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Projeto hidráulico deve atender à NBR 5626

Na hora de especificar os produtos, o tamanho e a espessura variam conforme o escoamento e os fluídos presentes em cada sistema

Publicado em: 15/09/2015

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Os projetos de instalações hidráulicas são, basicamente, divididos em duas partes: o diagrama da rede de distribuição – formada por barriletes, colunas, ramais e sub-ramais – e a especificação dos materiais que irão compor o sistema, como bombas, tubos, válvulas, conectores e medidores. “Uma vez determinados os pontos de demanda, é definida a filosofia de projeto e, na sequência, é feito o traçado das tubulações e escolhidos os acessórios e equipamentos necessários, com seu dimensionamento e especificação”, afirma o engenheiro Luiz Eduardo Mendonça, vice-presidente e responsável pela área comercial da Álamo Engenharia. Projetar as instalações hidráulicas é trabalho realizado por escritórios especializados, que entregam o planejamento para ser executado por empresas instaladoras.

PROJETO X TIPOLOGIA

O conceito do projeto se mantém praticamente o mesmo em obras residenciais e comerciais, mas há particularidades relacionadas às demandas. “Em lojas, por exemplo, é necessário ter cuidado maior no estudo de consumo após a determinação da filosofia de projeto”, adverte o engenheiro. Ele compara também a diferença de tratativa entre as construções que possuem caixa d’água superior abastecida por sistema de recalque e as edificações sem reservatório superior, o que representa uma folga na estrutura do prédio. “No primeiro caso, a distribuição para os pontos de consumo é feita por gravidade. Já no segundo, é realizada por pressurização por meio de um sistema de bombeamento e/ou tanques hidropneumáticos”, comenta.

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PROJETO RESIDENCIAL E PREDIAL

No sistema de água de reúso para vasos sanitários haverá a necessidade de uma tubulação específica
Luiz Eduardo Mendonça

Em edifícios residenciais há os pavimentos-tipo, e os locais de mesmo uso ficam na mesma prumada. Portanto, existe uma tubulação que alimenta especificamente esses ambientes, sejam banheiros ou cozinhas. “No sistema de água de reúso para vasos sanitários, haverá a necessidade de uma tubulação específica. Outra situação é aquela em que o projeto define medição individual de consumo para cada unidade habitacional; nesse caso, o desenvolvimento da tubulação é bem diferente do convencional”, esclarece Mendonça.

O desenvolvimento do diagrama da tubulação hidráulica deve tomar outros cuidados, como evitar conflito com a rede elétrica. “Alguns dados são trabalhados em conjunto, como o da bomba de recalque, na qual, após a determinação de sua vazão e altura manométrica, temos o motor que recebe alimentação elétrica”, completa.

PROJETO HIDRÁULICO DE PISCINAS

Equipamentos que não estão presentes em todo tipo de construção também podem influenciar o projeto hidráulico, como é o caso de piscinas. “Em termos de alimentação, a piscina necessita apenas de água de reposição, uma vez que, após ter sido cheia, ela é assim mantida. Há, evidentemente, um projeto específico para a casa de bombas, no qual são considerados o sistema de filtragem e eventual esvaziamento, entre outras ações”, diz.

EDIFICAÇÕES COMERCIAIS

De acordo com o especialista, tomando-se por base uma edificação comercial, os principais elementos que compõem o projeto hidráulico são as tubulações, as válvulas e as bombas. “Esses são os materiais básicos”, destaca. No memorial descritivo, o projetista responsável deve listar as informações sobre tamanho e espessura dos produtos, características que variam conforme o escoamento e os fluídos presentes em cada sistema. Por exemplo, enquanto o escoamento é pressurizado em tubulações de água fria, no encanamento do esgoto a condução acontece por gravidade.

No primeiro caso (caixa d’água superior abastecida por sistema de recalque) a distribuição para os pontos de consumo é feita por gravidade. Já no segundo (edificações sem reservatório superior), é realizada por pressurização por meio de um sistema de bombeamento e/ou tanques hidropneumáticos
Luiz Eduardo Mendonça

QUANDO INICIAR AS INSTALAÇÕES

Durante a execução do projeto hidráulico, a empresa projetista e a responsável pela instalação relacionam-se pouco. “A menos que sejam necessárias alterações significativas no projeto”, ressalta Mendonça. Qualquer tipo de alteração, pelo custo de um ou mais produtos previstos no memorial descritivo ou por sua indisponibilidade no mercado, deve ser aprovada pelo projetista.

Com o projeto pronto, a instaladora hidráulica é contratada no momento em que a obra se inicia, pois, assim, quando a primeira laje é concretada, a equipe já pode deixar as prumadas marcadas. Todos os serviços contratados em uma construção, não somente os hidráulicos, devem ser acompanhados de fiscalização próxima para que sejam aferidos os métodos construtivos, bem como a checagem de que os materiais empregados estão em conformidade com a especificação do projeto. “A verificação costuma ser feita por empresas gerenciadoras em obras de maior porte ou, nas de menor porte, por meio de um técnico especializado da própria construtora ou preposto direto do cliente”, afirma o engenheiro.

ENSAIOS PARA CORRIGIR EVENTUAIS FALHAS

Ao término das instalações, deve ser exigida a realização de ensaios, verificando as pressões nas tubulações de água fria e quente. Já nos tubos destinados a esgoto e águas pluviais, o mais importante é certificar que a fixação foi feita de forma correta e segura. No caso de falhas, é papel da instaladora providenciar o reparo.

Normas técnicas devem ser seguidas

Em paralelo à elaboração do projeto e execução da obra, o cumprimento das normas técnicas deve estar sempre presente. Segundo Mendonça, a ABNT apresenta diversas normas para o cálculo de tubulações, especificação de materiais, entre outros. Um exemplo é a ABNT NBR 5626 – Instalação predial de água fria.

Colaborou para esta matéria

luiz-eduardo-mendonca
Luiz Eduardo Mendonça – formado em engenharia elétrica pelo IME – Instituto Militar de Engenharia – e pós-graduado em Gestão da Qualidade pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Entrou na Álamo em 1995 como diretor responsável pelo desenvolvimento comercial, passou a diretor da filial de São Paulo e depois a vice-presidente operacional responsável pela gestão macro de todos os contratos da empresa. Atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente e responsável pela área comercial.