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Saiba como garantir estanqueidade às estruturas metálicas

Para evitar infiltrações e outros tipos de patologia, estruturas de aço devem ser impermeabilizadas preferencialmente com sistemas flexíveis. Entenda

Publicado em: 11/07/2019Atualizado em: 24/10/2022

Texto: Juliana Nakamura

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Lajes tipos steel deck e com light steel frame devem ser impermeabilizadas (foto: Denis Costille/shutterstock)

A impermeabilização é um procedimento necessário para elevar a vida útil das estruturas e retardar problemas que podem vir a comprometer sua segurança, funcionalidade e durabilidade. Ações para prevenir a ação indesejada da água e da umidade se aplicam não apenas às estruturas de concreto, mas também às estruturas metálicas.

Edificações para uso residencial ou comercial com lajes tipo steel deck e com light steel frame precisam de impermeabilização tanto quanto uma estrutura em concreto armado. “Da mesma forma, estruturas metálicas como pilares e vigas devem ser protegidas da corrosão, especialmente quando expostas a intempéries, quando compõem plataformas offshore, pontes, viadutos e edificações”, afirma o engenheiro Marcos Storte, consultor em impermeabilização.

Estruturas metálicas como pilares e vigas devem ser protegidas da corrosão, especialmente quando expostas a intempéries, quando compõem plataformas offshore, pontes, viadutos e edificações
Marcos Storte

PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO

As práticas para proteger as estruturas de aço diferem em função do tipo de elemento estrutural e da sua aplicação. Quando o objetivo é evitar a corrosão, a proteção – essencialmente pintura e galvanização – deve ser dimensionada em função da agressividade do ambiente.

Segundo José Miguel Morgado, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), o tratamento deve, preferencialmente, ser realizado na fábrica quando os perfis estão prontos. No canteiro devem apenas ser reparadas as regiões das soldas, mais suscetíveis à corrosão.

A intervenção pode se dar com a aplicação de resinas alquídicas, acrílicas, epoxídicas, poliuretânicas, silicatos e silicone. “O sistema composto por epóxi para o fundo e poliuretano como acabamento é o mais utilizado. Isso porque alia a ótima resistência da resina epóxi à alta capacidade de o poliuretano resistir às agressividades do meio ambiente”, explica Morgado.

Mantas e membranas impermeabilizantes – Produtos

Mantas e membranas impermeabilizantes – Fornecedores

IMPERMEABILIZAÇÃO PARA STEEL FRAME E STEEL DECK

O sistema composto por epóxi para o fundo e poliuretano como acabamento é o mais utilizado. Isso porque alia a ótima resistência da resina epóxi à alta capacidade de o poliuretano resistir às agressividades do meio ambiente
José Miguel Farinha Morgado

Além do tratamento individual dos elementos estruturais contra a corrosão, as edificações com estruturas metálicas precisam ser devidamente protegidas contra a ação da umidade.

No caso das construções em light steel frame, os materiais impermeabilizantes utilizados são os mesmos utilizados nas construções convencionais. Para funcionar como barreira de vapor, costumam ser empregados impermeabilizantes de base asfáltica, como as emulsões asfálticas. Já para os pisos em contato com o solo ou para as áreas úmidas, são indicados asfaltos em mantas pré-fabricadas ou em emulsão. Para as coberturas, o mercado dispõe de uma ampla gama de materiais moldados in loco e mantas pré-fabricadas.

Solução estrutural cada vez mais utilizada em edifícios multipavimentos, as lajes steel deck compõem um sistema misto envolvendo uma telha de aço galvanizado e uma camada de concreto. Essas estruturas costumam ser impermeabilizadas com mantas asfálticas, preferencialmente com mantas tipo III, que apresentam elasticidade e resistência mecânica superiores.

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CUIDADOS COM PROJETO E EXECUÇÃO

Independentemente da solução de impermeabilização especificada, ela deverá ser precedida de um projeto elaborado em consonância com a ABNT NBR 9575 – Impermeabilização – Seleção e projeto. É a partir desse estudo que se define o tipo mais adequado de impermeabilização a cada uso/situação.

Segundo Morgado, o principal ponto de falha na fase de projetos é a compatibilização dos projetos. Já na execução, deve-se dar atenção extra à inspeção dos pontos de soldagem.

“Na etapa de uso e operação, as inspeções visuais devem ser periódicas para manter maior controle sobre o desenvolvimento de patologia e suas causas”, acrescenta o executivo do IBI.

Além das normas de impermeabilização, uma referência técnica importante para subsidiar a proteção das estruturas metálicas é a ABNT NBR 15.575:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho. Essa norma, entre outras diretrizes, indica o uso de selantes elásticos na junção de estrutura metálica com painéis de fechamentos de outros materiais. Vale lembrar que cada material possui um coeficiente de dilatação térmica específico, com condições de expansão e retração diversas. Uni-los sem os devidos cuidados pode induzir a manifestações patológicas que geram fissuras e problemas de estanqueidade.

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Colaboração técnica


Marcos Storte – Engenheiro civil, mestre em engenharia pela Poli-USP. Atuante na área de impermeabilização e acústica desde 1983, é palestrante em cursos e treinamentos na área de impermeabilização em edificações e em obras de saneamento. Também é diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia.

José Miguel Farinha Morgado – Engenheiro civil com MBA em negócios e inovação pela Barry University e pela University of Nevada. É diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI).