Sistemas de fachadas leves: mais racionalidade à execução de edifícios
Com chapas cimentícias ou placas de gesso revestido com véu de vidro, soluções podem ser utilizadas em residenciais até edifícios de grandes alturas
A solução é uma oportunidade para construir melhor e com menos custos (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)
Quando realizada de modo convencional, a execução de fachadas em edifícios verticais é uma atividade intensiva em mão de obra, que requer muito esforço gerencial, além de ser bastante suscetível às manifestações patológicas que desgastam a imagem do construtor e geram despesas inesperadas.
A industrialização dessa etapa construtiva, especialmente com a adoção de sistemas de fachadas leves, vem despontando como uma saída para resolver essas dores, adicionando racionalidade e atendendo às exigências por desempenho e velocidade de execução. Construtoras de empreendimentos residenciais, como Gafisa, BKO e Trisul – assim como construtechs que atuam no segmento de construção modular off-site –, já identificam nesta tecnologia uma oportunidade para construir melhor e com menos custos.
GANHOS DIRETOS E INDIRETOS
Para edificações com mais de três pavimentos, os sistemas de fachadas leves disponíveis se baseiam no uso de chapas cimentícias e de placas de gesso reforçado, instaladas sobre perfis de aço. Indicadas para todos os tipos de empreendimentos que necessitam de paredes de vedações externas, essas soluções agregam diversos benefícios ao construtor, segundo Nelson Zanocelo Junior, diretor da unidade de negócios Fachadas na Saint-Gobain.
Entre eles, o profissional destaca a velocidade de execução e a redução de mão de obra alocada no canteiro, que conduzem a ganhos indiretos, como o recebimento antecipado do investimento, o menor tempo com canteiro de obras ativo e a liberação antecipada dos acabamentos internos.
Pode haver, também, vantagens financeiras. “Ao comparar os sistemas, deve-se fazer uma análise global que inclua a redução de despesas decorrentes da velocidade de execução e até do menor número de caçambas necessárias para remover entulhos”, salienta Zanocelo. Ele reforça que, se contabilizados todos os custos indiretos, o preço da fachada leve é equiparável ao da alvenaria convencional.
O conjunto pode ser modulado para adicionar maior resistência à umidade e ao fogo (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)
As paredes construídas com o sistema leve podem ser dimensionadas para atender a diferentes solicitaçõesNelson Zanocelo Junior
A industrialização das fachadas pode significar, ainda, menos cargas sobre a estrutura, menor uso de água e redução drástica da geração de resíduos, além da garantia de atendimento às normas técnicas, inclusive à ABNT NBR 15.575: Edificações Habitacionais — Desempenho.
“As paredes construídas com o sistema leve podem ser dimensionadas para atender a diferentes solicitações”, continua Zanocelo, lembrando que a depender das exigências, o conjunto pode ser modulado para adicionar maior resistência à umidade e ao fogo, além de variados níveis de isolamento termoacústico.
CHAPAS CIMENTÍCIAS E GESSO REFORÇADO
Entre os sistemas de fachadas leves disponíveis no mercado nacional, um dos mais utilizados é o Nextera Brasilit, que conta com estrutura em perfis leves de aço galvanizado e fechamento externo com placas de CRFS (Cimento Reforçado com Fios Sintéticos). O acabamento na face interna se dá com drywall. O conjunto é complementado por barreira impermeável à água e permeável ao vapor, além de isolante térmico, tratamento de juntas entre placas, tela de reforço e basecoat.
No Espírito Santo, uma das obras que vem utilizando essa tecnologia é o Highline Square, uma edificação de uso misto, com duas torres residenciais de 31 pavimentos e uma torre central de uso comercial. Nextera foi utilizado na vedação de 20 mil m² da fachada.
Mais recentemente, o mercado passou a adotar, também, uma alternativa que já é consagrada no hemisfério norte. A tecnologia do Glasroc X, emprega chapas de gesso revestido com véu de vidro e composto polimérico, em vez de placas cimentícias. A solução se caracteriza pela leveza, facilidade de instalação e flexibilidade, que viabiliza, inclusive, a realização de formas curvas.
O Moov Belém, empreendimento residencial da Gafisa composto por 23 pavimentos, na capital paulista, e atualmente em construção, utiliza essa solução.
A montagem das fachadas é realizada por profissionais credenciados e treinados (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)
DO PROJETO AO CONTROLE DE QUALIDADE
O objetivo é acompanhar o passo a passo das execuções, desde o projeto até o pós-obraNelson Zanocelo Junior
Nelson Zanocelo conta que, para apoiar, alavancar e consolidar o mercado de fachadas leves no Brasil, a Saint-Gobain identificou a necessidade de adotar um modelo de negócio mais abrangente e com um viés forte de prestação de serviço. “O objetivo é acompanhar o passo a passo das execuções, desde o projeto até o pós-obra. Para tanto, nos apoiamos em três pilares de atuação: comercial, consultoria técnica e monitoramento da obra”, revela o diretor da unidade de Fachadas.
Além disso, para assegurar o desempenho dos sistemas, a montagem das fachadas é realizada por profissionais credenciados e treinados. “Credenciamos mais de cem parceiros em todo o Brasil e estamos constantemente promovendo treinamentos e capacitação para a homologação de novos instaladores”, finaliza o executivo da Saint-Gobain.
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Colaboração técnica
- Nelson Zanocelo Junior — Diretor da unidade de negócios Fachadas na Saint-Gobain.