Porcelanato técnico é indicado para áreas de alto tráfego
Estrutura homogênea, baixa porosidade e absorção de água menor ou igual a 0,1% conferem alta resistência ao material
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Texto: Graziela Silva
Foto: Divulgação Eliane
Ambientes comerciais, escadas, corredores e garagens demandam aplicação de revestimentos cerâmicos resistentes e duráveis. Entre as categorias que apresentam boa performance quando aplicadas a ambientes de alto tráfego a de porcelanatos técnicos se destaca. Nessa tipologia de produto, informa Sergio Ruzza, coordenador de Novos Produtos e Portfólio da Eliane, o grau de resistência mecânica está relacionado à porosidade da estrutura da peça. “Quanto maior a compactação do produto, menor a porosidade e maior a dureza da superfície. Quanto maior a dureza, maior a resistência ao desgaste”, ensina.
A classificação do revestimento como porcelanato técnico leva em conta a absorção de água, que deve ser menor ou igual a 0,1% (a título de comparação, o índice admitido nos porcelanatos esmaltados é igual ou menor a 0,5%). É justamente a estrutura homogênea e de baixíssima porosidade que coloca os revestimentos técnicos entre as opções de maior resistência disponíveis no mercado. “Os porcelanatos são fundidos em altas temperaturas, com matérias-primas nobres, e a cor está na composição de sua massa”, destaca Monica Miller, gerente nacional de Especificação da Gyotoku.
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Em função do acabamento, os porcelanatos técnicos podem ser:
- Naturais: as peças têm superfície acetinada, resultante de tratamento especial que garante elevada resistência a manchas. É mais indicado para áreas de alto tráfego, pois atende solicitações características de áreas internas e externas.
- Polidos: possuem superfície com intensidade variável de brilho, decorrente de polimento mecânico. Tanto em ambientes comerciais quanto em residenciais a recomendação dos fabricantes é evitar o porcelanato polido em locais em contato direto com áreas externas, ou protegê-lo usando feltros ou capachos nas entradas, pois o atrito com a areia e outros materiais abrasivos pode riscar o produto.
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ACERTE NA ESCOLHA DOS ESMALTADOS
Para especificar a cerâmica esmaltada mais adequada ao projeto o segredo é estar atento às características funcionais dos produtos. Como a gama de opções é grande – vai de cerâmicas convencionais porosas e grês a porcelanatos esmaltados –, um bom ponto de partida é verificar o índice Porcelain Enamel Institute (PEI) do revestimento, orienta Antônio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer).
O PEI é um indicador do grau de abrasão superficial dos revestimentos esmaltados. Sua escala varia de 0 a 5 – quanto maior o índice, maior a capacidade da superfície do produto para suportar o desgaste por atrito, seja este decorrente do tráfego de pessoas, do arraste de objetos ou da movimentação de equipamentos e veículos. “Essa classificação não diz respeito à qualidade, mas sim aos ambientes para os quais o revestimento é indicado, bem como sua aplicação, seja ela para piso ou parede”, alerta Kieling.
Classe PEI | Local de uso |
---|---|
0 | Uso exclusivo em paredes |
1 | Ambientes de baixíssimo tráfego, como banheiros e dormitórios de residências. |
2 | Ambientes de baixo tráfego. Por exemplo, dependências residenciais, com exceção de entradas e cozinhas. |
3 | Ambientes de médio tráfego. Todas as dependências da casa, inclusive entradas. |
4 | Ambientes internos e externos de alto tráfego. Pode ser aplicado em residências e áreas comerciais, como restaurantes, lojas, bancos etc. |
5 | Ambientes de altíssimo tráfego. Áreas externas e espaços públicos que recebem fluxo intenso de pessoas. |
De acordo com Monica Miller, da Gyotoku, algumas empresas utilizam outra escala chamada Locais de uso, que identifica a especificação correta do piso. “Um PEI 5 será mais resistente a riscos e desgaste do esmalte se sua escala de local de uso for LD (áreas comerciais com acesso para rua) ou LH (áreas comerciais ou instituições de intensa circulação)”, acrescenta. A informação sobre o Local de uso é geralmente apresentada na embalagem do produto, nas etiquetas de pontos de vendas e nos catálogos dos fabricantes.
DESVENDANDO CÓDIGOS
LA – Lavabos e banheiros residenciais
LB – Salas, corredores, cozinhas e áreas de serviço residenciais sem acesso para a rua. Dormitórios e locais LA
LC – Todos os ambientes residenciais internos. Varandas cobertas e locais LB e LA
LD – Áreas comerciais com acesso para rua e locais LC, LB e LA
LE – Ambientes externos (quintais e varandas)
LF – Fachadas
LG – Garagens residenciais planas
LH – Áreas comerciais ou institucionais de intensa circulação e locais LD, LC, LB e LA
LI – Decks de piscina
LP – Área interna de piscina
LR – Revestimento para paredes internas
INSTALAÇÃO X DURABILIDADE
Não adianta acertar na escolha do revestimento cerâmico e descuidar da instalação, que deve ser feita de acordo com as normas e especificações do fabricante, respeitando as indicações dos locais em que pode ser realizada. “A instalação deve ser feita por profissional capacitado, visto que o bom assentamento da cerâmica também influencia sua resistência e durabilidade”, destaca Antônio Carlos Kieling, da Anfacer. De acordo com Sergio Ruzza, da Eliane, para o assentamento adequado, indica-se o uso de argamassa colante. “As normas NBR 14081 e NBR 13753 tratam da argamassa colante, da confecção de juntas de dilatação e de dessolidarização e, por isso, devem ser respeitadas”, lembra o executivo.
Para a avaliação de revestimentos técnicos o termo utilizado pelos fabricantes é abrasão profunda, que indica a resistência do corpo cerâmico a desgastes físico-mecânicos. No ensaio de abrasão, a peça é colocada em contato com um disco rotativo de aço a uma velocidade constante, escoando entre a peça e o disco, um pó fino de alumina para provocar o desgaste da peça. A quantidade de material removido é o parâmetro para a avaliação dessa característica. A NBR 15.463 estabelece em 140 mm³ o valor máximo de perda de massa pela peça.
Reguladores de qualidade
O Brasil conta desde fevereiro de 2007 com uma norma específica sobre fabricação de porcelanatos: a NBR 15.463. Para as cerâmicas tradicionais os principais parâmetros técnicos são estabelecidos pelas seguintes normas: NBR 13.818/1997 (Especificação e Métodos de Ensaios), NBR 13.816/1997 (Terminologia) e NBR 13.817/1997 (Classificação).E mais:
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