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Retrofit de iluminação oferece eficiência energética e operacional

Em alguns casos é necessária a substituição dos equipamentos. Em outros, é necessário o desenvolvimento de novo projeto luminotécnico. Ainda assim, muitas vezes a economia de energia paga o investimento inicial

Publicado em: 01/07/2013Atualizado em: 22/08/2013

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Retrofit IluminaçãoAplicado à iluminação, o conceito de retrofit significa modernizar o sistema existente, com a devida substituição de equipamentos como lâmpadas, reatores e luminárias por outros com tecnologias mais avançadas e eficientes. É recomendado, principalmente, quando a instalação está obsoleta, apresentando desempenho luminotécnico inadequado e consumo de energia excessivo.

“A própria economia de energia gerada com a modernização do sistema de iluminação pode pagar o investimento inicial”, explica a arquiteta Juliana Iwashita Kawasaki, diretora da Exper Soluções Luminotécnicas. A profissional ressalta que a simples troca dos equipamentos pode não ser a solução quando o sistema encontra-se em estado precário. Nesses casos, será necessário o desenvolvimento de um novo projeto luminotécnico.

Interferências nas instalações elétricas também podem ser necessárias. “Dependendo do que for diagnosticado, o retrofit pode exigir modernização ou alteração no sistema elétrico do local, mas normalmente o conceito envolve a mudança sem a troca de elementos estruturais da instalação”, esclarece Marcos de Oliveira Santos, gerente de Produto para a linha profissional da Osram.

Projeto

“O retrofit ou substituição das fontes de luz e/ou luminárias por equipamentos mais modernos e a incorporação de controles com, por exemplo, dimerização, possibilita aos usuários economizar energia, economizar recursos e adaptar a luz a um maior nível de conforto”, observa Isac Roizenblatt, diretor-técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).

A elaboração do projeto destinado a atender essas necessidades envolve a avaliação de uma série de itens. Segundo Marina Steagall, diretora de Marketing e Produtos da Philips, é importante conhecer as necessidades do ambiente e as características dos equipamentos. Por exemplo, quantas horas por dia as luzes devem permanecer acesas e as atividades que são realizadas no local. Quando aos componentes, analisa-se o rendimento e custos de manutenção e reposição.

“Em alguns casos o custo de manutenção é tão alto que vale a pena investir em uma tecnologia de longa vida. Esse é o caso de hotéis, onde as luzes ficam acesas o dia inteiro e as lâmpadas são trocadas com frequência, com alto custo de manutenção. O LED se torna uma solução interessante com o retorno de investimento em curto prazo”, exemplifica.

A especialista Juliana Iwashita chama a atenção para a necessidade do cumprimento de requisitos técnicos. Em ambientes de trabalho, o sistema de iluminação deve ser projetado para atender as recomendações da norma NBR ISO 8995-1:2013, informa. “Assim, deve considerar além da adequação dos níveis de iluminância, os aspectos relacionados ao controle de ofuscamento, reprodução e temperatura de cor.”

Qualidade

Em vigor desde abril deste ano, a NBR ISO 8995-1:2013 - Iluminação de ambientes de trabalho, substituiu as normas NBR 5382:1985 - Verificação de iluminância de interiores e NBR 5413:1992 - Iluminância de interiores. O novo texto especifica os requisitos de iluminação para locais internos de trabalho, além de requisitos para que as pessoas possam desempenhar tarefas visuais de maneira eficiente, com conforto e segurança.

LED

À demanda por modernização dos sistemas, a indústria da iluminação tem respondido com inovações cada vez mais frequentes. O LED é talvez a novidade mais celebrada dos últimos anos. E não é para menos. Lâmpadas que usam a tecnologia geram economia de energia de até 85%, em comparação com os modelos convencionais. A durabilidade chega a ser 25 vezes maior. Além disso, destaca Marina Steagall, da Philips, o LED traz outras vantagens, como a possibilidade de controlar a luminosidade, o direcionamento e a cor.

“No entanto, temos de ter cautela, pois existem muitos produtos no mercado e nem todos atendem aos quesitos básicos de nível de luminosidade, qualidade e durabilidade. O fato de ser LED não garante que é um bom produto”, alerta Marina.

Para Juliana Iwashita, da Exper Soluções Luminotécnicas, o problema é que há desconhecimento sobre a qualidade e o real desempenho dos equipamentos. As lâmpadas de LED, acredita, podem ser uma boa opção para o retrofit. Mas não, necessariamente a melhor alternativa em todas as situações. Apenas uma especificação apurada, que leve em conta os dados dos produtos, as características da instalação e relacione investimento, economia de energia e vantagens de cada sistema poderá indicar a melhor solução, afirma.

Tecnologias

Outros produtos que podem ser empregados em projetos de retrofit são lâmpadas fluorescentes de extralonga duração, como a T5 e a T8 com até 90 mil horas de vida. De acordo com Marcos de Oliveira, da Osram, lâmpadas de multivapores metálicos com tubo de quartzo têm como substitutos modelos de tubo cerâmico com vida estendida e reprodução de cores melhorada. Já as incandescentes podem ser trocadas por halógenas Energy Saver com base de rosca E27.

A alternativa para as lâmpadas dicróicas, que assim como as incandescentes são bastante utilizadas em residências, são os modelos em mesmo formato em LED, indica Isac Roizenblatt, da Abilux.

Além da substituição dos equipamentos, o retrofit geralmente envolve também a incorporação de controles de iluminação, tais como sensores de presença, temporizadores, dimerizadores e sistemas de automação.

É bom saber

Reator – Dispositivo que regula a corrente e a tensão nas lâmpadas de descarga (lâmpadas fluorescentes, a vapor de sódio e metálicas). Os mais modernos e com menor consumo de energia são os eletrônicos. Alguns são dimerizáveis.

LED – Light emitting diode, na sigla em inglês. Trata-se de um diodo semicondutor que, quando energizado, emite luz visível.

Fluorescentes T – O código indica lâmpadas em formato tubular. Já os números, o diâmetro em oitavos de polegada. Segundo a classificação comercial utilizada pelos fabricantes, a T5 tem 16 mm e a T8, 26mm. As duas são consideradas de nova geração por serem mais eficientes.

Halógenas Energy Saver – São consideradas incandescentes melhoradas. O formato inclusive é idêntico ao das lâmpadas tradicionais. Porém, a durabilidade é superior. Alguns modelos podem durar até cinco vezes mais.

Fonte: Osram, Philips e Abilumi (Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação)

Colaboraram para esta matéria

Juliana Iwashita Kawasaki – Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), mestre em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP). Membro do Cobei, CB-3, onde atua como coordenadora da Divisão 03:034.04 - Aplicações luminotécnicas e medições fotométricas. Membro da CIE Brasil, IESNA; ASBAI. Coautora do livro Guia: O Setor Elétrico de Normas Brasileiras. Palestrante e professora de cursos de pós-graduação em Iluminação. Diretora da EXPER Soluções Luminotécnicas, empresa especializada em ensaios laboratoriais, treinamentos, projetos e consultorias na área de iluminação e eficiência energética.
Marina Steagall – Diretora de Marketing e Produtos de Iluminação da Philips para América Latina. Marina Steagall ingressou na Philips do Brasil em janeiro de 2001 e, atualmente, comanda as equipes de Marketing e Produtos de Iluminação em toda a América Latina. Nos últimos 13 anos, desenvolveu e liderou projetos de inovação e de novos negócios, nas áreas de Marketing, Vendas e Operações, acumulando experiências internacionais nos EUA e países do EMEA (sigla em inglês, Europa, Oriente Médio e Ásia), região na qual ocupou a posição de diretora de Marketing. Marina é bacharel em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e recebeu o título de MBA pela Universidade de San Diego (EUA), com intercâmbio na Universidade de Sorbonne (França).
Marcos de Oliveira Santos – Engenheiro eletricista, graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) e atua na OSRAM há mais de 20 anos. Ao longo de sua carreira na empresa já trabalhou nas áreas de Vendas, Exportação, Processos e Marketing no Brasil, Alemanha, Equador e Colômbia. Hoje, é gerente de Produto para a linha profissional da OSRAM.
Isac Roizenblatt – Engenheiro e diretor Técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux).