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Tijolos aparentes são uma excelente escolha para revestimento

Com aspecto rústico, as peças cerâmicas podem ser usadas como elemento estrutural ou decorativo em ambientes internos ou externos. Além de esteticamente atraentes, são resistentes e proporcionam conforto térmico

Publicado em: 08/08/2018Atualizado em: 16/11/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Tijolos aparentes podem ser usados tanto em ambientes internos (foto) como em fachadas externas (crédito: shutterstock.com /Africa Studio)

Tijolos aparentes são utilizados como elementos estruturais e decorativos há muitos anos. Eles conferem aspecto rústico e, ao mesmo tempo, proporciona aconchego aos ambientes. No entanto, podem apresentar diversos problemas, seja por falhas na execução seja por aplicação em lugares impróprios. Entre os arquitetos, o tijolo aparente como elemento de decoração é praticamente unanimidade em ambientes rudimentares, mas que também precisam ser acolhedores.

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Entretanto, não é apenas na questão estética que essa solução se destaca. “Os tijolos aparentes são econômicos, resistentes a intempéries e ao fogo. Além disso, são ambientalmente eficientes, pois sua estrutura de células abertas libera o calor lentamente, deixando os ambientes frescos no verão e quentes no inverno”, explica Giovana Giosa, titular do escritório Stúdio AG.

Os tijolos aparentes são econômicos, resistentes a intempéries e ao fogo. Além disso, são ambientalmente eficientes, pois sua estrutura de células abertas libera o calor lentamente, deixando os ambientes frescos no verão e quentes no inverno
Giovana Giosa

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ONDE UTILIZAR?

Ambientes internos e externos podem receber o revestimento com tijolos aparentes, porém, se a aplicação for em fachadas, por exemplo, existem certos cuidados a serem tomados. “É extremamente importante que os tijolinhos sejam impermeabilizados para evitar a formação de limo e o acúmulo de sujeira, o que pode ser feito com verniz acrílico, silicone líquido ou resina”, sugere Giulliana Savioli, do escritório Studio 011 Arquitetura. Não é recomendado o uso dessa solução em paredes com instalações elétrica e hidráulica nem em ambientes com umidade, por não ser tão resistente, o tijolo pode acelerar o processo de desgaste.

Algumas vezes, os tijolos cerâmicos utilizados como elementos estruturais passam a ser aplicados também na decoração após reforma. Nesses casos, basta descascar o revestimento que está cobrindo os tijolos para deixá-los com aspecto mais rústico. Em obras cujos tijolinhos exercerão função estrutural e decorativa, a arquiteta Bárbara Gomes, do escritório Studio 011 Arquitetura, recomenda o auxílio de profissional capacitado para a realização dos cálculos estruturais que definirão a resistência do material, a argamassa adequada, entre outros pontos importantes.

É extremamente importante que os tijolinhos sejam impermeabilizados para evitar a formação de limo e o acúmulo de sujeira, o que pode ser feito com verniz acrílico, silicone líquido ou resina
Giulliana Savioli 

APLICAÇÃO

Não existem segredos para a aplicação dos tijolinhos, mas é essencial prestar atenção em alguns detalhes. A primeira coisa a ser feita é preparar a base – de concreto ou alvenaria– para reparar todas as imperfeições, como blocos quebrados ou com fissuras, armaduras expostas, superfícies lisas ou com desmoldante etc., deixando-a pronta para o restante do procedimento.

O segundo passo é a limpeza da superfície. A função desse procedimento é retirar todas as impurezas que possam reduzir a aderência do chapisco, além de resfriar o substrato, garantindo que a água presente no chapisco não seja absorvida com rapidez.

Após a secagem ao toque, é hora de aplicar o chapisco. Segundo Gomes, esse processo pode ser feito de duas maneiras: o chapisco de cimento CP II-F-32 é composto de areia grossa lavada com traço 1:3 e aplicada com colher de pedreiro sobre a alvenaria ou chapisco industrializado aplicado com desempenadeira denteada (dentes com 8 mm x 8 mm x 8 mm) sobre a estrutura de concreto; e o Chapisco de cimento CP II-F-32 composto de areia grossa lavada com traço 1:3 amolecida com solução de adesivo PVA aplicado com projetor tipo "canequinha" sobre a estrutura de concreto e alvenaria.

Após a secagem do chapisco, o que demora aproximadamente três dias, é chegada a hora do assentamento. O primeiro passo é molhar os tijolos para evitar que eles absorvam a umidade dos outros materiais. Após a aplicação da argamassa de assentamento, as fileiras devem ser assentadas um pouco à frente do alinhamento final, deixando um espaço entre as peças cerâmicas e a base, que será preenchido novamente com argamassa. Deve-se, então, empurrá-las contra a base até que cheguem ao posicionamento final. A cada seis fiadas de tijolo é necessária a colocação de uma tela de amarração. Se houver a viga de concreto, o reforço deve ser instalado a cada três fiadas.

Após a conclusão do assentamento, é preciso esperar 28 dias para voltar a tratar a superfície. Após esse período, Monise Rosa, arquiteta titular do escritório homônimo, recomenda a aplicação de hidrofugantes para proteção e estanqueidade dos tijolinhos. “Se o projeto requer algo mais rustico, não fazemos nada após o assentamento (nem antes). Já se o cliente quiser um aspecto mais “limpo”, geralmente recomenda-se a aplicação de um verniz fosco ou verniz específico para tijolo”, finaliza Lisandro Piloni, fundador do escritório Piloni Arquitetura.

NORMAS TÉCNICAS

Dentre as principais normas técnicas relacionadas a tijolos para revestimento estão:

• ABNT NBR 6.460:1983 – Tijolo Maciço Cerâmico para Alvenaria Verificação da Resistência à Compressão
• ABNT NBR 7.170:1983 – Tijolo Maciço Cerâmico para Alvenaria
• ABNT NBR 8.041:1983 – Tijolo Maciço Cerâmico para Alvenaria Forma e Dimensões – Padronização

Leia também: O charme do tijolo aparente

Colaboração técnica

giovana-giosa
Giovana Giosa  – Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, é titular do escritório Studio AG Arquitetura desde 2013. Prioriza o uso da arquitetura contemporânea e desenvolve projetos em diferentes escalas e usos.
monise-rosa
Monise Rosa  – Arquiteta formada pela Fundação Armando Álvares Penteado e com experiência em renomados escritórios de arquitetura e interiores, hoje está frente do Monise Rosa Arquitetura e Interiores.
LISANDRO-PILONI
Lisandro Piloni  – Formado em arquitetura e urbanismo pela PUC (Pontifícia Universidade Católica), em Campinas, hoje está à frente do escritório Piloni Arquitetura & Interiores, com sede na capital e em São José do Rio Preto.
studio-011
Studio 011 Arquitetura  – Escritório de arquitetura e interiores, formado por Barbara Gomes da Silva e Giulliana Pinheiro Savioli. Em 2013, as arquitetas uniram suas distintas experiências, adquiridas em renomados escritórios de arquitetura e em cursos realizados em NY, Londres e Itália. Desde sua formação, o Studio desenvolve projetos residenciais, comerciais, reformas e interiores.