Tendência: fornecedores qualificados no PBQP-H
Entre os insumos do programa, que já reúne 51 fabricantes qualificados, se destacam as portas e as janelas de alumínio.
Redação AECweb
A velocidade com que são tocadas as obras, hoje, não permite erro, retrabalho e gastos com assistência técnica. A constatação tem levado as construtoras a contratarem, preferencialmente, empresas fornecedoras qualificadas pelo PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat. Entre os insumos, se destacam as portas e janelas de alumínio – programa que já reúne 51 fabricantes qualificados, de acordo com o Relatório Setorial de setembro último.
A Conx Empreendimentos Imobiliários está construindo, simultaneamente, oito edifícios - desses, cinco fazem parte do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, num total de 1,5 mil unidades. Defensor do uso incondicional de insumos da cesta básica do PBQP-H, Yorki Estefan, diretor da empresa, conta com três fornecedores de esquadrias de alumínio padronizadas qualificados pelo programa. “O PBQP-H é uma ferramenta de tranqüilidade para o mercado”, sentencia. Segundo ele, não adotar seria uma preocupação a mais para a Conx, que teria que investir na realização de ensaios dos produtos. “Encaminhamos para ensaios no ITEC – Instituto Tecnológico da Construção Civil - apenas quando se trata de uma obra comercial que emprega fachada cortina”, diz o diretor.
Ele argumenta que as construtoras têm contra elas - ou a favor do comprador -, o Código de Defesa do Consumidor. “Mesmo não participando do PBQP-H, o fornecedor é obrigado a seguir as normas técnicas. Se não o fizer, está cometendo um crime. Os fornecedores têm que se adequar e as construtoras responsáveis não vão usar produtos não-conformes. Até porque, não existe margem na habitação de baixa renda para a construtora ficar retornando e fazendo reparos - ela quebra”, alerta Yorki Estefan, que traduz a afirmação num cálculo: o custo da assistência técnica no pós-obra é variável, ficando entre 1% e 3% do custo da construção. No programa ‘Minha casa, Minha Vida’, o custo da construção representa cerca de 80% do valor total - o restante abrange, além da margem, custo com terreno, desenvolvimento de projeto, entre outros. “No caso da unidade destinada à faixa de zero a três salários mínimos, os 80% de custo de construção equivale a R$ 36 mil. Se for gasto 1% desse custo em recall, serão R$ 368 – valor do deslocamento de um profissional até o imóvel. Portanto, não tem margem para assistência técnica. Ou trabalha dentro das normas, ou não tem condições de atender”, diz.
Com sede em Rio Claro e atuando há 35 anos na incorporação e construção de empreendimentos imobiliários e comerciais, e em obras públicas no interior de São Paulo, Baixada Santista e sul de Minas Gerais, a Geromel também participa do PBQP-H, além de ser certificada com a ISO 9001:2008. O engenheiro Alexandre Luis Geromel, gerente de Obras da construtora, lembra que as empresas do programa, para obterem sua qualificação, submetem seus produtos a ensaios de laboratório. O que vale dizer que, comprovadamente, atendem todas as normas relacionadas ao produto.
“No caso de esquadrias de alumínio, que são uma grande vitrine do empreendimento, é inconcebível adquirir sem analisar critérios como infiltração de água, resistência às cargas de vento, deformação, mau funcionamento, manutenção constante e durabilidade, todos previstos no correto atendimento às normas técnicas. Ao escolher um fabricante qualificado pelo PBQP-H, temos a certeza de trabalhar com produtos em conformidade com as normas técnicas e com a garantia de qualidade exigida pelo programa”, afirma, acrescentando que “nossa grande preocupação com a qualidade de materiais e mão de obra, desde os primórdios da empresa, faz com que os clientes da Geromel associem nossos empreendimentos aos melhores materiais do mercado”.
Com atuação preponderante no ABC paulista, a MBigucci é qualificada no PBQP-H desde 2001. Hoje, ‘toca’ 13 obras residenciais, totalizando 25 torres, o equivalente a 1.826 unidades no segmento de médio baixo padrão – na faixa de seis a dez salários mínimos. Roberta Bigucci, diretora Administrativa e da Qualidade, afirma que a seleção de fornecedores leva em conta a chancela de empresa qualificada e os critérios do programa desenvolvido pela construtora, antes de sua entrada no PBQP-H. “Na condição de construtora participante do programa, devo exigir produtos de qualidade dos fornecedores. Temos como política adquirir materiais, inclusive esquadrias de alumínio, apenas de fornecedores participantes do PSQ, além de considerar custos. Hoje, estamos comprando de fornecedor que está no PBQP-H, que tem nota de corte boa e preço bom. Sabemos que, se ele está no programa, já é uma comprovação da qualidade das esquadrias que produz e que está dentro do padrão da MBigucci. Nós seguimos as normas técnicas e não podemos ser mais rígidos que elas. E o PBQP-H é a norma”, diz.
A nota de corte a que se refere Roberta Bigucci, critério do programa próprio da empresa, foi elevada recentemente de 70 para 80 pontos. Problemas apresentados pelo fornecedor desde o registro do pedido até a entrega, cumprimento de prazos, eventuais defeitos nas peças, desempenho da empresa e do produto, tudo é considerado e descontado da nota máxima que começa com 100 pontos. “Desenvolvemos uma fórmula para cada tipo de problema. Quem fica abaixo da nota de corte, deixa de ser nosso fornecedor e só poderá voltar alguns anos depois”, explica.
Focada na construção de habitações de interesse social no México, e agora no Brasil, a Homex – incorporadora e construtora - participa e é qualificada pelo PBQP-H. “E só contratamos fornecedores que estejam relacionados no site do programa de qualificação”, garante Clovis Massuda, diretor de Construção da empresa. Para ele, qualidade é palavra-chave em todos os empreendimentos desenvolvidos pela construtora. “No segmento de esquadrias de alumínio, contatamos e solicitamos orçamentos para diversos fornecedores que são, prioritariamente, de grande porte, pois estes atendem a necessidade de capacidade de produção demandada pela Homex”, destaca Massuda.
“Estamos tentando chegar ao ponto de adquirir, apenas, materiais qualificados no PBQP-H”, declara Ana Paola Couso, diretora da Edalco – construtora que atua desde 1991 no mercado de obras residenciais de médio alto e de alto padrão e que, em breve, passará a construir moradias populares. Por enquanto, a dificuldade, diz ela, “é que nem todas as empresas que queremos como parceiras estão no programa”. O caminho, neste caso, é o inverso: a construtora é que procura conscientizar o fornecedor sobre a importância de participar e ser qualificado. Em esquadrias de alumínio especiais, a construtora fechou contrato com um fornecedor que corresponde a esse critério. “Por estar no programa, já prima pela qualidade”, afirma a diretora, acrescentando que a meta da Edalco de fechar o ciclo da qualidade começa na própria construtora, qualificada no PBQP-H.
Redação AECweb
COLABORAM PARA ESTA MATÉRIA:
Yorki Estefan – Diretor da Conx Empreendimentos Imobiliários.
Alexandre Luis Geromel – Gerente de Obras da Geromel.
Roberta Bigucci - Diretora Administrativa e de Qualidade da M.Bigucci.
Clóvis Massuda - Diretor de Construção da Homex.