Quando trocar ou fazer a manutenção das esquadrias?
Dependendo do defeito, o ideal é adotar ações corretivas, afinal, a caixilharia é um dos elementos mais caros de uma obra. Há situações, porém, que envolvem patologia sem solução ou desejo de atualização
A vida útil das esquadrias pode ser longeva com a realização das manutenções preventivas ou corretivas (foto: shutterstock/noprati somchit)
Em projetos de retrofit de edifícios verticais ou casas, um dos elementos normalmente verificados e considerados para uma possível substituição são as esquadrias. Ou porque são muito antigas, ainda de aço e pesadas, ou por apresentarem patologias de correção onerosa. Mas, no dia a dia, por seu elevado valor em relação ao custo total da obra, o ideal é monitorar seu desempenho e atuar na manutenção dos componentes desgastados ou danificados.
“Quando falamos em esquadrias de alumínio, temos um produto eficiente e com ótima longevidade decorrente das propriedades do metal”, defende Luis Claudio Viesti, diretor-executivo da LM Viesti – Assessoria e Treinamentos, que qualifica esses caixilhos como produto de fácil conformidade com as normas técnicas. Independentemente do material – aço, alumínio, PVC ou madeira –, a norma técnica de desempenho NBR 15575 indica para as fachadas vida útil mínima de 40 anos e máxima de 60 anos. E estabelece que as esquadrias entre vãos devem alcançar entre 20 e 30 anos. “Já avaliamos por aí que as esquadrias são duradouras, desde que façamos as manutenções preventivas ou corretivas, de acordo com períodos pré-estabelecidos”, afirma.
Quando falamos em esquadrias de alumínio, temos um produto eficiente e com ótima longevidade decorrente das propriedades do metalLuis Claudio Viesti
No caso das esquadrias de alumínio, produto amplamente adotado pela construção civil, é comum que o contrato de fornecimento estabeleça os cuidados e procedimentos de inspeção. Esse roteiro está previsto no “Manual de uso e conservação” que, se obedecido fielmente, assegura o desempenho e a vida útil projetados. “O compromisso do consumidor com a manutenção das esquadrias deve ser semelhante ao que ele dedica ao seu carro, de acordo com o manual que as montadoras entregam junto com o veículo”, compara Viesti.
Esquadrias de alumínio padronizadas
Esquadrias de alumínio – fornecedores
Patologias
O compromisso do consumidor com a manutenção das esquadrias deve ser semelhante ao que ele dedica ao seu carro, de acordo com o manual que as montadoras entregam junto com o veículoLuis Claudio Viesti
A infiltração da água da chuva pelas janelas penetra e cria mofo nas paredes, causando danos à saúde dos moradores. Essa patologia pode ter várias causas, com destaque para o chumbamento inadequado do contramarco com frestas de massa; interface do contramarco com a alvenaria; e instalação das pedras de peitoris das janelas fazendo com que a água infiltre. “É preciso, em primeiro lugar, verificar de onde vem o vazamento, da esquadria ou de sua instalação”, diz. As soluções vão desde a retirada da janela para uma nova intervenção na vedação do contramarco, reinstalando-a em seguida, até a sua troca quando confirmados sérios vícios de fabricação.
“A produção de uma esquadria passa por várias etapas, exigindo cuidados de vedação entre os perfis e cortes de ângulos (45º ou 90º) que devem ser perfeitamente ‘encaixados’ e selados, evitando frestas que poderão causar futuras infiltrações. As guarnições e encaixes dos vidros também devem ser executados de forma eficaz, para evitar movimentações e deslocamentos”, explica Viesti.
Há, também, os defeitos que podem causar a entrada de água no ambiente, porém podem ser corrigidos. Um dos mais comuns é quando os rasgos de drenos nos trilhos inferiores não foram feitos, ou foram, mas de forma errada, instalados sob as folhas e não intercalados. Guarnições mal inseridas, principalmente borrachas que fazem a vedação entre o vidro e o caixilho, quando forem curtas ou interrompidas, facilitam a entrada da água da chuva, com a força do vento. “Mesmo que a janela não apresente problemas, mediante uma tempestade, o ideal é o usuário fechar e travar suas folhas, para que haja a solidarização do conjunto”, aconselha.
Por fim, os caixilhos podem apresentar danos irreparáveis, como o amassamento dos perfis de alumínio e defeitos no tratamento de superfície (pintura e anodização). A troca da caixilharia é inevitável quando não atinge o desempenho estabelecido em projeto, ou ainda, aquelas de tipologia ultrapassada. É comum, por exemplo, o condomínio atualizar todas as esquadrias dos apartamentos – de correr, de aço – pelas projetantes em PVC ou alumínio, mais leves, funcionais e de ótimo desempenho acústico e térmico. No caso de vãos muito amplos, será preciso avaliar, em projeto, as condições técnicas dessa escolha. Inclusive os aspectos arquitetônicos e estruturais do edifício, e as exigências dos ambientes em relação à iluminação, ventilação e cargas de vento.
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Colaboração técnica
- Luis Claudio Viesti – formado em Tecnologia da Construção civil e Engenharia de Desenvolvimento de Produtos. Professor por 15 anos de projetos na Escola Senai da Construção Civil e de cursos de especialização na Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de consultor técnico e treinamentos na Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (AFEAL). É diretor-executivo da LM Viesti – Assessoria e Treinamentos.