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Saiba como escolher chapas para paredes de drywall

Características ambientais e requisitos de desempenho, como isolamento acústico e capacidade de suporte de cargas, influenciam a especificação de paredes de drywall

Publicado em: 15/03/2022Atualizado em: 30/10/2023

Texto: Juliana Nakamura

Casa com paredes de drywall
As chapas de gesso devem ser produzidas de acordo com a ABNT NBR 14715 (Foto: Robert Kneschke/Shutterstock)

Alternativa à convencional alvenaria com blocos de concreto ou cerâmicos, as paredes de drywall são uma solução construtiva industrializada, associada à maior velocidade de execução e à garantia de desempenho.

No Brasil, esse sistema começou a ser impulsionado a partir dos anos 1990, com a instalação de fábricas de chapas de gesso para drywall no país. Com o passar dos anos, essa solução ampliou sua inserção nos segmentos comercial e residencial, sobretudo em construtoras que perceberam nessa tecnologia uma resposta à necessidade de reduzir mão de obra no canteiro e o custo de assistência técnica.

Há, ainda, outros ganhos que justificam o interesse por essa tecnologia como o ganho de área útil que pode chegar a 4%, a precisão geométrica e a possibilidade de modular o desempenho acústico, mecânico e de resistência ao fogo em função da exigência de cada projeto. Com isso, as aplicações das paredes de drywall são variadas, de residências a salas de cinema, passando por escritórios e espaços comerciais.

PRINCIPAIS COMPONENTES

As paredes de drywall são constituídas por uma estrutura de perfis de aço galvanizado onde são parafusadas, em ambos os lados, chapas de gesso. O sistema é complementado por massas e fitas para acabamento das juntas, essenciais para evitar o aparecimento de trincas. Há, ainda, elementos de fixação específicos, como buchas, parafusos e rebites metálicos, além dos materiais isolantes, como lã de vidro e de rocha, que podem preencher o vão formado entre duas placas de gesso.

A especificação da parede deve seguir algumas diretrizes previstas em normas técnicas
Carlos Roberto de Luca

“A especificação da parede deve seguir algumas diretrizes previstas em normas técnicas”, destaca Carlos Roberto de Luca, gerente técnico da Associação Drywall. Entre elas, ele cita a espessura dos perfis estruturais (48, 70 ou 90 mm) e o espaçamento entre os perfis verticais ou montantes, que deve ser de 400 ou 600 mm, em paredes retas.

O projeto deve determinar se a estrutura deverá ser executada com montantes simples ou duplos, assim como a tipologia de chapas. Há ainda, a necessidade de definir a quantidade de placas que formarão as paredes, assim como o uso de lã isolante no interior.

DRYWALL REFORÇADO

As chapas de gesso devem ser produzidas de acordo com a ABNT NBR 14715:2011. Para paredes de vedação internas, há três tipos de placas disponíveis no mercado: standard, resistente à umidade e resistente ao fogo.

Conhecidas por sua tonalidade verde, as placas de drywall resistentes à umidade possuem elementos hidrofugantes sendo indicadas para uso em banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Entre os produtos que se encaixam nessa categoria está a Trevo Drywall RU, disponível na espessura de 12,5 e 15 mm. Acesse esse link para obter informações e cotação de preço desse e de outros produtos.

Já para aplicações que demandam maior tempo de resistência ao fogo, como saídas de emergência e escadas enclausuradas, uma solução é a chapa Trevo Drywall RF, que pode ser utilizada em paredes, revestimentos e forros em áreas secas. Clique aqui para obter mais detalhes.

Mais recentemente a indústria passou a disponibilizar também placas de drywall com propriedades especiais. Esse é o caso da Hardboard, que recebe a adição de fibra de vidro à sua alma de gesso, o que lhe confere maior dureza superficial. Por isso, ela é indicada para aplicação em áreas com alta concentração e circulação de pessoas, como escolas, hospitais, clubes, entre outras.

Outro exemplo de placa reforçada é a Glasroc X, desenvolvida para uso em vedações externas com véu de vidro, aditivos e polímeros. Diferente das chapas tradicionais, esse produto possui resistência a intempéries, à umidade e aos raios UV, além de elevada estabilidade dimensional. Clique aqui para obter mais informações e cotação de preços.

O drywall pode ser utilizado, também para blindar ambientes onde funcionam máquinas de raios-X para diagnóstico (em hospitais, consultórios médicos e odontológicos). A chapa Safeboard foi desenvolvida para essas situações, impedindo a passagem da radiação para outros cômodos. Adicionalmente, o produto apresenta alta dureza, isolamento acústico e resistência ao fogo.

PAREDES ACÚSTICAS

Diferentes tipologias de paredes podem ser compostas com drywall. A standard é formada pelo aparafusamento de uma ou mais chapas em perfis de aço galvanizado. O espaço interno criado entre as placas cria um vazio por onde passam instalações elétricas e hidráulicas.

Outra tipologia recorrente é a de paredes acústicas, montadas a partir de duas linhas de estruturas independentes e lã mineral no interior do vão entre as chapas. Como referência, uma parede composta por chapas duplas de 12,5 mm oferecem isolamento equivalente ao de uma construída com blocos maciços com 90 mm de espessura.

Para projetos que almejam alta performance acústica, uma solução é a chapa GypSOM. Disponível com bordas rebaixadas ou quadradas, ela possui perfurações por toda sua superfície que garantem excelente absorção e reflexão do som ambiente. No Guia de Produtos de AECWEB você pode conferir informações complementares.

A lã mineral Wallfelt pode ser aplicada em paredes de sistemas de construção a seco, como drywall e light steel frame. O produto pode ser usado em todos os tipos de edificação, garantindo isolamento termoacústico ao ambiente, reduzindo o consumo de energia elétrica com aparelhos de climatização.

PAREDES CURVAS

Quando bem especificada e montada, uma parede de drywall pode receber bancadas embutidas, equipamentos como TV e ar-condicionado tipo split, além de armários e móveis suspensos. Contudo, para paredes executadas com chapas convencionais, uma recomendação é que as cargas não ultrapassem 60 kg/m².

Mais recentemente, começaram a surgir no mercado produtos capazes de ultrapassar esse limite. É o caso da Hábito, placa indicada para paredes onde serão instalados objetos Segundo o seu fabricante, além de elevado desempenho acústico, o produto é nove vezes mais resistente que as chapas convencionais e suporta fixação na parede de até 100 kg por ponto, dispensando reforços.

Se em algumas situações de projeto a prioridade é garantir resistência, em outras a demanda principal pode ser leveza. Isso acontece, por exemplo, em projetos com paredes curvas. Nesses casos, o raio mínimo de curvatura depende do tipo e da espessura da placa de drywall, bem como do processo de montagem em obra.

Delgada, a chapa Flexboard foi desenvolvida para permitir a execução de curvas em paredes, tetos e revestimentos. Indicada para interiores, permite a obtenção de raio de curvatura de 1 m para aplicação a seco e de 30 cm, após umedecimento da chapa.

CUIDADOS NO CANTEIRO

A Associação Drywall lista algumas boas práticas para estocagem, transporte e manuseio de placas de drywall nas obras.

As chapas devem ser empilhadas sobre apoios de no mínimo 5 cm de largura espaçados a cerca de 40 cm. Além disso, no transporte dos produtos, os pallets deverão ter cantoneiras de proteção nos pontos em contato com cordas e fitas de amarração. Por fim, nos locais potencialmente sujeitos à umidade, as chapas deverão ser protegidas com lona plástica.

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