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Primeira fábrica nacional de painéis fotovoltaicos é inaugurada em Valinhos

A iniciativa deverá aumentar o uso da fonte energética no país e estimular a produção de matérias-primas em solo brasileiro

Publicado em: 03/11/2015Atualizado em: 17/10/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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A Globo Brasil, primeira fábrica brasileira de painéis fotovoltaicos, foi inaugurada em Valinhos (SP) no fim de agosto, coincidindo com o segundo leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica voltado exclusivamente para o setor. Com capacidade para produzir mais de 180 MW/ano, a empresa está instalada em 11,6 mil m² de área construída e, assim que estiver operando com sua capacidade total, chegará a 200 postos de trabalho diretos. A produção é destinada a integradores, instalações residenciais e grandes usinas, mas está capacitada para produzir painéis solares de 100 a 400 Wp (Watt-pico), que podem ser utilizados na iluminação pública.

“A empresa produz painéis solares policristalinos e monocristalinos”, informa o advogado Manuel Flavio Tozi Coelho, diretor executivo, destacando que a empresa investiu em matéria-prima com qualidades extras que tornam os painéis solares mais eficientes, com maior produção de energia. Atualmente, grande parte da matéria-prima é importada, devido à inexistência no mercado brasileiro. Porém, segundo ele, com o surgimento da empresa, grandes fornecedores estão analisando a possibilidade de produção nacional. “Em cerca de seis meses, 80% da matéria-prima dos painéis solares da Globo Brasil será nacional”, garante.

Barreira importante era o desinteresse do governo em desenvolvê-la, mas os leilões de 2014 e 2015 foram os primeiros passos para mudar esse cenário
Manuel Flávio Tozi Coelho

A indústria foi montada em cerca de um ano, e foi beneficiada com a redução de 14% para 2% na tarifa de importação, negociada com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Contou, também, com isenção tributária articulada pela InvesteSP – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade. Segundo Coelho, a empresa mapeou o potencial do mercado brasileiro e identificou que há interesse pela energia solar em todos os segmentos, desde residências a grandes indústrias.

Neste momento, estão sendo finalizadas as negociações para fornecimento de painéis solares às usinas do primeiro leilão de fotovoltaica, ocorrido em outubro de 2014. “Esses contratos vão consumir grande parte da nossa capacidade anual de produção. Portanto, estamos providenciando uma segunda linha de produção para atender a geração distribuída”, relata o diretor. No leilão, o governo federal adquiriu 1048 MW de energia solar que vão reforçar o sistema elétrico do país a partir de 2017 – aquisição em volume similar se repetiu no Leilão de Energia de Reserva, realizado em 28 de agosto.

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PREÇO NÃO É ÚNICO OBSTÁCULO

Na opinião de Coelho, o preço dos painéis fotovoltaicos é apenas um dos fatores que bloqueava o desenvolvimento da energia solar no Brasil. “Barreira importante era o desinteresse do governo em desenvolvê-la, mas os leilões de 2014 e 2015 foram os primeiros passos para mudar esse cenário”, diz, acrescentando que os preços do produto nacional poderão ser mais competitivos em relação ao dos importados a partir do momento em que houver equanimidade nos impostos. “Hoje, os módulos importados chegam ao Brasil sem a incidência de ICMS e IPI, que pagamos para produzir aqui, além dos tributos embutidos na matéria-prima e do imposto de importação dos componentes, que é mais alto. Isto acaba sendo desleal e agregando custo adicional ao nosso módulo”, explica o profissional.

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Colaboraram para esta matéria

Manuel Flávio Tozi Coelho – é advogado e diretor executivo da Globo Brasil.