Resistência de membranas sintéticas é vantagem para impermeabilizações grandes
Elásticas e flexíveis, essas soluções suportam vibrações de locais sujeitos a movimentações e adaptam-se ao substrato de tanques, aterros, canais e lagoas de decantação
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
As membranas sintéticas e geossintéticas são mantas feitas com ligas elásticas que se adaptam com facilidade ao substrato em que são inseridas. Devido à sua propriedade flexível, são utilizadas na impermeabilização de locais sujeitos a movimentações e vibrações, de grandes reservatórios a coberturas com baixa inclinação.
As membranas são pré-fabricadas em diferentes tipos de materiais sintéticos, como PEAD, PVC, TPO, EPDM, entre outros. Mais leves do que a manta asfáltica, possuem resistência aos raios UV e a ataques químicos, garantindo total estanqueidade e proteção ao solo.
Instalação de membrana sintética em canal (Divulgação/ Sansuy S.A.)
ESPECIFICAÇÃO
As membranas geossintéticas, solução polimérica utilizada em obras geotécnicas e de proteção ambiental, devem ser especificadas para ficar em contato direto com o solo. “Elas têm resistência a produtos químicos maior do que as membranas comuns, sendo indicadas para aterros, canais e lagoas de decantação”, explica Rodrigo Humberto Fernandes Afonso, engenheiro civil da Firestone Building Products.
Elas (membranas geossintéticas) têm resistência a produtos químicos maior do que as membranas comuns, sendo indicadas para aterros, canais e lagoas de decantaçãoRodrigo Humberto Fernandes Afonso
“Já as membranas sintéticas comuns são mais utilizadas na impermeabilização de estruturas em concreto, silos, reservatórios metálicos, entre outros”, diferencia Paulo Rocha, engenheiro civil e coordenador técnico da Maccaferri América Latina.
APLICAÇÕES
Devido à sua permeabilidade extremamente baixa, as membranas também proporcionam proteção ao solo, permitindo canalizar materiais contaminantes e direcioná-los a um descarte correto. “Para atravessar 1 mm de espessura da membrana, a água levaria pelo menos 3 mil anos. Essa barreira estanque garante que o material contido não entre em contato com o solo e com o lençol freático”, esclarece Rocha.
Para impermeabilização de obras de grande porte com elevadas solicitações mecânicas, a opção mais recomendada é o PEAD. “Entre todas as opções, as membranas de PEAD são as que apresentam maior resistência à agressividade química e biológica, além de responderem melhor às solicitações de tração, perfuração e corte”, afirma Rocha. Em áreas muito extensas, também é recomendado o EPDM. “Disponíveis em rolos de até 15,24 x 60,96 m (929,03m²), eles evitam diversas emendas”, ressalta Afonso.
Vale ressaltar que, para impermeabilização de tanques de materiais altamente agressivos, como combustíveis, o uso de membranas sintéticas não é recomendado. Também há casos em que outras soluções são mais práticas e economicamente mais viáveis. “Para impermeabilização de fundações e de muros e paredes em contato com o solo, a aplicação de pinturas à base de emulsão asfáltica resolve o problema sem maiores complicações”, pondera Rocha.
Para atravessar 1 mm de espessura da membrana, a água levaria pelo menos 3 mil anos. Essa barreira estanque garante que o material contido não entre em contato com o solo e com o lençol freáticoPaulo Rocha
CUIDADOS NA INSTALAÇÃO
A instalação das membranas exige equipamentos e técnicas específicas, além de diversos testes para garantir a estanqueidade. Para cada tipo de material, é elaborado um sistema construtivo. “O TPO sofre reação física na termofusão entre as membranas. Já o EPDM reage com primers para a soldagem à frio”, exemplifica Afonso.
“Após a realização dos devidos processos de verificação na aplicação do material, a barreira estará apta a funcionar, sem a necessidade de tratamentos específicos”, ressalta Rocha.
DEMANDA NO MERCADO
Com as certificações de sustentabilidade, como o LEED e o AQUA-HQE, a procura por membranas sintéticas e geossintéticas aumentou. Ecologicamente corretos, os materiais garantem pontuações nos sistemas de certificações dos projetos.
“As membranas minimizam a utilização de recursos naturais e geram economia, principalmente pela maior facilidade em seu transporte e instalação”, contextualiza Rocha.
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Colaboração técnica
- Paulo Rocha – engenheiro civil graduado pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e pós-graduado em gerenciamento de projetos PMI pelo SENAC. É professor adjunto de Mecânica dos Solos, Obras de Terra e Introdução à Engenharia Civil na Faculdade Padre Anchieta e coordenador técnico da Maccaferri América Latina, onde presta suporte técnico para engenheiros, projetistas, técnicos e clientes da empresa, além de atuar no desenvolvimento e na criação de ferramentas técnicas relacionadas às soluções em gabiões e geossintéticos.
- Rodrigo Humberto Fernandes Afonso – engenheiro civil da Firestone Building Products. É formado na Fundação Educacional Inaciana (FEI).