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Pouco conhecidos no mercado, implementos dão novos usos a minicarregadeiras

Disponíveis em vários modelos, acessórios permitem adaptar as máquinas para realizarem diferentes tipos de trabalho

Publicado em: 25/08/2016

Texto: Redação PE


Minicarregadeira implementada para trabalhar com rochas (Divulgação/ Bobcat)

As minicarregadeiras constituem uma das categorias mais versáteis de equipamentos, capazes de receber implementos multifuncionais que as credenciam para vários trabalhos. No Brasil, os modelos mais utilizados são os de pneus, conhecidos como skid, e possuem direção deslizante. Os de esteiras, mais caros, são mais utilizados no agronegócio.

Alberto Rivera, diretor comercial da Bobcat no Brasil, explica que existem mais de 50 implementos possíveis de serem utilizados nas minicarregadeiras. “No Brasil a maior demanda por esses equipamentos está na construção civil”, afirma.

O especialista em equipamentos compactos da Wacker Neuson, Mário Neves, detalha a aplicação dos implementos mais utilizados, como a vassoura recolhedora, que varre, recolhe e descarrega a sujeira dentro de caçambas de entulho ou caminhões, e as fresadoras, que permitem a retirada da camada superior de vias asfaltadas, sem afetar a base.

“Os rompedores hidráulicos, mesmo os menores, podem realizar o trabalho de vários homens, substituindo rompedores manuais acionados por compressores de ar nos serviços de quebra de pisos, pedras, ou estruturas de concreto”, esclarece. “Os garfos pallet podem transformar as minicarregadeiras em eficientes empilhadeiras 4x4 todo terreno, equipamentos de alto valor de aquisição e de uso limitado”, completa Mário.

AMPLA VARIEDADE DE CAÇAMBAS

O especialista da Wacker Neuson alerta que as caçambas das minicarregadeiras costumam a ser desprezadas, por desconhecimento técnico dos vendedores em geral, já que existe uma grande variedade de modelos adequados para diferentes aplicações. “Uma máquina pequena pode ser equipada com uma caçamba de tamanho bem maior que a padrão, simplesmente porque transportará materiais leves”, esclarece Mário.

As caçambas com garras são ideais para transportarem materiais volumosos, mas de baixo peso específico. “O aumento da produtividade de equipamentos com esse acessório é considerável”, observa Mário Neves.Salles acrescenta que, além de coletarem em grandes geradores de resíduos de manutenção, os veículos da Ecofenix também retiram pouca quantidade em postos de gasolina e oficinas de pequeno porte.

De maneira geral, cada implemento precisa ser adequado ao tamanho da máquina em que será instalado. Perguntas básicas como capacidade de carga, vazão e pressão do sistema hidráulico auxiliar do equipamento devem ser respondidas e estarem de acordo com a ferramenta.

IMPLEMENTOS TÊM RESTRIÇÕES

Alberto Rivera, da Bobcat, esclarece que, embora exista vasto número de implementos, há restrições para alguns modelos, principalmente os de uso homologado para minicarregadeiras de maior porte. “Há implementos não homologados para todos os modelos e marcas. O desbastador florestal, por exemplo, é dimensionado para equipamentos de maior porte”, explica Rivera.

Ele estima que apenas 10% dos implementos são utilizados, até porque o segmento de mercado principal das minis ainda é a construção. “Os empresários brasileiros assimilaram bem as vantagens e obtêm melhor produtividade com esses implementos, principalmente porque a competitividade cresceu muito nos últimos anos. Contudo, o Brasil ainda tem muito e se desenvolver. Temos vários implementos utilizados nos mercados norte-americano e europeu que ainda não são considerados viáveis na América Latina”, elucida.

Mário Neves complementa: “Nos mercados mais desenvolvidos existem três ferramentas para cada operário e no Brasil a proporção é de uma para cada cem. Muitos empresários ainda não se deram conta que o operário é caro, com encargos que passam facilmente de R$3 mil mensais, e qualquer máquina que substitua três ou quatro trabalhadores se paga facilmente. Mas a implantação de novas ideias, embora já antigas nos países desenvolvidos, é um trabalho que deve ser feito por vendedores qualificados, que hoje infelizmente são raros”.

MINIESCAVADEIRAS X RETROESCAVADEIRAS

Em muitos trabalhos, as miniescavadeiras desempenham as mesmas funções das retroescavadeiras, podendo substitui-las em algumas situações, principalmente porque as retroescavadeiras são pouco utilizadas na parte frontal carregadora. “As minicarregadeiras são muito mais versáteis, mas dependendo do tamanho do canteiro e da necessidade de deslocamento, as retroescavadeiras são de melhor utilidade, já que as minis não são projetadas para percorrer grandes distâncias”, compara Rivera.

Mário Neves lamenta que, infelizmente, os engenheiros civis saiam das faculdades sem conhecimento de equipamentos de construção. Essa falta de informação impede um planejamento correto de execução de obras e leva a um uso indistinto da retroescavadeira, equipamento versátil, todavia pouco produtivo.

“Dizem erroneamente que uma retroescavadeira é ao mesmo tempo pá-carregadeira e escavadeira. Isso não é verdade, já que nunca se viu uma retroescavadeira fazendo as duas atividades simultaneamente. Baseado nisso, ter uma retroescavadeira numa obra faz sentido, mas ter duas ou mais, ao invés de uma pá-carregadeira compacta – que também trabalha como empilhadeira – e uma miniescavadeira, já é questionável”, arremata Mário.

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COLABORARAM PARA ESTA MATÉRIA:

  • Alberto Rivera – diretor comercial da Bobcat no Brasil
  • Mário Neves – especialista em equipamentos compactos da Wacker Neuson Brasil