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Serras de bancada devem ser industrializadas

Longe daqueles precários modelos construídos em canteiro, os equipamentos produzidos pela indústria atendem a requisitos de segurança das normas regulamentadoras e possuem dispositivos que os tornam mais produtivos

Publicado em: 02/09/2021Atualizado em: 20/09/2021

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Serras de bancada
A segurança na operação é um dos aspectos a se considerar na escolha do equipamento (Foto: David Ferencik/Shutterstock)

A indústria fabricante de serras de bancada oferece, hoje, soluções dotadas de itens que aumentam a produtividade e garantem maior segurança ao carpinteiro no canteiro de obra. Contudo, o equipamento – cuja principal função é a preparação de fôrmas de madeira para concretagem – reflete as disparidades entre as grandes e estruturadas construtoras, de um lado, e as pequenas, de outro.

As grandes construtoras já utilizam amplamente as fôrmas metálicas, resinadas ou, ainda, adquirem as de madeira produzidas por empresas especializadas
Camilo Penteado

“As grandes construtoras já utilizam amplamente as fôrmas metálicas, resinadas ou, ainda, adquirem as de madeira produzidas por empresas especializadas”, diz o engenheiro Camilo Penteado, sócio-diretor da CAPE Engenharia e Assessoria. Nesses canteiros, é mais comum o uso de pequenas serras manuais para ajustes das fôrmas de madeira e tarefas rápidas.

Na outra ponta, construtoras menores espalhadas pelo país ainda montam sua própria serra, em pleno canteiro. “Usam um motorzinho, correia e um disco, sem qualquer cuidado ou técnica. Sob o aspecto de segurança, não tem manutenção, nem isolamento, nem ferramentas adequadas”, alerta o engenheiro, recomendando que o equipamento seja sempre industrializado e adquirido de empresas idôneas. As serras circulares de bancada devem ter coifa de disco, elemento de segurança para manter a mão do carpinteiro longe da serra. Sem essa proteção, se quebra um dente desse disco, o acidente pode ser fatal.

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Equipamentos adequados

De acordo com o professor Walter Jorge Ribeiro Júnior, da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, os principais aspectos técnicos a se considerar na escolha de serras de bancada para uma obra envolvem a eficiência do equipamento e a segurança na operação. “Com foco na eficiência, deve ser observado o arranjo físico no qual o equipamento será instalado, além do estudo da demanda para escolher o equipamento”, orienta. Equipamentos seguros são aqueles fabricados em atendimento às normas regulamentadoras, com a presença de itens exigidos pela NR 12, como proteções de acesso, sensores, sistemas de parada de emergência e freio magnético.

Tecnicamente, a serra pode ser estacionária com mesa fixa ou mesa fixa e móvel, sendo a mais adequada em obras a serra circular de bancada. Segundo o professor, o modelo não altera a finalidade, mas deve ser escolhido aquele que proporciona melhor manuseio na movimentação do material, com forma e dimensões a serem utilizadas para a execução das tarefas.

Penteado destaca que a serra circular de bancada móvel facilita o trabalho do carpinteiro e aumenta a produtividade, porque as medidas estão presentes na própria bancada. “Nelas, ele consegue obter o dimensionamento correto e manter o alinhamento constante da madeira, sem necessidade de fazer o ajuste com trena e preguinho, como ocorre nas bancadas antigas e nas mais precárias”, comenta.

Local no canteiro

Para facilitar a logística de fluxo de materiais na obra e aumentar a produtividade do trabalho, as serras de bancada devem ser posicionadas na central de carpintaria da obra. “No local, são fabricadas as fôrmas e ministrados os treinamentos. Essa central também deve estar próxima ao armazenamento do material a ser cortado”, orienta o professor. De acordo com Penteado, a marcenaria trabalha com tábuas de até 6 m e gera muito barulho. “O ideal é que não fique em local enclausurado, como o subsolo, mas no térreo, em galpão fechado para não levar o ruído para a vizinhança, porém ventilado”, diz.

Formação do operador

Essa é uma atividade que exige treinamento nos aspectos técnicos de funcionamento e uso da máquina
Walter Jorge Ribeiro Júnior

O operador deve ter formação em carpintaria e ser treinado conforme as exigências das NRs 12 e 18. “Essa é uma atividade que exige treinamento nos aspectos técnicos de funcionamento e uso da máquina”, comenta Ribeiro, acrescentando que o carpinteiro deve receber demonstração sobre o equipamento e exercitar o ensinamento recebido, com supervisão, antes de iniciar as atividades no canteiro. Também seguindo as normas, o operador das serras de bancada é obrigado a utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs) e de proteção coletiva, quando necessário.

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Colaboração técnica

Camilo Penteado
Camilo Penteado – É Engenheiro Civil formado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo e pós-graduado em Segurança do Trabalho pelo Centro Universitário FEI (1997), além de Perito Judicial – 4.a Vara do Trabalho de São Paulo. Atuando como Engenheiro Civil desde 1993 e Engenheiro de Segurança do Trabalho a partir de 1997, na Construtora InPar, participou do processo de criação e desenvolvimento do Departamento de Segurança nas obras, elaborando e implantando programas de controle. É sócio-diretor da CAPE Engenharia e Assessoria, criada em 2002, que atua na indústria da construção civil e engenharia de segurança e saúde do trabalho, análise de patologias construtivas, emissão de laudos e pareceres técnicos.
 
Walter Jorge Ribeiro Júnior – É professor da Escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo.