Pontes Laguna e Itapaiúna aliviam tráfego na Zona Sul de São Paulo
Entregues no primeiro semestre deste ano, as obras integram as etapas de mobilidade da Operação Urbana Água Espraiada
Construção da Ponte Laguna, com equipamentos embarcados em balsa (Divulgação/ SPObras)
A Operação Urbana Água Espraiada vem ampliando a infraestrutura viária na região das avenidas João Dias e Chucri Zaidan, na Zona Sul de São Paulo/SP, com duas novas pontes sobre o Rio Pinheiros: Laguna e Itapaiúna. Elas foram construídas para desafogar o tráfego intenso de veículos e estão interligadas com outras obras viárias, como prolongamento de avenidas e vias subterrâneas.
De uma margem à outra do rio, existe um vão de 113 m. A Ponte Laguna tem 360 m e foi construída na altura da Rua Laguna para tráfego em sentido da Granja Julieta ao bairro do Morumbi. Ela conta com ciclovia e passarela de pedestres, o que deve facilitar ainda mais a circulação. No sentido contrário, a Ponte Itapaiúna estende-se por 340 m e interliga as ruas Itapaiúna e Chucri Zaidan, na outra margem do Rio Pinheiros.
“O bairro do Morumbi e a comunidade Paraisópolis terão o trânsito amenizado, principalmente nos horários de pico”, afirma o gerente operacional da Odebrecht Infraestrutura, o engenheiro Paulo Oliveira.
ITAPAIÚNA: DESAFIOS SUPERADOS
De acordo com Oliveira, as obras de construção da Ponte Itapaiúna foram ágeis graças a um conjunto de fatores, como um favorável posicionamento topográfico. Também foi decisiva a adoção da técnica de balanço sucessivo, que consiste em projetar a estrutura por meio de avanços hidráulicos e é utilizada para evitar escoramentos e impactos no rio. Foram usadas, além disso, fôrmas com rápido processo de movimentação.
“Obtivemos uma economia de, aproximadamente, 30% possibilitada pela rapidez do sistema hidráulico do balanço sucessivo. Se não fossem essas tecnologias, seria necessário construir dois pilares centrais para suportar a ponte, o que exigiria mobilização de equipamentos embarcados em balsas, como martelos, guindastes e outros recursos operacionais que encareceriam o projeto”, esclarece o engenheiro.
Oliveira explica, ainda, que o solo nas margens é ruim e que, por isso, foi preciso criar blocos de fundação com estacas cravadas. Na alça da ponte que sai da Marginal Pinheiros do lado de Interlagos, a Odebrecht utilizou uma torre de escoramento de até 10 m de altura e treliças de 15 m de comprimento.
O trânsito da marginal também era um fator preocupante e, de acordo com Oliveira, foi preciso utilizar perfis metálicos especiais com 15 m de comprimento para que os gabaritos atingissem altura mínima estipulada pela CET, de 10 m de atura, a fim de não paralisar o fluxo de carros.
LAGUNA: EQUIPAMENTOS EFICAZES
A construção da Ponte Laguna teve uma movimentação operacional diferenciada, com 38 equipamentos que intensificaram o trabalho na parte de fundação. O destaque foi uma plataforma flutuante equipada com guindastes de 140 t e 45 t, além de guinchos de atracação, passarela flutuante e perfuratriz.
Os desafios no trabalho com a frota embarcada são sempre grandes, mas, segundo o corpo técnico da SPObras, outras situações exigiram um esforço ainda maior. “A preocupação com o trânsito no local, o atendimento às normas ambientais, as desapropriações e as interferências de concessionárias de serviços de água, energia, gás e transporte público foram pontos desafiadores no andamento da obra”, explica o engenheiro Omar Ayoub.
Ele elenca alguns pontos da preocupação constante em atender às exigências da Licença Ambiental de Instalação (LAI), incrementada com a implantação de projeto de compensações ambientais (TCA 180/14). “No decorrer da obra, foram realizados monitoramento e programa de proteção à fauna e de manejo ambiental; monitoramento de níveis de pressão sonora e vibração; investigação de risco à saúde humana e de áreas contaminadas; além do monitoramento de qualidade do ar”, diz.
Com cerca de 20 mil m³ de concreto utilizados, os sistemas construtivos empregados na execução da Ponte Laguna foram o concreto estrutural armado, o concreto protendido e, assim como na Itapaiúna, também o balanço sucessivo.
COLABORAÇÃO TÉCNICA:
- Paulo Oliveira, gerente operacional da Odebrecht Infraestrutura
- Omar Ayoub, engenheiro da SPObras