Sistemas de controle de acesso garantem agilidade e segurança
Além de facilitar a vida do usuário, que consegue ir e vir usando apenas as digitais, a íris ou o timbre da voz, eles permitem não só controlar, mas também administrar o acesso registrando as informações sobre quem entrou e em qual momento
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Uma simples porta, passando pelo automatizador de portão residencial, até os complexos equipamentos instalados em grandes condomínios comerciais. Todos esses são exemplos de sistemas de controle de acesso. “A tendência atual do mercado de sistemas de controle de acesso são os eletrônicos”, explica o empresário Rogério Reis, diretor de Comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE).
O setor de segurança está dividido em quatro segmentos: alarmes, CSTV (circuito fechado de câmeras), detecção de incêndio e controle de acesso. Essas vertentes são todas interligadas e a maioria das empresas atuantes nesse negócio normalmente trabalha com as quatro categorias. “Há também aquelas que se especializam em somente uma, mas não é o usual”, diz.
Soluções
As opções mais elaboradas podem ser integradas ao uso de cancelas, leitura de cartões de proximidade ou outros meios que identifiquem o usuário, de modo que seja possível não só controlar, mas também administrar o acesso com informações sobre quem entrou e em qual momento. Também é possível realizar programações para que determinada pessoa só entre em certo ambiente no intervalo de tempo previamente especificado
No setor de controle de acesso, existem as alternativas simples, como um circuito de interfones, e também as mais sofisticadas utilizadas normalmente em indústrias ou amplos condomínios. “Essas opções mais elaboradas podem ser integradas ao uso de cancelas, leitura de cartões de proximidade ou outros meios que identifiquem o usuário, de modo que seja possível não só controlar, mas também administrar o acesso com informações sobre quem entrou e em qual momento. Também é possível realizar programações para que determinada pessoa só entre em certo ambiente no intervalo de tempo previamente especificado. Já as alternativas mais simples, muitas vezes não são enxergadas como sistema de controle de acesso, mas não deixam de ser classificadas como tal”, afirma Reis. Entre algumas das tecnologias empregadas atualmente estão os sistemas de senhas, leitura de cartão por proximidade, identificação de placas de automóveis e reconhecimento biométrico.
Controles de informações
O empresário fala também que um dos principais focos dessa indústria são os grandes empreendimentos, como os estádios. “Alguns países europeus já estão implantando essa tecnologia em arenas esportivas. O sistema não somente controla, mas também identifica as pessoas que acessam os estádios. Um exemplo é o Santiago Bernabéu, em Madri, que utiliza equipamentos para reconhecimento de todos torcedores que entram em suas dependências. A grande vantagem é que possibilita penalizar quem se envolve em atos ilícitos, restringindo o acesso aos futuros jogos. Como a entrada é liberada através de leitura biométrica, a pessoa ficará impedida de retornar à arena, fazendo realmente valer a suspensão”, ressalta.
Grande parte dos sistemas de controle de acesso complexos instalados no Brasil é importado. Existem empresas nacionais que fabricam os produtos mais simples e também algumas soluções com leitura biométrica, entretanto as marcas predominantes no mercado são globais, na maioria das vezes americanas ou europeias, com fábricas em diferentes países. “No Brasil, não há normas técnicas para os sistemas de controle de acesso e, por isso, é recomendado que sejam seguidas as normas europeias. A ABESE, em conjunto com o Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (COBEI), tem trabalhado na tradução das normas estrangeiras e adequação dessas para o nosso país”, diz Reis.
Tendências tecnológicas
Dentre as alternativas de controle de acesso, o sistema biométrico é aquele que chama a atenção por, geralmente, contar com recursos tecnológicos avançados. “Entre as opções que liberam o acesso através da leitura biométrica, há aqueles que leem impressões digitais, outros que realizam o reconhecimento através da íris ou da face e também outros que verificam o comportamento, permitindo a entrada em certo ambiente, por exemplo, através do timbre da voz”, expõe o empresário, destacando que os mais utilizados são os que reconhecem a impressão digital. “No Brasil, essa solução ainda não é muito empregada, entretanto já há um crescimento razoável. Por exemplo, há bancos que estão implantando a leitura biométrica que permite ao usuário sacar dinheiro sem utilizar seu cartão ou senha. Isso exemplifica que essa tecnologia está ganhando espaço no país em diferentes aplicações”, complementa.
Em grandes redes varejistas é possível encontrar fechaduras para uma porta simples que funcionam a partir da leitura biométrica e já são utilizadas, por exemplo, em apartamentos residenciais. “Enquanto os sistemas básicos só fazem a leitura das marcas da impressão digital, aqueles mais sofisticados detectam até se o dedo está na temperatura habitual do corpo humano e se há circulação sanguínea – o que evita fraudes com dedos de silicone”, explica Reis, afirmando que a tendência para o futuro são os sistemas biométricos para controle de acesso – uma forma de garantir que somente as pessoas permitidas acessem o ambiente.
Projeto e instalação
Entre as opções que liberam o acesso através da leitura biométrica, há aqueles que leem impressões digitais, outros que realizam o reconhecimento através da íris ou da face e também outros que verificam o comportamento, permitindo a entrada em certo ambiente, por exemplo, através do timbre da voz
Para projetar esse sistema, é recomendada a presença de um profissional especializado no local, que fará uma avaliação para entender quais são as necessidades e, assim, determinar a melhor solução. “Esse profissional deve levantar algumas questões, por exemplo, se o controle de acesso é só para restringir a entrada em determinada área ou para diferentes setores, se funcionará para controlar somente a entrada de estranhos ou também de quem utiliza a edificação com frequência”, detalha o empresário. Após obter esses dados preliminares, deve ser definida a alternativa tecnológica ideal para a situação.
Já o processo de instalação deve ser realizado por técnico especializado e que tenha plena ciência das tecnologias empregadas. “Os sistemas simples podem ser instalados facilmente, entretanto as soluções mais complexas exigem melhor qualificação do profissional, com conhecimentos em programação e informática, por exemplo. É muito comum as indústrias fabricantes treinarem e capacitarem os trabalhadores desse setor”, comenta Reis, indicando que um dos problemas enfrentados pelo mercado é a escassez de mão de obra. “Não temos profissionais suficientes para abastecer o setor e até por isso, a ABESE firmou recentemente parceria com o Senai-SP com o intuito de criar curso de capacitação técnica. A primeira turma se formou em dezembro de 2013 e o objetivo no ano que vem é levar este treinamento para todo o Brasil”, destaca.
Como todo equipamento eletroeletrônico ou eletromecânico está suscetível a falhas, com os sistemas de controle de acesso não é diferente. Para evitar problemas, é recomendado que sejam realizadas manutenções preventivas. “O ideal é a verificação periódica por se tratar de um sistema de segurança, sendo que cada projeto tem que ter seu calendário específico de manutenções”, conclui Reis.
Colaborou para esta matéria
- Rogério Reis – Graduado em Direito pela faculdade UNOESTE e com MBA em Gestão Empresarial pela FAE - Business School. É empresário no seguimento de sistemas eletrônicos de segurança há 20 anos e ocupa o cargo de diretor de Comunicação da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE). Foi diretor da Associação Comercial e Industrial de SJP (ACIAP) na gestão 1996-1998 e membro do conselho de Execução Penal de SJP. Fundador do Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Estado do Paraná (SIESE-PR), entidade que presidiu nas gestões 2007-2008 e 2009-2010.