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Sistema drywall: entenda por que é importante usar perfis normatizados

Uso de produtos fora de norma prejudica desempenho, gera patologias e prejuízos e pode até mesmo causar acidentes

Publicado em: 02/12/2021Atualizado em: 30/10/2023

Texto: Gisele Cichinelli

Perfil drywall
A compra de um perfil mais barato e não conforme jamais deve ser uma opção (Foto: visivastudio/Shutterstock)

Os perfis de aço utilizados no sistema drywall têm a função de suportar o peso próprio das paredes, dos forros e dos demais elementos fixados nestas vedações. Cabe a esse elemento conferir resistência mecânica às estruturas para suportarem eventuais impactos e cargas decorrentes da instalação de móveis, prateleiras e televisões, entre outros objetos.

Os produtos conformes dão ao sistema o desempenho e durabilidade esperados evitando, por exemplo, prejuízos com substituição de componentes que não deveriam acontecer
Luiz Antonio Martins Filho

Devido a sua finalidade estruturante, a compra de um produto mais “em conta” e não conforme para baratear o sistema jamais deve ser uma opção. Em média, o valor do perfil metálico dentro do custo global do drywall pode variar entre 30% e 40%. Mas vale lembrar que qualquer problema que exija algum reparo ou manutenção nos perfilados implicará na destruição total ou parcial dos forros e das paredes, ocasionando perdas de até 100%, ainda que todos os outros componentes sejam conformes. Isso sem contar nas diversas manifestações patológicas que podem surgir com o uso de perfis de baixa qualidade, tais como fissuras, trincas, rupturas, deformações e quedas e, consequentemente, perda da funcionalidade do sistema drywall, deixando os usuários expostos a danos físicos e materiais.

“Os produtos conformes dão ao sistema o desempenho e durabilidade esperados evitando, por exemplo, prejuízos com substituição de componentes que não deveriam acontecer”, observa Luiz Antonio Martins Filho, presidente executivo da Associação Brasileira do Drywall.

Características técnicas e riscos da não conformidade

Para conferir ao sistema a resistência e durabilidade necessárias, é indispensável que o perfilado obedeça aos requisitos geométricos, espessura e camada protetora de zinco estabelecido na NBR 15.217 (Perfilados de aço para sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall).

De acordo com a norma, os perfis metálicos utilizados na execução de paredes e forros de drywall com chapas de gesso devem ter espessuras de, no mínimo, 0,50 mm em toda a sua superfície. Também devem ser fabricados com aço Z275, o que significa terem massa de revestimento de zinco de 94 g/m² em cada uma das suas faces (externa e interna) e massa total do revestimento de zinco de 235 g/m².

Perfis metálicos com espessuras inferiores a 0,50 mm podem ter resistência mecânica inferior à necessária para suportar as cargas mecânicas presentes em paredes e forros em drywall
Jairo Cukierman

“Perfis metálicos com espessuras inferiores a 0,50 mm podem ter resistência mecânica inferior à necessária para suportar as cargas mecânicas presentes em paredes e forros em drywall. Ou seja, o uso de perfis com espessuras inferiores a 0,50 mm pode levar a fissuras, trincas, deformações e até mesmo o desabamento dessas estruturas”, confirma Jairo Cukierman, sócio diretor da TESIS (Tecnologia e Qualidade de Sistemas em Engenharia).

Já os perfilados com massas de revestimento de zinco inferiores a 235 g/m² podem ser rapidamente corroídos pela umidade presente no ar confinado no interior das paredes e acima dos forros, visto que o zinco protege galvanicamente o aço da corrosão atmosférica. Vale lembrar que a corrosão de produtos metálicos significa perda de massa e, consequentemente, também contribui para redução da resistência mecânica.

Responsabilidade

Cukierman lembra que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal 8078/1990), fabricantes, importadores, revendedores e construtores são responsabilizados por colocarem no mercado e por construírem paredes e forros em drywall com perfis metálicos em não conformidade.

“Em caso de vício de qualidade do produto, todos podem ser responsabilizados”, ratifica Martins Filho. Ele também lembra que para acidentes envolvendo prejuízos que vão além da má qualidade do produto, com danos materiais ou físicos aos usuários, a lei prevê que o primeiro a ser responsabilizado seja o fabricante, ficando o distribuidor e o revendedor como “suplentes” na ausência de identificação ou falta de recursos do primeiro.

Quando o problema acontecer com produtos não identificados com a marca do fabricante, o comercializador assume esse papel e responderá sozinho pelos danos, o mesmo acontecendo com produtos importados cujo fabricante não tenha representante no país.

Cuidados na escolha do fornecedor

A boa notícia é que, à medida que os mercados amadurecem, a tendência é que a não conformidade diminua. Nesse sentido, as entidades do setor têm trabalhado intensamente para reduzir a circulação e comercialização de perfilados fora da norma.

Ainda assim, para evitar que esses problemas ocorram, antes de fechar a compra é indispensável certificar-se de que o fornecedor obedeça a todos os critérios técnicos preconizados na NBR 15.217 e esteja disposto a comprovar a qualidade do seu produto.

“O setor do drywall não utiliza a certificação de produtos como modelo de promoção da qualidade, mas sim o Programa Setorial da Qualidade (PSQ) dos Componentes para Sistemas Construtivos em Chapas de Gesso para Drywall, que está no âmbito do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat da Secretaria Nacional da Habitação, no Ministério do Desenvolvimento Regional”, explica Martins Filho. O PSQ Drywall avalia o atendimento dos requisitos da norma de produtos colhidos em fábrica e no mercado em laboratórios acreditados pelo INMETRO. A cada três meses, disponibiliza gratuitamente à sociedade novas listas com os fabricantes que têm seus produtos aprovados ou reprovados.

Com o objetivo de assegurar a qualidade nas obras, a Placo do Brasil oferece uma linha de produtos certificados pelos principais órgãos que atestam a eficiência e segurança das soluções existentes no mercado. Ao escolher um produto da empresa, o consumidor terá a garantia de um produto que atende às normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Para mais informações sobre produtos certificados, confira os seguintes sites:

Site do PBQP-H
Site da TESIS
Site da Associação Brasileira do Drywall

Colaboração técnica

 
Jairo Cukierman - Sócio Diretor da TESIS (Tecnologia e Qualidade de Sistemas em Engenharia).
 
Luiz Antonio Martins Filho - presidente executivo da Associação Brasileira do Drywall.