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Saiba como comprar um elevador de cremalheira adequado às necessidades da obra

O usuário deve atentar à legislação vigente e também ao tipo de material a ser transportado e ao peso da carga, pois há no mercado equipamentos com capacidade para 1.000, 1.500 e 2.000 kg

Publicado em: 21/05/2018Atualizado em: 03/06/2021

Texto: Redação PE


 A NBR 16.200 normatiza a fabricação de elevadores de cremalheira no Brasil (Divulgação/ Metax)

O elevador de cremalheira, equipamento utilizado para elevar pessoas e materiais em obras verticais, requer alguns cuidados antes de ser especificado. O primeiro aspecto refere-se à legislação que rege esses equipamentos: a NR 18 e a NBR 16.200, da ABNT, que normatizam a fabricação e o uso no Brasil, e a NR 12, que trata das questões de segurança no trabalho. O problema é que essas normas não “conversam” entre si, provocando interpretações diferentes por parte dos fiscalizadores.

De acordo com Paulo Carvalho, diretor da Locabens e vice-presidente da Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (Alec), a consequência é a divergência entre fabricantes de diversos Estados, com a produção de elevadores diferentes. “Isso ocorre devido a um fator histórico. As normas brasileiras ficaram muito tempo sem ser atualizadas, e o Ministério do Trabalho sentiu a necessidade de regulamentar o uso dessas máquinas. O problema é que, além de normatizar, começou a compor diretrizes técnicas para a estrutura delas, providência que não deveria estar no escopo desse ministério, mas que foi necessária porque a norma de uso não atendia [às necessidades]”, relata Carvalho.

Quando a NBR 16.200 foi instituída, os fabricantes identificaram uma série de itens que não condiziam com pontos das outras normas. “Mesmo com toda essa confusão, a NR tem força de lei, superior à norma técnica, por isso o usuário precisa estar atento a todos os aspectos da legislação ao adquirir um elevador de cremalheira, averiguando se ele atende à complexidade das normas de segurança para travas, portas, cancelas, pavimentos, grades etc. O locador precisa documentar para o cliente que o equipamento atende a todas as normas”, explica Carvalho.

UTILIZAÇÃO MAIS COMUM

No Brasil, os elevadores de cremalheira são amplamente usados, principalmente, para elevação de materiais. Por isso, outro aspecto determinante para a escolha relaciona-se ao tipo de carga que será transportado e ao seu peso. Há elevadores com capacidade para 1.000, 1.500 e 2.000 kg. Portanto, se a finalidade for apenas transportar cargas leves (ou pessoas), um elevador com baixa capacidade pode atender à necessidade.

A NR tem força de lei, superior à norma técnica, por isso o usuário precisa estar atento a todos os aspectos da legislação ao adquirir um elevador de cremalheira, averiguando se ele atende à complexidade das normas de segurança
Paulo Carvalho

Mas em casos onde não é possível contar com o trabalho de gruas para o transporte de blocos e materiais mais pesados é necessário um elevador com maior capacidade de carga, mais rápido e que tenha cabine com largura interna suficiente para acomodar peças com tamanho e peso variados. Tudo isso deve ser previsto no planejamento logístico da obra, para evitar surpresas e problemas relacionados à segurança.

A torre do elevador cremalheira é presa ao longo da estrutura do prédio, mas, eventualmente, há alguns pontos que exigem atenção especial, como uma varanda com maior ou menor comprimento. “Essas particularidades devem ser informadas e bem administradas tecnicamente pela empresa responsável pelo fornecimento e pela instalação do elevador”, observa o vice-presidente da Alec.

ESPECIFICAÇÃO

Carvalho recomenda que o locador de elevadores cremalheira, assim que tiver a cotação aprovada, elabore um projeto contendo orientação para o posicionamento do elevador de forma a evitar problemas durante a montagem e a desmontagem e para uma instalação mais lógica e adequada ao uso. “Os equipamentos precisam de planejamento para ser utilizados, devendo enquadrar-se no contexto logístico da obra como um todo”, ele alerta.

Os equipamentos precisam de planejamento para ser utilizados, devendo enquadrar-se no contexto logístico da obra como um todo
Paulo Carvalho

Alguns elevadores possuem cabine com largura interna de 1,30 metros, o que impossibilita a acomodação segura de um palete de blocos, que normalmente mede 1,20 metros. Carvalho conta que já viu o palete ser desmanchado para poder ser transportado dentro do elevador de cremalheira, o que gerou perda de tempo. “Para evitar essa situação, o ideal é que o elevador tenha, no mínimo, 1,40 metros de largura interna, pois além do material, o operador também pode estar embarcado”, orienta.

A velocidade do elevador é outro aspecto importante. O mercado está acostumado a utilizar elevadores com velocidade entre 25 e 30 m/min. Mas no Brasil, especialmente nas capitais, há prédios com altura superior a 60 m e mais de 15 andares. Assim, o elevador pode ficar lento e com baixa produtividade. “Em razão disso, hoje, é possível encontrar no mercado elevadores de cremalheira com velocidade entre 50 e 60 m/min, ou seja, com o dobro da rapidez anteriormente fornecida”, informa Carvalho. Para ele, um elevador com alta velocidade, embora tenha custo superior, garante boa produtividade logística no canteiro de obras.

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COLABORAÇÃO TÉCNICA

Paulo Carvalho, diretor da Locabens e vice-presidente da Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (Alec)