Salas de jogos ganham destaque na área social
É comum vê-las integradas ao estar, favorecendo o convívio familiar e entre amigos
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
É possível criar diferentes tipos de salas de jogos, com decoração mais ou menos temática. “Depende muito da área disponível e do objetivo do espaço: receber pessoas ou integrar a família. O que vejo, atualmente, são projetos nos quais as pessoas buscam levar o lazer para dentro de casa. Como mesa de bilhar na sala, lado a lado com a mesa do jantar e os sofás, permitindo que familiares e amigos interajam em um mesmo ambiente, compartilhando o dia a dia. Um espaço para ser usado somente para jogos é mais comum em casas de campo ou praia, com metragens maiores e pessoas habituadas a frequentá-las apenas nos finais de semana”, diz a arquiteta Letícia Ruivo, que assina o ambiente da sala de jogos na Casa Cor São Paulo 2014.
Há diferença em projetar uma sala de jogos para uma casa de campo ou praia e para uma área comum de um condomínio de prédios. “Quando o projeto é de uso comum, há o compromisso de agradar a todos. Ele deve ser muito mais amplo e objetivo, contemplando pessoas de diferentes idades, mas com interesses comuns. Normalmente, esses espaços são compostos por mesas de jogos como carteado, mesa de pebolim e de bilhar e um espaço multimídia com televisão para jogos de videogame. A decoração não pode ser muito temática e deve acompanhar a linguagem de outras áreas integradas, como gourmet, salão de festas e recepção”, comenta Ruivo.
Um espaço isolado somente para jogos é mais comum em casas de campo ou praia, com metragens maiores e pessoas habituadas a frequentá-las apenas nos finais de semana
Quando se trabalha para um cliente físico, segundo a arquiteta, a proposta acaba sendo mais temática. “É possível personalizar o espaço. Colocar uma geladeira, fazer uma copa gourmet ou mesmo uma sala de estar com sofás, para as pessoas sentarem no mesmo ambiente”.
O piso e revestimento da sala de jogos também devem harmonizar com os outros ambientes ao redor. “Dentro de casa e em salas de jogos de espaços comuns – como em condomínios, com o salão de festas e o espaço gourmet integrados – é fundamental combinar com a decoração do entorno. É possível trabalhar com diferentes tipos de pisos como carpete, mármore e vinílico. Não existe uma regra. As escolhas dependem da vontade do cliente. Se for uma área mais sofisticada, o mármore pode ser uma boa opção. Para um ambiente mais aconchegante, em um apartamento, o carpete ou a madeira são bem-vindos”, afirma Ruivo.
ILUMINAÇÃO
No momento de projetar uma sala de jogos, algumas atividades necessitam de mais luz do que outras. “A iluminação é fundamental em qualquer projeto. Uma mesa para carteado precisa de uma luz bem concentrada no centro e no bilhar também. Ela deve ser adequada para poder, por exemplo, criar mais aconchego. A sala de jogos não é totalmente clara, iluminada: a intensidade da luz muda de acordo com a atividade”, explica a arquiteta.
A tendência, hoje, são equipamentos que dimensionem diferentes intensidades de luz para um mesmo ambiente, dependendo do uso e do efeito desejado. “No projeto da Casa Cor, como se trata de um local onde receberíamos as pessoas, criamos uma iluminação mais suave. Especialmente na área da mesa colocamos uma luz mais forte. É um sistema muito simples, e existem vários fornecedores nacionais e internacionais”, conta Ruivo.
Ela afirma que é aconselhável integrar soluções que aproveitem melhor a luz e a ventilação natural. “Em qualquer projeto, vãos maiores são sempre bem-vindos. É uma questão de bem-estar. Quando não há um vão muito grande, que favoreça a iluminação, é possível, por exemplo, posicionar um espelho na parede para que reflita a luz natural. Quando o espaço é menor, a solução também dá a sensação de amplitude”.
A arquiteta comenta que na sala de jogos o tecido de revestimento é um aliado para tornar o ambiente quente e aconchegante, colaborando para o conforto sonoro. “A acústica é como a iluminação e ventilação: se não forem bem resolvidas, o ambiente torna-se desagradável. O uso do carpete também ajuda na acústica, pois há uma boa absorção. Já quando se usa um piso liso como o mármore, que reflete o som, é indicado trabalhar as paredes com revestimento de madeira ou tecido. Foi o caso do ambiente na Casa Cor. Usamos o papel de parede de veludo para absorver o som”.
Dentro de casa e em salas de jogos de espaços comuns – como em condomínios com o salão de festas e espaço gourmet – é fundamental combinar com a decoração do entorno. É possível trabalhar com diferentes tipos de pisos como carpete, mármore e vinílico. Não existe uma regra
O mobiliário também independe de regras. “É apenas importante ficar atento às distâncias. Por exemplo, ao colocar uma mesa de bilhar, deve-se pensar na distância necessária para o manuseio do taco na hora do jogo. A mesa de pingue-pongueexige, também, uma boa área para circulação”, comenta Ruivo.
PROJETO DA CASA COR 2014
De acordo com a arquiteta, uma das premissas do salão de jogos criado para a Casa Cor São Paulo 2014 foi a valorização do convívio entre as pessoas enquanto jogam. “A ideia era proporcionar um espaço de integração familiar e multiuso. Essa é uma tendência, principalmente, em apartamentos em São Paulo, onde as pessoas não querem mais sair tanto de casa, preferindo receber os amigos. Com o projeto, mostramos que é possível ter uma área de jogos sem abrir mão da área social”.
Foram usados também revestimentos e texturas. “Criamos algumas pilastras porque elas demarcam bem os espaços e conferem ritmo às paredes, dando movimento ao projeto. Elas marcam bem o canto da mesa, a parte do espelho, centralizam o sofá, e isso acaba conferindo harmonia e ritmo. As pilastras também proporcionam a sensação de pé-direito mais alto. O teto foi revestido com papel de parede que lembra um tricô e cria uma atmosfera de profundidade”, diz Ruivo. Segundo ela, os jogos mais usados em salas são os de bilhar e o carteado, seguidos do pingue-pongue e pebolim. A televisão também é requisitada para jogos de videogame, assistir e ouvir canais de música, shows, jogos de futebol e noticiário.
Colaborou para esta matéria
- Leticia Ruivo – Formada em Arquitetura e Urbanismo pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado – em 2001, onde se destacou recebendo uma placa e o diploma especial de honra ao mérito do CREA. Trabalhou com o arquiteto Marcos Tomanik até fevereiro de 2003, quando abriu seu próprio escritório de Arquitetura e Design. Participou de mostras importantes, como a Mostra de Decoração Morar Mais (2005), Mostra Artefacto (2007 e 2008) e estreou na Casa Cor São Paulo na edição de 2009.