Saiba escolher equipamentos para desbaste de superfícies de concreto
Considerar as características da superfície a ser desbastada é determinante para a especificação de politrizes, esmerilhadeiras e discos diamantados. Entenda
Um dos pontos que deve ser considerado na hora de escolher o equipamento ideal para desbaste de concreto é analisar o grau de dureza do material (foto: shutterstock.com / bogdanhoda)
Equipamentos para desbaste de concreto são muito utilizados em uma série de serviços que vão da remoção superficial de reboco solto, cola e revestimentos, ao corte de materiais duros, passando pela regularização de superfícies, aplanamento e polimento de pisos. O arsenal de máquinas desenvolvidas para esses fins é amplo, incluindo lixadeiras, politrizes, serras, esmerilhadeiras e uma infinidade de discos diamantados. Diante de tantas opções, saber qual solução é a mais adequada para cada situação nem sempre é tarefa fácil. O primeiro passo é analisar o grau de dureza do material que será desbastado.
Ferramentas de corte e desbaste à venda
POLITRIZ
Os modelos de baixa rotação [de politriz] são indicados para dar brilho às superfíciesEloel Arena
Para pisos de concreto, um dos equipamentos mais utilizados é a politriz, aproveitada para remoção de materiais e polimento. Quando se deseja realizar limpeza mecânica e remover revestimentos pré-existentes, a escolha deve recair sobre politrizes com alta rotação. “Já os modelos com baixa rotação são indicados para dar brilho às superfícies”, comenta o engenheiro Expedito Eloel Arena, sócio fundador da Casa do Construtor.
Antes de adquirir uma politriz, vale observar se o porte da máquina é adequado à operação e a quantidade de discos da máquina. De modo geral, modelos com discos simples ou duplos são adequados para trabalhos em áreas pequenas. Já os equipamentos com cabeçote planetário com três ou quatro discos são indicados para áreas mais extensas.
ESMERILHADEIRA
Mais pesadas e potentes do que a politriz, as esmerilhadeiras se diferenciam entre si por uma série de fatores. Entre eles destacam-se o design mais ou menos ergonômico, o tamanho (há desde modelos compactos até versões mais robustas) e o grau de ruído e de calor gerados durante o funcionamento.
A seleção de uma esmerilhadeira deve considerar também a energia utilizada, lembrando que modelos à bateria são apropriados para serviços que exigem uma solução mais portátil. Não menos importantes são a potência do motor e a velocidade de giro em rotações por minuto (rpm). Quanto mais rotações, melhor tende a ser o desempenho do equipamento no desbaste de materiais mais duros. Uma dica para quem busca um equipamento versátil é optar por uma esmerilhadeira com regulagem de velocidade.
DISCOS DE DESBASTE
Há, no mercado, uma grande diversidade de discos diamantados para uso com politriz ou esmerilhadeira. Para o processo de desbaste de piso, normalmente, são utilizados discos diamantados com três tipos de granulometria: grão 20/30 (grosso, para serviços severos), grão 50/60 (médio, para serviços menos severos) e grão 100/120 (fino, para acabamento e limpeza).
Todo processo [de desbaste] deve ser feito conforme orientação dos fabricantes do equipamento, que pode recomendar o desbaste a seco ou com a presença de águaEloel Arena
Na hora de selecionar um disco diamantado, vale conferir sua compatibilidade com a ferramenta de desbaste, bem como com o tipo de trabalho e com os materiais que serão trabalhados. “Todo processo deve ser feito conforme orientação dos fabricantes do equipamento, que pode recomendar o desbaste a seco ou com a presença de água”, comenta Arena. O engenheiro lembra que quando se opta pelo desbaste a seco, deve-se utilizar obrigatoriamente coletor de pó/aspirador acoplado. Mais usual, o processo com água dispensa o uso de aspirador e agrega outras vantagens, como a ampliação da vida útil do disco e a redução da emissão de pó durante o desbaste.
CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES DURANTE A OPERAÇÃO
Além de equipamentos adequados, o serviço de desbaste demanda cuidados prévios, como se certificar de que o canteiro possui fonte de energia apropriada e, quando necessário, garantir a presença de extensão compatível com a distância e sem emendas.
Também é fundamental exigir dos operadores o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) como óculos de proteção, luvas, capacete, protetores auditivos, botas de borracha e, principalmente, máscara contra pó. “Vale lembrar que o concreto contém sílica, composto prejudicial à saúde quando inalado”, destaca Arena, citando a norma norte-americana Osha (Occupational Safety and Health Administration), que exige que o desbaste de concreto a seco seja sempre acompanhado de aspiração.
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Colaboração técnica
- Expedito Eloel Arena – Engenheiro civil pela Escola de Engenharia de Piracicaba (EEP). É sócio fundador da Casa do Construtor e conselheiro da Associação Brasileira de Empresas Locadoras de Bens Móveis (Alec).