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Portas vai e vem têm fechamento prático e estanque

Com vida útil longa e baixa manutenção, a solução é empregada tanto no acesso de áreas limpas quanto em ambientes com alto tráfego de pessoas. Saiba mais

Publicado em: 22/10/2019

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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A porta vai e vem é comumente usada no acesso de áreas limpas (foto: shutterstock/Grirk)

A porta do tipo vai e vem é frequentemente encontrada em hospitais, restaurantes, hotéis e supermercados. Projetada para abrir de maneira simples, ela conta com um sistema que a faz retornar automaticamente ao estado de fechada. Graças a esse movimento, costuma ser usada no acesso de áreas limpas, como em locais onde são preparados alimentos ou manipulação de produtos farmacêuticos, salas de cirurgia, entre outras.

Porém, a aplicação não se restringe aos ambientes assépticos. Sua instalação também é bastante comum em espaços com elevado fluxo de pessoas e equipamentos, por exemplo, shoppings, indústrias ou corredores de clínicas e ambulatórios. “Por outro lado, essa porta praticamente nunca é especificada em projetos residenciais ou corporativos”, afirma Gerson Rodolfo Seger, sócio-proprietário da Airo.

De acordo com Paulo Roberto Guerra, gerente de Vendas da Macam Brasil, para cada tipo de uso há um produto mais adequado. “Existem basicamente dois modelos, o de PVC e o de ABS”, explica. O primeiro, geralmente, é empregado em situações com maior tráfego e sem a preocupação com a assepsia; já o segundo, nas áreas limpas. Contudo, segundo Guerra, há alguns anos as portas de PVC não estão mais sendo aprovadas pela vigilância sanitária.

“A vigilância sanitária faz análises singulares de cada situação e não de produto ou fabricante. Os fiscais aferem se as normas estão sendo atendidas, independentemente da solução instalada”, detalha o gerente da Macam, explicando que o ABS é um plástico rígido. Esse tipo de material também é utilizado na fabricação de painéis de automóveis, porém, tem 0,6 mm nos carros e 12 mm nas portas.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Com fabricação sob medida, as portas vai e vem atendem aos mais variados vãos. “Para uma folha, o limite é de 60 cm, que passa para 1,20 m no caso de duas folhas”, diz Seger. Existem ainda diferentes sistemas de mola, responsáveis pela movimentação. “Há aqueles instalados no piso e outros fixados no batente”, complemente Seger, destacando que todas as ferragens são próprias para esse tipo de porta.

Além de levar em conta o tamanho do vão, o responsável pela obra precisa, ao adquirir a solução, informar qual material foi empregado na execução das paredes. “Isso porque o suporte usado para fixação na alvenaria é diferente daquele utilizado em outros casos”, informa Guerra. Em painéis isotérmicos com núcleo de poliestireno expandido (EPS), por exemplo, o suporte tem formato em ‘U’ e sai de fábrica preso na porta, sendo necessário somente encaixá-lo no painel.

“Para o drywall, é necessário realizar um reforço. Normalmente, pedimos que seja colocado pontalete de madeira, com pelo menos 3 cm de espessura, dentro do drywall. Isso porque o gesso sozinho não é capaz de sustentar a porta”, adverte Guerra, comentando que todo o peso das portas fica concentrado no batente superior. “Esse sistema requer estrutura melhor do que aquela usada nas portas tradicionais”, complementa Seger.

Erros podem inviabilizar a instalação. Caso a diferença seja de 1 cm, a montagem ainda pode ser possível. Mas, se for de 1,5 cm, não se consegue encaixar a porta
Paulo Roberto Guerra

Medir o vão é tarefa que pode ser realizada pelo engenheiro da obra sem a necessidade de visita técnica do fabricante. “Entretanto, erros podem inviabilizar a instalação. Caso a diferença seja de 1 cm, a montagem ainda pode ser possível. Mas, se for de 1,5 cm, não se consegue encaixar a porta”, menciona Guerra. Depois de instalada e na posição fechada, a vai e vem tem uma bolsa de vedação em seu perímetro que garante a estanqueidade.

Leia também: Conheça regras para fixar cargas em drywall

VISORES

A presença dos visores nas portas é completamente opcional, mas ambos os especialistas são categóricos ao afirmar que esse elemento de segurança deve estar presente sempre. “Como a abertura acontece nos dois sentidos, é possível bater contra quem está do lado oposto e causar um acidente. Problema que seria evitado com o visor que permite enxergar tudo o que ocorre no outro ambiente”, afirma Seger.

Caso seja necessária privacidade, existem opções que bloqueiam a visão ao mesmo tempo em que permitem saber se há algo ou alguém no lado oposto. “É um visor jateado, que recebe película para ficar opaco. Assim, se consegue ver vultos, mas sem observar detalhes do que acontece atrás da porta”, diz Guerra. A recomendação é que os visores sejam de policarbonato para evitar quebras em caso de impactos mais abruptos.

O padrão é que esse elemento de segurança seja retangular com as pontas oblongas; no entanto, é possível fabricá-lo em qualquer outro formato. Para isso, são usadas máquinas de corte que recebem arquivos em CAD e conseguem reproduzir a imagem presente no projeto.

VIDA ÚTIL

A única recomendação é a aplicação de óleo periodicamente
Gerson Rodolfo Seger

As vai e vem têm vida útil bastante longa e praticamente não demandam nenhum tipo de manutenção, excluindo a limpeza. “A única recomendação é a aplicação de óleo periodicamente”, diz Seger. As portas maiores podem emitir ruídos ao se movimentar, causados pelo peso maior. No entanto, o simples uso de óleo para lubrificação das peças é o suficiente para resolver problemas desse tipo.

ACABAMENTOS

Além de ser totalmente lavável e absorver pancadas sem amassar, a porta em ABS está disponível em quatro cores: preto, branco, bege e cinza. Porém, é possível aplicar uma película que amplia expressivamente o leque de acabamentos. “É um material bem fino, com menos de 1 mm”, explica Guerra. Assim como outras tonalidades que fogem do padrão, consegue-se obter aspecto de inox ou amadeirado.

“Participei de uma obra em um hotel em São Paulo que tem 16 andares e cada pavimento apresenta determinado padrão de MDF. A demanda era que as portas vai e vem seguissem esse mesmo visual, criando uma unidade com a parede. Usando essa solução, foi possível atender ao desejo do cliente. Porém, esse acabamento acaba encarecendo um pouco mais o produto”, finaliza Guerra.

Colaboração técnica

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Gerson Rodolfo Seger — Sócio-proprietário da Airo, empresa situada no sul do Paraná e que produz kit de porta pronta em PVC.
Paulo Roberto Guerra — É gerente de Vendas da Macam Brasil.