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Projeto de paisagismo corporativo ajuda na escolha de plantas

Além de definir as espécies adequadas para cada ambiente, o projeto de paisagismo para escritórios orienta na decoração e na manutenção da vegetação

Publicado em: 08/01/2016Atualizado em: 31/01/2020

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Escritório decorado com plantas (Photographee.eu/shutterstock.com)

Que o uso de vegetação em ambientes corporativos deixa os espaços mais bonitos, não há dúvida. Contudo, as plantas têm funções que vão muito além do aspecto decorativo. "Elas promovem uma aproximação do homem com a natureza e, dependendo da espécie, ajudam a limpar o ar do ambiente", comenta Bárbara Prado, arquiteta paisagista, professora na Universidade Estadual do Maranhão e diretora de Comunicação da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP).

Para fazer bom uso da vegetação nos espaços corporativos, é fundamental ter um projeto que especifique quais espécies combinam com cada ambiente. Segundo Prado, o espaço em que a planta vai viver deve oferecer condições parecidas com aquelas do seu ambiente original, e receber nutrição e água respeitando esse princípio. As cactáceas como o mandacaru, originário do Nordeste, e a zamioculca, que veio da África, por exemplo, são as melhores opções quando se pretende preencher espaços próximos à janela, recebendo luz direta durante muitas horas do dia.

O condomínio corporativo deve ter um profissional de paisagismo que monitore a saúde das plantas
Bárbara Prado

Já o canto escuro da sala ou do corredor deve receber plantas típicas da mata, que ficam numa área coberta pela vegetação. É o caso do filodendro, que precisa de umidade e, por isso, pede manutenção cuidadosa, como drenagem do solo, para que não apodreça.

“O condomínio corporativo deve ter um profissional de paisagismo que monitore a saúde dessas plantas", recomenda a arquiteta. Para ela, há também que se ter um espaço com alguma ventilação natural que sirva como hospital, onde as plantas possam ser renovadas.

AR MAIS PURO

Várias plantas como o filodendro roxo e a palmeira ráfia têm a capacidade de absorver gases tóxicos do ambiente produzidos pelo tricloroetileno, o formaldeído e o amoníaco. Segundo a arquiteta, ainda não foram encontrados dados sobre a quantidade necessária de plantas para absorver determinadas quantidades de tricloroetileno.

Dados do Núcleo Einstein de Álcool e Drogas (NEAD), do Hospital Israelita Albert Einstein, mostram que o tricloroetileno está presente, por exemplo, no líquido corretivo, cola para PVC, agentes desengraxantes, produtos de limpeza a seco e cola líquida para plásticos, como papéis de parede e revestimentos plásticos. Já o formaldeído e o amoníaco, elementos químicos dos plásticos, são comuns em elementos de escritórios como mesas e poltronas sintéticas.

O ar-condicionado não faz bem para nossa saúde e muito menos para as plantas
Bárbara Prado

O filodendro vive bem em temperaturas entre 21 e 32 graus Celsius e não tolera extremos. Além disso, precisa de solo úmido e drenado e de muita luz, adaptando-se bem em salas com iluminação fluorescente em torno de E = 300 lux.

A aresta bambu, por sua vez, cumpre a função de absorver gases de tintas em ambientes recém-pintados. O clorofito é uma planta com poder de retirar do ar o monóxido de carbono presente em locais fechados, nos quais há lareira ou fumaça de cigarro.

PAREDE VERDE

“No caso de um jardim vertical interno será preciso substituir parte das espécies de tempos em tempos e, para isso, o ideal é o edifício manter um viveiro. Afinal, planta murcha ou malcuidada em área corporativa passa a ideia de falta de zelo e compromete a imagem da empresa”, destaca Bárbara Prado. A manutenção da parede verde envolve custos com profissional de paisagismo e viveiro, ou a contratação de empresa especializada.

OUTRAS SOLUÇÕES: JARDIM DE INVERNO E VASOS

Solução comum nas décadas de 1970 e 1980 e até hoje utilizada, o jardim de inverno é uma área interna que dispensa cobertura, o que abre a possibilidade de a vegetação receber sol e chuva. Pode também ser coberta, mas com aberturas para entrada e saída de ar, como uma cobertura retrátil. “Os jardins internos acabam propagando umidade para os elementos do ambiente, como madeira, tapetes e quadros, o que tornou comum o seu isolamento com vidros temperados”, conta.

A escolha dos vasos que serão dispostos no ambiente fica a cargo do decorador, pois foge aos critérios paisagístico ou de arquitetura de interiores. A recomendação dos arquitetos paisagistas é que esses recipientes tenham uma base firme para evitar tombar sobre as pessoas. Também é fundamental que não acumulem água, pois podem virar criadouro de insetos. Por fim, para facilitar a limpeza, é interessante que esses vasos possam ser deslocados.

AMBIENTES CONDICIONADOS

Na natureza, as plantas convivem com vento, chuva, sol e variação na umidade relativa do ar. Ao serem retiradas de seu habitat e levadas para salas condicionadas, elas acabam funcionando como plantas de estufa. Por isso, a necessidade de trabalhar com grande diversidade, pois nem todas as espécies vão responder bem. “O ar-condicionado não faz bem para nossa saúde e muito menos para as plantas”, lembra Prado.

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Colaborou para esta matéria

Bárbara Prado – arquiteta paisagista, professora na Universidade Estadual do Maranhão e diretora de Comunicação da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP).