Saiba como especificar painéis de ACM para fachadas comerciais
Espessura, matéria-prima, acabamento superficial e tipo de fixação são fatores a serem considerados na hora de escolher o revestimento de alumínio composto

Os painéis de ACM podem ser instalados em fachadas com sistemas de juntas abertas (fachada ventilada) e fechadas. (foto: Gena Melendrez/ Shutterstock)
Os painéis de alumínio composto se consolidaram, nos últimos anos, como uma das soluções mais recorrentes e versáteis para o revestimento de fachadas comerciais. O interesse pelo ACM (sigla que se refere ao termo em inglês Aluminum Composite Material) se explica por características como leveza, maleabilidade, rapidez de montagem e facilidade de manutenção.
Veja no Portal AECweb fornecedores de fachadas de alumínio composto
Os painéis de ACM são compostos por duas chapas de alumínio e por um núcleo de polietileno. A especificação desse material deve atender aos requisitos da ABNT NBR 15.446:2006 – Painéis de chapas sólidas de alumínio e painéis de material composto de alumínio utilizados em fachadas e revestimentos arquitetônicos – Requisitos.
Veja também:
Melhores práticas na gestão de suprimentos na Construção Civil
Segundo a arquiteta Magda Reis, consultora da Abal (Associação Brasileira do Alumínio), a especificação desse material deve se pautar na análise de quatro pontos principais. O primeiro deles é a matéria-prima que compõe o núcleo do painel, que pode ser combustível (polietileno de baixa densidade), resistente ao fogo (polietileno com carga mineral) ou incombustível (mineral).
Ambientes expostos à salinidade e a agentes químicos devem empregar uma liga mais resistente, como a 5005 H34Magda Reis
A seleção do ACM deve considerar, ainda, diferenças entre as ligas utilizadas por diferentes fabricantes e que implicam em desempenhos diferenciados quanto à resistência mecânica e à corrosão. Painéis produzidos com liga 3104 H24, por exemplo, são indicados para aplicações sob condições climáticas normais. “Ambientes expostos à salinidade e a agentes químicos devem empregar uma liga mais resistente, como a 5005 H34”, explica a consultora da Abal.
Leia também: É preciso conhecer as normas técnicas
ACABAMENTOS E DIMENSIONAMENTO
Outro fator a ser considerado na comparação entre painéis de ACM é o acabamento superficial, que tem estreita relação com a durabilidade do revestimento.
“Para uso arquitetônico, são recomendados revestimentos de alta tecnologia, com excelente estabilidade de cor e alta resistência a intempéries, raios ultravioletas, agentes externos. Esse é o caso das tintas à base de PVDF (polivinilideno fluorado), fornecidas com até 20 anos de garantia”, diz Reis.
Os acabamentos, aliás, são um foco de desenvolvimentos da indústria de painéis de alumínio composto. Essa evolução permitiu a existência de produtos que reproduzem padrões amadeirados, com tratamento nanotecnológico antipichação e autolimpantes.
Os painéis de ACM são produzidos com larguras padrão de 1250 mm e de 1500 mm e comprimento de até 6 mil mm. As espessuras também variam entre 3 e 6 mm. De modo geral, quanto mais esbelta for a chapa, menos resistente e mais deformável será o painel. Por isso, a especificação deve considerar a relação existente entre suas dimensões e a espessura.
O recomendável é utilizar chapas de 4 mm para um painel de, no máximo, 1,30 m x 1,30 m. Quando a chapa for maior, pode ser necessário colar um perfil de reforço. No caso de formas cônicas e curvas, o raio é determinado pela altura da peça, em virtude dos equipamentos disponíveis para usinagem.
JUNTAS ABERTAS OU FECHADAS
Painéis de ACM podem ser instalados em fachadas com sistemas de juntas abertas (fachada ventilada) e fechadas. São vantagens do sistema aberto o conforto térmico (proporcionado pelo ar que circula no vão formado entre painéis e o corpo da edificação) e a redução do efeito das dilatações térmicas, o que evita trincas. Além disso, a ausência de selantes de vedação reduz custos de instalação e facilita a troca dos painéis.
No caso das juntas fechadas, a vedação das aberturas ocorre com a aplicação de silicone ou a colocação de gaxetas. O silicone exige limpeza periódica, já que mancha rapidamente quando exposto a ambientes mais poluídos. Simples de serem instaladas, as gaxetas devem ser flexíveis e de boa qualidade para evitar problemas de deterioração.
Veja também:
Tamanho placa de acm
INSTALAÇÃO DE PAINÉIS DE ACM
A qualidade da instalação é determinante para conferir a estética, a planicidade e a vedação desejadas. Por isso mesmo, requer mão de obra especializadaAudrey Dias
A fixação dos painéis envolve uma série de cuidados que vão desde o manuseio do material no canteiro de obras à aplicação dos elementos de vedação e alinhamentos sobre a estrutura. “A qualidade da instalação é determinante para conferir a estética, a planicidade e a vedação desejadas. Por isso mesmo, requer mão de obra especializada”, comenta a arquiteta Audrey Dias, diretora na Aluparts.
Em geral, os painéis são aparafusados ou colados sobre uma subestrutura de alumínio. O encontro dos painéis de ACM com o suporte de fixação é um ponto crítico na instalação.
Assim como o vidro, os painéis de alumínio composto têm fácil manutenção, bastando limpeza frequente. No entanto, é importante que o projeto preveja soluções arquitetônicas que estabeleçam um caminho para escoamento da água da chuva e para evitar, por exemplo, que a poeira fique retida na superfície do painel.
LEIA TAMBÉM:
Painéis de ACM são usados no revestimento de fachadas, coberturas e marquises
Painéis de ACM podem ser utilizados na fachada de diversos tipos de edifício
Colaboração técnica
- Magda Reis – Arquiteta e urbanista pela Universidade Mackenzie, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo. Com mais de 25 anos de atuação na indústria do alumínio, é consultora da Abal (Associação Brasileira do Alumínio).
- Audrey Dias – Arquiteta e urbanista, é diretora na Aluparts Arquitetura e Manutenção, especializada em fachadas, esquadrias de alumínio, skylights, vidros especiais e laudos técnicos.