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Tampar buracos ou recapear? Conheça tecnologias de asfalto

De usinas de asfalto com mistura à quente a equipamentos que diminuem as irregularidades e ondulações do pavimento, mercado tem soluções para os buracos de rua

Publicado em: 31/03/2016Atualizado em: 28/03/2023

Texto: Redação PE

Redação PE

Com asfalto cheio de remendos e deteriorado em várias cidades brasileiras, os buracos de rua são considerados uma praga na época das chuvas. Com milhares de reclamações todos os dias, motoristas são forçados a desviar de vários buracos na mesma via, que resultam em pneus cortados, amortecedores estourados, rodas quebradas, para não falar de acidentes trágicos.

Antes que prefeituras optem por uma operação “tapa-buracos”, precisam entender os procedimentos corretos segundo especialistas. Para Walter Rauen, CEO da Bomag Marini Latin America, em primeiro lugar deve ser feita uma análise criteriosa seguida de um mapeamento de ruas e avenidas com a quantidade de buracos e a relação de distância entre eles.

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“Em posse desses dados, é preciso definir o critério técnico que será usado para a logística de recuperação”, informa Rauen. De acordo com ele, em ruas e avenidas que possuem quantidade grande de buracos, onde a área de influência tenha sido comprometida por e a distância entre buracos é pequena, sugere-se a fresagem do pavimento por uma fresadora a frio.

É recomendada também a limpeza da área fresada, colocação de pintura de ligação usando um espargidor  e recapeamento com asfalto por meio de uma vibroacabadora.  Este processo permite tratar uma área considerável, recompor o pavimento e corrigir os problemas de drenagem.

“Em ruas e avenidas em que o tratamento é feito diretamente em cada buraco, o procedimento técnico correto é cortar ao redor do buraco e de sua área de influência lateral, retirando o material comprometido de pavimento e de base, se for o caso. Após limpar toda a área interna do buraco recortado, repor com agregados a base e compactar, utiliza-se as placas vibratórias. Em cima da camada compactada, é necessário colocar emulsão à temperatura indicada pelo fabricante e aplicar CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) até o nivelamento do buraco com o pavimento existente. Esse nivelamento é obtido por meio da compactação por rolos da linha leve”, orienta o Ceo da Bomag.

Asfalto com desempenho aditivado, indicado para tapar buracos

A falta de informação pode resultar em tapagens de buraco paliativas e ineficientes, que resistem a apenas uma chuva. A franquia Único Asfaltos vende asfalto rodoviário usinado a quente, com alto desempenho aditivado. A aplicação é feita a frio, sem equipamentos pesados, apenas enxada, pá e compactador manual.

“O buraco é preenchido com o asfalto seguido de uma compactação. O atrito obriga o material compactado a zerar vazios, ferir a lubricidade e fazer volatilizar o aditivo químico”, explica o fundador da empresa, Jorge Coelho. De acordo com ele, as prefeituras não conhecem esse processo, apenas métodos de aplicação a quente ou a frio. “Os métodos convencionais de asfalto são indicados para recape e construção de obras viárias, não para tapar buracos de rua”, compara.

Jorge explica que as grandes usinas de asfalto não fazem serviços pequenos, como os de tapar buracos. O produto fornecido pela Único tem um componente químico que evapora à medida que é compactado e, com essa evaporação, o asfalto se solidifica no local.

O asfalto é vendido em sacos de 25 kg, com preços que variam de R$ 15 a R$ 25 cada, dependendo da região e da negociação. O público-alvo engloba construtoras, condomínios, estacionamentos, pátios de fábricas, governos, concessionárias de serviços públicos.

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Tapar buracos ou recapear?

A escolha do modelo adequado de recuperação irá demonstrar se o custo será menor ou maior. Como são dois modelos distintos, o serviço de tapa-buracos em um pavimento só é aplicado nas condições corretas. Sendo assim, de acordo com Rauen, a aplicação desse serviço num pavimento que está envelhecido e comprometido onera custos, pois a recuperação da capa de rolamento só será feita se a base estiver em boas condições, caso contrário, o modelo será de reciclagem ou de reconstrução.

Como o processo de tapa buracos é mais simples, essa operação tem a preferência da maioria das prefeituras já que o custo é menor. “É preciso uma análise criteriosa do trabalho a ser executado considerando o nível de qualidade necessário para o pavimento, a importância da via para a economia da região e o próprio custo- benefício de realização de um trabalho completo de recuperação”, enfatiza Rauen.

Se a identificação das falhas de pavimento for observada na fase inicial, o tratamento terá um custo operacional reduzido. Se essa fase de recuperação for ultrapassada e o pavimento estiver deteriorado, será necessária a fresagem o que acarretará em custo maiores. “Existe ainda a possibilidade da base de sustentação do pavimento estar comprometida e, nesse caso, a recuperação será feita por meio de uma reciclagem de pavimento e base, com aplicação de uma nova camada de pavimento”, explica Walter Rauen, da Bomag.

A pavimentação é aplicada em uma rua ou avenida, de acordo com a relação de tráfego. Esses estudos são feitos por empresas de consultoria que analisam criteriosamente o volume de tráfego e identificam os tipos e quantidade de veículos que trafegam por essas vias.  “Além do tráfego, agentes naturais como sol, chuva e mudanças climáticas interferem diretamente no envelhecimento do pavimento e sua ruptura. Os custos de manutenção e recuperação estão diretamente ligados ao modelo escolhido”, continua Rauen.

A prefeitura de Porto Alegre, por exemplo, já possui duas usinas de asfalto Marini Latin América para realização de trabalhos completos de recuperação. A segunda unidade iniciou operação no mês de fevereiro e o prefeito José Fortunati destacou a tecnologia de ponta utilizada na unidade. “A usina reduz custos, é sustentável, dá mais qualidade e longevidade ao asfalto e são mais seguras aos trabalhadores do local”, comentou.

Tecnologias para o asfalto

O grupo Fayat, por meio da Bomag Marini Latin America, possui equipamentos que cobrem todo o ciclo de pavimentação, com tecnologias para produção de misturas asfálticas como usinas de asfalto a quente contínuas ou gravimétricas, passando por compactadores de solos, fresadoras, vibroacabadoras, produtos para reciclagem e estabilização até a compactação final do pavimento asfáltico. Além disso, possui uma linha completa de compactadores leves, com diversos modelos de compactadores de percussão, placas unidirecionais, compactador multiuso, entre outros.

Confira algumas novidades apresentadas na Brazil Road Expo 2016, realizada de 29 a 31 de março no São Paulo Expo:

A ACO Brasil, empresa alemã estabelecida no Brasil desde 2010, mostrou as soluções que a tornaram referência mundial em drenagem segura e alta tecnologia para obras de infraestrutura, rodovias, portos, aeroportos, entre outros. As soluções da ACO são feitas com concreto polímero exclusivo – sem adição de água ou concreto. No Brasil, a empresa tem mais de cem mil metros lineares de canais de drenagem externa instalados em obras nacionais e separadores de água e óleo.

Com atuação na área de proteção ambiental, controle de processos erosivos, contenções, proteção de cursos d’água, drenagem, terraplanagem e geotecnia, a Deflor Bioengenharia lançou na feira o Solo Ancorado, sistema de ancoragem para estabilização de taludes. Consiste na introdução à percussão de “âncoras de solo” que recebem as cargas transferidas entre as camadas do perfil do solo através de cabos de aço ou hastes metálicas conforme a necessidade. O novo produto da Deflor também foi apresentado em uma palestra técnica durante o evento.

A Epav do Brasil, empresa especializada em reparação e reabilitação de estradas de concreto e asfalto, apresentou seu principal serviço: o Micro Nivelamento de Pavimento de Concreto ou Cepilhado (Grinding) longitudinal. Esse processo visa remover irregularidades e ondulações do pavimento com um novo acabamento à superfície que minimiza ou elimina imperfeições, melhora aderência e rugosidade, entrega maior suavidade, segurança e conforto para o usuário.

A Global Road Technology Brasil, empresa especializada na construção e manutenção de rodovias sustentáveis, expôs produtos com nanotecnologia avançada em polímeros para construir estradas melhores e mais seguras. Entre os destaques, produtos para estabilização de subleito, sub-base e base, para compactação de valas, para controle de erosão e estabilização de talude e também para revegetação e hidrossemeadura.

A LDA Indústria e Comércio mostrou sua nova linha de usinas para misturas asfálticas à quente. Um dos diferenciais desse produto é a redução de emissão de poluentes, pois a máquina conta com um sistema de queima inteligente, que aproveita integralmente a capacidade calórica do combustível. A nova máquina tem capacidade de 50 a 150 toneladas por hora, com tancagem de asfalto.

A Romanelli apresentou produtos como o espargidor de asfalto, que tem tecnologia de extrema precisão de aplicação e facilidade de operação. Também esteve no estande da marca uma vibroacabadora de asfalto com tecnologia de ponta, produto de fabricação nacional e com excelente capacidade.

 

Colaboraram para esta matéria

Jorge Coelho - Fundador da Único Asfaltos

Walter Rauen - Ceo da Bomag Marini Latin America

Brazil Road Expo 2016