Steel frame, as vantagens da industrialização
Um sistema construtivo que alia velocidade e economia às construções
Ideal para edifícios de até cinco pavimentos, este sistema construtivo alia velocidade e economia às construções (Foto: northlight/ Shutterstock)
Aos poucos, a construção civil brasileira vai se rendendo ao sistema construtivo steel frame, pelas vantagens que apresenta, quando comparado ao convencional. Especializada no seu uso, a Construtora Seqüência executou nos últimos 13 anos, mais de 60 mil m2 de obras, de acordo com Alexandre Mariutti, diretor do Departamento de Engenharia da empresa. Ele explica que o steel frame é ideal para edifícios de até cinco pavimentos, entre eles, hotéis, restaurantes e residências. “A partir daí, o sistema deve ser mesclado com o metálico convencional que utiliza vigas e pilares de aço laminado”, diz.
O steel frame é constituído por perfis metálicos em aço galvanizado, Z275, normatizado para todas as regiões, inclusive o litoral. Os perfis metálicos, interligados através de parafusos especiais autobrocantes, formam os painéis (paredes) que compõem um conjunto autoportante preparado para receber todos os esforços solicitados pela edificação. O fechamento externo é feito placa cimentícia ou OSB, com variados acabamentos, desde siding vinílico à argamassa com textura ou pintada, até tijolo aparente. O sistema de instalações hidráulicas é o PEX e, na cobertura é possível adotar o sistema do tipo shingle, convencional ou metálico.
A velocidade de obra surge como primeiro argumento a favor do steel frame: a partir do terreno preparado, permite concluir uma obra de alto padrão em apenas 100 dias, ou o equivalente a três vezes menos do que pelo sistema convencional. “O profissional que irá especificar uma obra em steel frame precisa saber, a princípio, que o sistema tem uma eco-eficiência muito superior, é muito mais leve e tão resistente e durável quanto a convencional”, diz Mariutti, ressaltando que “tecnicamente, ele não precisa conhecer profundamente o sistema”. Por ser muito mais leve, o steel frame garante grande economia na fundação. “Sempre é possível executá–lo com fundação tipo radier, que utiliza menos concreto que as demais, além de ser mais rápida e prática, pois não é necessário nenhum tipo de escavação . Ela sempre está acima do solo”, explica.
Outro beneficio é o conforto termoacústico. “Podemos escolher a densidade da lã de vidro ou lã de rocha que se coloca no interior das paredes, de forma a regular o grau de isolamento que desejamos para cada obra”, ensina Mariutti. Por se tratar de um sistema leve e industrializado, utiliza menos mão-de-obra, com ritmo rápido e facilidade nas verificações de materiais. Essa característica tem colaborado para sua viabilidade econômica. A vida útil de uma obra construída em steel frame é a mesma que a de qualquer tipo de obra. O engenheiro lembra que não se trata de um sistema provisório ou para obras provisórias. “O sistema de frames está nos Estados Unidos desde o século passado e suas interfaces com outros subsistemas e suas patologias já estão bem resolvidas”, garante.
Sustentabilidade
A sustentabilidade está muito próxima do steel frame. O aço é 100 % reciclável e os materiais de fechamento, em menor porcentagem, também são recicláveis. “Outro fator positivo é que o consumo de carbono é de duas vezes e meia a três vezes menor que o de uma construção convencional. Por se tratar de um sistema mais leve, o transporte de seus materiais é mais reduzido. Como conseguimos melhorar o isolamento das paredes, precisamos de menos energia para esfriar ou esquentar o interior da habitação”, elenca.
Para que o sistema conquiste maiores fatias do mercado brasileiro de obras, Mariutti defende que é preciso convencer os construtores, tornando-o mais visível. “Pelo que podemos sentir, o cliente final na grande maioria das vezes, não se importa com o sistema construtivo. Ele quer que a edificação atenda aos seus desejos de conforto e de estética. E o arquiteto, além disso, quer um sistema que não lhe traga transtornos, tanto durante a obra quanto na fase de pós-ocupação”, conclui.