Saiba como executar impermeabilização com membrana de poliuretano
Flexível, sistema é indicado para aplicações bastante exigidas, como lajes de cobertura e de circulação de veículos

As membranas de poliuretano se destacam pela boa resistência química (foto: Bannafarsai_Stock/shutterstock)
As membranas impermeabilizadoras são definidas pela ABNT NBR 9575 - Impermeabilização: Seleção e projeto, como uma camada moldada no local, flexível, com espessura variável, podendo ser estruturada ou não.
As membranas de poliuretano (PU) são materiais com alongamento mínimo de 50%, resistentes a intempéries, produzidos a partir de matéria-prima sintética de alta performance. "Esse tipo de impermeabilização se caracteriza pela boa resistência química e por suportar uma ampla faixa de temperatura de -5 a 90ºC", comenta o engenheiro José Miguel Farinha Morgado, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI).
"Esse tipo de impermeabilização se caracteriza pela boa resistência química e por suportar uma ampla faixa de temperatura de -5 a 90ºCJosé Miguel Farinha Morgado
Na maioria das vezes, as membranas de poliuretano dispensam proteção mecânica. "Por conta de suas características, o sistema é recomendado para lajes de circulação de veículos, quadras poliesportivas, reservatórios de água, piscinas e lajes de cobertura", lista o engenheiro Alexandre Soncini, diretor técnico da Detalhes Serviços Técnicos de Impermeabilização. De modo geral, estes produtos são aplicados em ambientes com limites de espessura e de sobrecarga, onde há agressividade química, e em situações sujeitas à abrasão. Também há indicação para locais confinados, onde o uso de asfaltos ou produtos com solventes podem trazer alto risco.
Cimento asfáltico para impermeabilização
Massas asfálticas para impermeabilização
MEMBRANAS DE POLIURETANO X MANTAS ASFÁLTICAS
Por conta de suas características, o sistema (membrana de poliuretano) é recomendado para lajes de circulação de veículos, quadras poliesportivas, reservatórios de água, piscinas e lajes de coberturaAlexandre Soncini
As membranas de poliuretano apresentam características que variam em função da formulação utilizada e da quantidade de camadas aplicada. Os produtos podem apresentar mais ou menos elasticidade, resistência à tração e dureza. Por isso mesmo, a especificação deve considerar, além dos constituintes básicos das membranas, a quantidade do produto em kg/m², a espessura final, e as características das telas de reforço (gramatura, resistência à tração e ao alongamento), quando utilizadas.
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Uma limitação desta tecnologia é a exigência de mão de obra especializada. Outro ponto crítico é a unidade no momento da aplicação. O sistema precisa de uma base bem seca. Por isso, uma recomendação importante antes de iniciar a execução é a verificação da temperatura, da umidade relativa do ar e a umidade do substrato.
Soncini explica que as membranas de poliuretano são uma alternativa a diversos sistemas. Em comparação com as mantas asfálticas, as membranas de poliuretano apresentam baixa espessura, o que é uma vantagem para projetos com dificuldades de cotas. Quando comparadas todas as etapas de serviços, o sistema com poliuretano apresenta custo quase 20% inferior ao sistema de dupla manta, segundo dados de um estudo comparativo realizado por Soncini, apresentado no 15o Simpósio Brasileiro de Impermeabilização, em 2018. De acordo com o mesmo trabalho, o sistema de poliuretano apresenta tempo de execução quase 30% inferior ao sistema de dupla manta.
Pinturas acrílicas impermeabilizantes
Pinturas asfálticas impermeabilizantes
COMO APLICAR MEMBRANAS DE POLIURETANO?
As membranas de PU podem ser mono ou bicomponentes e serem aplicadas com intervalo entre demãos de 4 a 6 horas, podendo ser estruturadas apenas nos pontos críticos.
O sistema é composto, usualmente, por quatro camadas: primer epóxi, camada de PU + agregado, segunda camada de PU e top coat.
A etapas de execução são semelhantes às das demais membranas. Há, por exemplo, necessidade de preparação do substrato com limpeza e correção da superfície. Isso pode ser feito, por exemplo, com o apoio de politriz abrasiva e aspirador. Em seguida, parte-se para a regularização com caimento adequado (1 a 2%) e arredondamento dos cantos. Se existirem fissuras, elas deverão tratadas previamente com selantes.
Colaboração técnica
- Alexandre Soncini — Engenheiro civil, especialista em impermeabilizações. É sócio e diretor técnico da Detalhes Serviços Técnicos de Impermeabilização e membro do conselho do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização).
- José Miguel Farinha Morgado — Engenheiro civil com MBA em varejo de material de construção e em negócios e inovação. É consultor e diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI).