de Campo Grande/MS, é pós-graduada em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). No início da carreira, trabalhou em escritórios de arquitetura com projetos residenciais, corporativos e de paisagismo. Atuou por 12 anos na área de Marketing de uma empresa multinacional fabricante de pisos vinílicos e está há dez anos na ACE Revestimentos, onde atua como Gerente de Marketing, com expertise em pisos vinílicos.