Selo Procel Edificações distingue imóveis com eficiência energética
Para uma edificação tornar-se elegível é preciso que obtenha a mais alta classificação – triplo ‘A’ – na envoltória, na iluminação e no condicionamento de ar
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Os edifícios privados e públicos do país respondem por 48% do consumo de energia elétrica, de acordo com Fernando Perrone, gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras. Em ação para reverter esse elevado índice, o governo federal tornou compulsória a obtenção da classificação ‘A’ do Procel Edifica por todas as novas edificações de sua esfera, incluindo administração direta, autarquias e fundações. “As 28 mil edificações próprias da União, que forem reformadas ou retrofitadas, também terão de alcançar o nível ‘A’. Com a medida, o governo federal pretende que os prédios públicos tornem-se exemplos, dando um indicador positivo para a sociedade”, informa Perrone.
A decisão consta de instrução normativa do Ministério do Planejamento, em vigor desde agosto/2014. Ela estabelece que as compras públicas sustentáveis de equipamentos consumidores de energia devem ter a mais alta classificação dentro do PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem – e do Procel Edifica. A observância fica a cargo dos órgãos de auditoria externa, que são o TCU – Tribunal de Contas da União – e a CGU – Controladoria Geral da União.
Para uma edificação tornar-se elegível para o Selo Procel Edificações é preciso que obtenha a mais alta classificação na envoltória, na iluminação e no condicionamento de arFernando Perrone
ETIQUETAGEM PROCEL EDIFICA
“Tínhamos, ainda, à frente o desafio de incentivar a iniciativa privada a aderir à eficiência energética nas edificações, tanto residenciais quanto comerciais”, conta Fernando Perrone. A estratégia da Eletrobras foi o lançamento do Selo Procel Edificações. “É uma outorga de premiação voluntária às melhores edificações eficientes. O selo tem caráter compulsório para todos os novos prédios públicos federais que, obrigatoriamente, terão de alcançar a classificação ‘A’. O mesmo vale para aqueles reformados”, explica.
Para uma edificação tornar-se elegível para o Selo Procel Edificações é preciso que obtenha a mais alta classificação – triplo ‘A’ – na envoltória, na iluminação e no condicionamento de ar. “Ficam mantidos os bônus referentes às demais providências sustentáveis como reúso de água”, diz.
Já o edifício classificado como ‘B’ ou ‘C’ em qualquer um dos três quesitos, mesmo que a média ponderada alcance o ‘A’, não será premiado com o selo. Perrone adianta que a Eletrobras estuda com o GBC Brasil – Green Building Council – a equivalência entre o Selo Procel Edificações e a categoria da certificação LEED. “Ainda não definimos, mas com certeza será estabelecido um referencial de comparação”, explica.
A economia de energia de uma obra nova premiada com o selo tem potencial de chegar a 50% ao longo de sua vida útil, enquanto que, no retrofit, é de cerca de 30%Fernando Perrone
PROCEL EDIFICA RESIDENCIAL E COMERCIAL
Perrone informa que o Selo Procel Edificações se estende aos prédios comerciais e residenciais, inclusive a casas e apartamentos. “As pessoas passam a ter um indicador claro de que seu imóvel é o mais eficiente durante todo o ciclo de vida útil. O selo transcende a etiquetagem que representa uma comprovação dessa condição”, reforça. Segundo ele, o resultado não poderia ser melhor, pois a economia de energia de uma obra nova premiada com o selo tem potencial de chegar a 50% ao longo de sua vida útil, enquanto que, no retrofit, é de cerca de 30%.
O gerente lembra que continua na pauta da Eletrobras a criação de um programa nacional de consultores credenciados para o processo de etiquetagem Procel Edifica. “Com isso, poderemos alcançar a capilaridade para os segmentos residencial e comercial de pequeno porte”, conclui.
Colaboraram para esta matéria
- Fernando Perrone – é engenheiro eletricista formado na PUC-RJ – 1978; com MBA Executivo em Energia Elétrica, IBMEC-RJ – 2002; e pós-graduações em Automação e Sistemas de Potência (UNICAMP/ COPPE-UFRJ), Análise de Sistemas de Computação (MACKENZIE-SP) e Administração Pública para Desenvolvimento de Executivos (EPAB/FGV-RJ). Foi professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ – 1980/1981. Autor de diversas publicações na área de energia elétrica em fóruns nacionais e internacionais. É chefe do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da ELETROBRÁS/PROCEL. Ocupou diversos cargos de coordenação/gerência nas áreas de Automação e Sistemas de Controle e Conservação de Energia da ELETROBRÁS. Foi consultor do PNUD e Banco Mundial para os Governos do Peru (1994) e do Equador (2001), através dos Ministérios de Minas e Energia daqueles países. Acumula experiência internacional na área de energia elétrica em Marrocos, Portugal, Espanha, França e Estados Unidos.