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Sistemas industrializados para fechamento lateral de indústrias otimizam prazos

Soluções demandam menor recurso de mão de obra e garantem acabamentos de baixa manutenção

Publicado em: 30/07/2014

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Fechamento Lateral

A decisão de empregar determinado tipo de fechamento lateral para galpões e indústrias é tomada ainda na fase de anteprojeto, quando são considerados os sistemas para as fachadas, aberturas e o conceito de ventilação e iluminação. De acordo com o arquiteto Alan Gonçalves, da AD Arquitetura, escritório com amplo portfólio de projetos desse segmento, os critérios para a escolha do fechamento abrangem aspectos como facilidade de execução da obra e montagem, viabilidade econômica, flexibilidade de inclusão de aberturas e conceito estético do projeto.

Fechamento Lateral

“No momento atual, existe uma busca por soluções de sistemas construtivos industrializados, que otimizam o prazo de execução, demandando menor recurso de mão de obra, e garantindo acabamentos finais de baixa manutenção”, afirma Gonçalves, que elenca os sistemas de fechamento mais utilizados no país: painéis metálicos constituídos por telha trapezoidal apoiada sobre perfis metálicos tipo longarinas; painéis isotérmicos compostos por sanduíches de chapas metálicas e núcleo em polipropileno expandido; painéis em concreto pré-moldado apoiados sob pilares de concreto da estrutura principal; painéis estruturais de vedação em concreto pré-moldado do tipo ‘tilt-up’, com pintura acrílica de acabamento; e, finalmente, a alvenaria de blocos de concreto, com acabamento em massa e pintura acrílica.

Normalmente, são construções mais antigas que demandam maior proteção para a produção e apoio para equipamentos nos fechamentos em alvenaria. Em novas construções, percebemos que o cenário está mudando, predominando os fechamentos otimizados

Com o passar do tempo, as obras de indústrias vão abandonando o fechamento em alvenarias. “Normalmente, são construções mais antigas que demandam maior proteção para a produção e apoio para equipamentos nos fechamentos em alvenaria. Nas novas construções, percebemos que o cenário está mudando, predominando os fechamentos otimizados”, observa.

Na busca pelo conforto térmico e acústico desses empreendimentos, o arquiteto destaca como melhores opções os painéis metálicos em sanduíche ou a adoção de manta de isolamento térmico nos fechamentos metálicos em painéis do tipo telhas.

INSTALAÇÃO

Fechamento LateralSegundo o arquiteto, na maioria dos projetos de indústrias e de centros logísticos, a solução mista para o fechamento e a cobertura, utilizando sistema em metal e aço, convive bem. Inclusive é a mais empregada e economicamente viável. “No exemplo mais usual, são utilizados pilares em concreto pré-moldado, cobertura metálica com estrutura de apoio metálica, e painéis de fechamento metálicos para a envoltória. A ancoragem é feita através de furações e fixações específicas do metal no concreto, projetadas antes do processo de fabricação. A produção das peças já contempla os devidos apoios e suportes que os elementos precisam para sua consolidação”, explica Alan Gonçalves. 

Fechamento LateralA instalação dos painéis metálicos exige uma estrutura auxiliar de fixação para as fachadas, toda apoiada nos pilares de concreto, em suportes projetados no processo de fabricação. “Essa fixação da estrutura metálica nos pilares periféricos deve ter um tratamento especial em relação aos pilares internos. Isto porque, apesar de cargas inferiores, quando se compara aos elementos de concreto, há um esforço lateral que deve ser considerado para o vento que incide diretamente nas fundações e na largura destes pilares”, destaca, e continua: “Já no caso do uso de elementos de fechamento em concreto pré-fabricado, além desse esforço horizontal, a sobrecarga que atua no sentido vertical é o diferencial em relação às estruturas internas, o que aumenta o dimensionamento das fundações da periferia do prédio”.

Os elementos metálicos demandam furações em suas peças que necessariamente têm de ser feitas na própria obra. Por isso, as grandes empresas investem em treinamento constante para seus instaladores, assim como no controle de qualidade pós-instalação

Os elementos de fachada pré-fabricados em concreto normalmente são peças de grande porte, e seu manuseio deve atender as normas de segurança do trabalho, para proteção dos recursos humanos. “A empresa responsável por essa instalação é, em geral, o próprio fornecedor das peças. Ela deve garantir que a instalação não sofra choques e danos superficiais durante o içamento das peças, que é feito por guindastes”, orienta.

Com rigidez muito menor antes de sua consolidação, os elementos metálicos podem sofrer danos com maior facilidade. Para evitar, é feito o isolamento das áreas onde forem recentemente instalados. “Eles também demandam furações em suas peças que necessariamente têm de ser feitas na própria obra. Por isso, as grandes empresas investem em treinamento constante para seus instaladores, assim como no controle de qualidade pós-instalação”, observa Alan Gonçalves.

 

ABERTURAS As aberturas nas fachadas e o posicionamento dos caixilhos, na maioria das vezes, devem ser resultado do tipo de fechamento empregado. É o caso, segundo ele, de solução em painéis onde o dimensionamento das peças pré-fabricadas tem características estruturais com limitações para recortes. “Ou seja, a solução de fachada orienta a posição das aberturas em planta.

O grande desafio do projeto modular é de adaptar a solução de fechamento ao programa de necessidades de ambientes do projeto, podendo existir uma combinação de duas tipologias”, diz, citando um mix de painéis pré-fabricados com alvenaria: “Utiliza-se painéis em áreas da fachada com amplas aberturas e dimensões semelhantes aos painéis, e alvenaria onde as aberturas precisam obedecer às necessidades específicas dos ambientes”.

 

MANUTENÇÃO

A manutenção dos elementos de fechamento metálico é baixa e sua durabilidade, elevada; principalmente quando recebem uma pré-pintura de fábrica. Exigem apenas limpeza periódica. “Os elementos de concreto ou com pintura acrílica, quando submetidos às intempéries, têm um desgaste natural maior ou menor dependendo da qualidade do material empregado. Assim, a camada de pintura deve ser refeita periodicamente, além da limpeza constante, por se tratar de uma superfície com certa porosidade, que acumula impurezas do meio externo”, finaliza.

Colaborou para esta matéria

Alan Gonçalves – Formado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-Mackenzie. Exerce a profissão desde 1995, atuando em obras comerciais e residenciais. Especializou-se em projetos industriais e logísticos em 2007. É pós-graduado em gerenciamento de projetos de empreendimentos na construção civil. Está na empresa há seis anos e atua com a gestão de equipe exclusiva, dedicada a projetos de grande porte, centros logísticos e indústrias.