Saiba como escolher os equipamentos corretos para fresagem de pavimentos
Fresadoras de diferentes portes e tamanhos estão disponíveis no mercado. Veja quais as máquinas mais adequadas para cada etapa do trabalho
Fresadora trabalhando em rodovia (Divulgação/ Ciber)
Fresagem é a técnica aplicada para restaurar pavimentos deteriorados e solucionar problemas no asfalto, sem a necessidade de altear calçadas e sistemas de drenagem pluvial. Embora no Brasil ainda se dê pouca importância para a restauração de pavimentos, esse cuidado é necessário, já que as vias são projetadas e construídas para propiciar um tráfego confortável, seguro e econômico. Quando o revestimento não atende mais a essa finalidade, deve ser restaurado.
Basicamente, a técnica consiste em desbastar o pavimento com equipamentos que possuem cortador giratório de ângulos diversos ou várias freses, em movimentos giratórios contínuos. Utiliza também equipamentos com pré-aquecimento do pavimento para facilitar o desbaste. Esses procedimentos deram origem a dois sistemas: fresagem a frio, realizada em temperatura ambiente, sem o pré-aquecimento do pavimento; e fresagem a quente, utilizada como parte do processo de reciclagem in situ a quente, onde se faz o pré-aquecimento.
FRESADORAS DE DIFERENTES PORTES
Valmir Bonfim, diretor da DVS Fresagem e autor do livro Fresagem de Pavimentos Asfálticos, da Exceção Editorial, explica que as fresadoras são subdivididas em vários portes e tamanhos, sendo que os menores se destinam a arremates e diversas interferências existentes nos pavimentos. “Elas são capazes de fazer arremates que antes eram difíceis de ser executados. As fresadoras compactas são versáteis e fazem pequenas intervenções, como remendos, acabamentos ao redor de tampões de ferro e junto a sarjetas”, diz Bonfim.
Já as fresadoras de médio porte são aplicadas em fresagem de pequenas e grandes áreas, geralmente com bom desempenho e sem muitas interrupções no trabalho, por apresentarem maior versatilidade em manobras. Possuem correia transportadora para o carregamento do material fresado em caminhões basculantes, ao mesmo tempo que executam a fresagem.
As fresadoras de grande porte possuem cilindro fresador com ampla largura para trabalhar em locais livres de interferências, como em ruas largas, grandes avenidas e rodovias. “Por serem máquinas grandes, os operadores devem evitar fazer manobras com o equipamento, o que seria prejudicial tanto do ponto de vista da produtividade quanto dos problemas que ele pode causar ao trânsito local, apesar da evolução quanto ao sistema de manobras”, explica Bonfim.
FROTA OPERACIONAL
Eliéder Marques, engenheiro coordenador no Grupo Sanson, informa que a recuperação de pavimento com substituição da camada asfáltica está dividida em duas etapas: fresagem e posterior recomposição do pavimento. Na primeira, a fresadora executa o corte ou desbaste da camada de pavimento asfáltico existente e, em seguida, as minicarregadeiras com vassoura mecânica varrem os resíduos (pedras e pedriscos). Depois, o caminhão pipa abastece o reservatório de água da fresadora e faz-se a lavagem da obra e limpeza dos equipamentos. Por fim, o caminhão basculante transporta o material fresado. “Já o compressor de ar retira os resíduos após a varrição, e a serra clipper é aplicada em corte e arremate dos bordos das caixas após a fresagem”, relaciona.
Na segunda etapa, de recomposição do pavimento, é feita a aplicação do asfalto com a utilização de vibroacabadora e a compactação com rolo vibratório e rolo de pneus. “Nessa etapa, um caminhão espargidor aplica a emulsão asfáltica ligante, ainda antes da cobertura de asfalto, para garantir aderência à base preexistente”, acrescenta.
OPERAÇÃO
Os equipamentos possuem componentes apropriados para as necessidades de fresagem, como o cilindro fresador, um tambor rígido construído em aço especial conhecido também como rolo fresador ou tambor fresador. Ele gira em alta rotação e, quando colocado para cortar, inicia o desbaste de espessura do pavimento.
Os dentes de corte, ou ferramentas de corte, são as pontas que agem diretamente no pavimento, fazendo o desbaste. Esses componentes contam com um anel cilíndrico envolvendo sua base, de modo que possam girar livremente durante o processo de fresagem e provocar um desgaste uniforme.
Já a correia transportadora é utilizada para fazer a elevação do material e lançamento, simultaneamente à operação, em caminhões basculantes. Quase todas as fresadoras possuem correia transportadora, com exceção de alguns equipamentos de pequeno porte, que deixam o material fresado na pista.
Marques informa que, no controle da qualidade, é feito o acompanhamento do nivelamento do pavimento fresado, por isso é preciso utilizar equipamentos em bom estado de conservação e manutenção. “Na aplicação do pavimento também é necessário acompanhamento técnico e de controle de qualidade efetivo, desde a usinagem até a conclusão da aplicação”, explica.
MODALIDADES DE FRESAGEM A FRIOFresagem contínua – feita na largura total da pista, com a utilização predominante de equipamento de grande porte, podendo ser empregados equipamentos de pequeno e médio porte para acabamentos, em áreas limitadas por canteiros, dispositivos de drenagem e outros. Fresagem para correção da inclinação do pavimento – feita para correção ou alteração das inclinações transversal e longitudinal do pavimento existente, sendo frequente em obras de duplicação de rodovia. Fresagem de arremate – realizada no entorno de interferências (boca de lobo, tampão de caixa de visita etc.), geralmente com equipamento de pequeno porte, em complementação à fresagem executada com equipamento de grande porte. Sua aplicação é mais frequente em segmentos de travessias urbanas. Fontes: |
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COLABORAÇÃO TÉCNICA
Eliéder Marques, engenheiro coordenador no Grupo Sanson
Valmir Bonfim, diretor da DVS Fresagem e autor do livro Fresagem de pavimentos asfálticos