Placas cimentícias podem ser associadas a sistemas de construção a seco
Utilizada como fechamento externo e interno de paredes, áreas molhadas e tetos construídos com steel frame ou steel deck solução pode ser até 10 vezes mais leve do que alvenarias tradicionais, oferecendo redução no dimensionamento e nos custos de estrutur
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Foto: Divulgação Knauf
Fachada de hotel em Canos (RS) é executada com o sistema Knauf
Componentes de vedação, as placas cimentícias são produzidas a partir de uma mistura de cimento Portland, agregados leves e aditivos, que pode ainda receber reforços de fibras, fios ou telas. Os fabricantes utilizam diferentes tecnologias para a produção dos painéis. As mais comuns são as Cimento Reforçado com Fios Sintéticos (CRFS) e a Glass Fiber Reinforced Concrete (GRFC). Nesta última as chapas recebem uma tela de fibra de vidro em cada uma das faces.
O material é conhecido por sua versatilidade. “As placas podem ser aplicadas no fechamento de fachadas, em fachadas ventiladas, paredes diafragmas, forros, beirais, brises, shafts e onde mais a criatividade permitir”, enumera Gabriel Pontes, coordenador-técnico nacional da Eternit. Uma das principais aplicações das chapas cimentícias é em associação com sistemas de construção a seco, como o steel frame e o wood frame, sendo utilizadas como fechamento externo, interno, de paredes de áreas molhadas e de tetos.
Vantagens
Como chegam prontas para uso na obra, as placas cimentícias proporcionam rapidez na execução de paredes e vedações. Outra vantagem tem relação com o baixo peso dos painéis. Segundo Thiago Dorlhac Kaschny, analista de Pesquisa da Brasilit, paredes executadas com o material podem chegar a 1/10 do peso de alvenarias tradicionais. Isso significa redução no dimensionamento e nos custos de estruturas e fundação.
Foto: Divulgação Brasilit
Viaduto em Manaus recebe painéis impermeabilizados da Brasilit
Gerente de Produto da Knauf Aquapanel, Fernanda Nunes destaca que o componente dispensa modulações. Os ajustes das placas às dimensões da estrutura podem ser feitos no momento da instalação, por meio de cortes com estilete ou serra circular.
Também soma pontos a favor das placas cimentícias o fato de serem impermeáveis, incombustíveis, resistentes à flexão e a intempéries.
EspecificaÇÃo
O primeiro passo para a especificação, orienta Thiago Dorlhac Kaschny, da Brasilit, é saber exatamente o uso que será dado para o produto. Isso porque há espessuras recomendadas para cada tipo de aplicação – variam entre 6 mm e 16 mm.
Referencial importante é a NBR 15498/2007 Placa Plana Cimentícia sem Amianto - Requisitos e Métodos de Ensaio. A norma traz uma classificação do material em duas categorias. As placas agrupadas na classe A são indicadas para ambientes externos, pois podem ser expostas à ação direta de sol, chuva, calor e umidade. A aplicação dos produtos de classe B se limita a ambientes internos e externos (desde que não haja exposição a esses agentes). Cada classe é dividida ainda em subcategorias, conforme a resistência de ruptura por flexão.
Foto: Divulgação Eternit
Placas cimentícias Eterplac da Eternit são produzidas com tecnologia de Cimento Reforçado com Fios Sintéticos (CRFS)
As placas podem receber acabamentos variados, e a especificação deve considerá-los. Para paredes com acabamento liso (pintura, textura e cerâmica, por exemplo), a recomendação do profissional da Brasilit é para utilização de placas com borda rebaixada, ideais para receber tratamento de juntas invisíveis. Se a opção for pelo acabamento aparente, deve-se optar por placas de borda quadrada.
Categoria | Tensão mínima de ruptura por flexão (Mpa) | |
---|---|---|
Classe A | Classe B | |
1 | - | 4 |
2 | 4 | 7 |
3 | 7 | 10 |
4 | 13 | 16 |
ExecuÇÃo do projeto
A correta instalação das placas cimentícias é ponto crítico na determinação do desempenho do sistema. As recomendações dos fabricantes, afirma Gabriel Pontes, da Eternit, devem ser seguidas à risca, sob pena de surgimento de patologias no médio prazo e perda de garantia. Os manuais técnicos dos produtos trazem orientações sobre a quantidade e tipos de parafusos para afixação das placas à estrutura, espaçamento entre as placas, tratamento de juntas, materiais que podem ser utilizados para a aplicação de revestimentos, entre outras.
Qualidade
Além da NBR 15438, que determina as principais características que os painéis devem apresentar, outro referencial técnico é a Diretriz SINAT 009 - Sistema de vedação vertical externa, sem função estrutural, em perfis leves de aço, multicamadas, com fechamentos em chapas delgadas, informa Fernanda Nunes, da Knauf. “A NBR 15575-4, ou Norma de Desempenho, é também uma importante referência, pois estabelece requisitos de desempenho para todos os elementos que compõem a edificação, inclusive tetos e paredes.”
Aquisição – Os tamanhos-padrão de pronta entrega têm largura de 1,20 m e comprimentos de 2,0 m, 2,40 m e 3,0 m. As espessuras disponíveis são: 6, 8, 10, 12 e 16 mm. As opções presentes no mercado se distinguem ainda pela forma como são comercializadas: além das placas sozinhas, alguns fabricantes fornecem sistemas completos, que incluem perfis metálicos, ferramentas e produtos para tratamento de juntas e aplicação de revestimentos. Transporte – A placa deve ser transportada por duas pessoas e sempre na posição vertical. Armazenagem – O local deve ser plano, firme e de fácil acesso para descarga. As placas devem ser empilhadas sobre pallets ou apoios, de tal forma que fiquem a alguns centímetros do piso. Cada fabricante recomenda uma altura máxima para a pilha e para distância entre apoios e o piso. Para maior proteção, o material deve ser coberto.