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Saiba como aplicar o revestimento decorativo monocamada (RDM)

desempenho do revestimento decorativo monocamada na obra. Saiba mais

Publicado em: 16/07/2012Atualizado em: 27/06/2019

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Redação AECweb / e-Construmarket

Revestimento monocamada pede projeto

O revestimento decorativo monocamada (RDM), produzido no Brasil há pouco mais de dez anos, evoluiu na sua formulação e conquistou fatias do mercado da argamassa convencional para fachadas de edificações de todos os padrões. Seu custo-benefício decorre do ganho de prazo e economia na locação de equipamentos como andaimes e balancins. “A monocamada é uma argamassa cimentícia constituída pela mistura homogênea de materiais básicos, que podem variar em função das condições e locais de utilização, e também do fabricante. São eles, o cimento branco estrutural; agregado proveniente de dolomita; cal hidratada; pigmentos minerais inorgânicos; e aditivos retentores de água, incorporadores de ar, fungicidas e plastificantes”, diz a engenheira Rosa Maria Crescencio, mestre pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Laboratório de Ensaios Tecnológicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).


 

Pigmentado e próprio para receber acabamento, o revestimento decorativo monocamada elimina algumas etapas de produção e, segundo a engenheira, deve cumprir as mesmas funções do revestimento tradicional. “No quesito resistência de aderência, o sistema deve atender às exigências das normas nacionais vigentes aplicadas ao revestimento tradicional”, diz, acrescentando que atualmente há uma comissão que prepara o texto da norma técnica para a monocamada.

 


APLICAÇÃO

Uma camada de pequena espessura do produto é aplicada sobre substratos porosos em geral, preferencialmente sobre alvenaria estrutural que apresenta maior planicidade e prumo nas fachadas, mas também pode ser usado em construções com estruturas reticuladas de concreto. A engenheira não recomenda o uso em parede de tijolo de barro. O acabamento da superfície pode ser raspado do tipo travertino, chapiscado e alisado.

Revestimento monocamada pede projeto

A base que receberá o RDM deve ser submetida a uma limpeza completa, eliminando os materiais pulverulentos, produtos químicos e quaisquer pontos de incrustação que possam afetar a aderência com o revestimento. É necessário, ainda, eliminar irregularidades superficiais, como depressões, furos, rasgos e eventuais excessos de argamassa das juntas de alvenaria. As estruturas de concreto devem ser escovadas, lavadas e previamente chapiscadas, antes de receber o revestimento monocamada.


APLICAÇÃO MANUAL

É fundamental que a aplicação seja feita de acordo com técnica adequada que, segundo Rosa Maria, pode ser manual ou por projeção mecânica: “A aplicação manual será feita em duas demãos: a primeira deverá ser aplicada estendendo-se metade da espessura do revestimento decorativo monocamada, que deve ser estriada e apertada sobre a base com régua denteada; em seguida, a segunda demão deve ser alisada com desempenadeira, régua ou raspador.


Para aplicação por projeção mecânica, é empregado o misturador de eixo horizontal e equipamento que bombeia a argamassa pela mangueira de projeção. A execução da espessura inicial é feita em movimentos circulares, que deve ser estriada e apertada sobre a base com régua denteada. Em seguida, é aplicada a segunda demão, mais espessa, em movimentos vaivém. Esta demão deve ser regularizada com uma régua, estriada e, em seguida, alisada”.


PROJETO


De acordo com Rosa Maria Crescencio, a opção pelo sistema monocamada não dispensa o projeto de revestimento da fachada, responsável pela análise do comportamento da estrutura e a geometria do edifício. “O projeto deve conter informações e detalhamentos construtivos dos pontos que necessitam de prevenção ante eventuais patologias. Além de contemplar o emprego de reforços, juntas nos revestimentos, e o planejamento da produção do revestimento etapa por etapa”, diz, ressaltando que o surgimento de patologias decorre de um conjunto de fatores, envolvendo especificação de materiais e técnicas de execução.


Assim, um dos benefícios da monocamada que é a proteção eficiente da fachada contra infiltração de água dependerá da execução de acordo com as especificações de projeto. “A possibilidade de o sistema apresentar fissuras ao longo do tempo em função da movimentação da base pode ser evitada adotando-se um projeto de revestimentos que deve conter o posicionamento das juntas e reforços com telas”, destaca Rosa Maria.


PROBLEMAS COMUNS


As patologias mais comuns da monocamada são as diferenças de tonalidade no acabamento e o acúmulo de fuligem na superfície do revestimento. “Para impedir a diferença de tonalidade, o ideal é escolher um tipo de acabamento superficial que minimize este fator e respeitar a quantidade de água e tempo de mistura da argamassa no momento da aplicação”, ensina. E por ter acabamento superficial mais rústico, é natural que a fuligem fique depositada, o que é solucionado com um plano de limpeza das fachadas.

LIMITES IDEAIS

A espessura da monocamada varia de 15 mm a 30 mm. “Espessuras maiores poderiam inviabilizar o sistema do RDM por conta do custo”, alerta a professora. De acordo com a norma técnica, a argamassa convencional deve ter espessura entre 20 mm e 30 mm – é recomendado o limite superior quando o acabamento for pintura.


Redação AECweb / e-Construmarket


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Revestimento monocamada pede projeto Rosa Maria Crescencio é engenheira civil e mestre em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). É coordenadora do Laboratório de Ensaios Tecnológicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).