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Trator de esteira: Tudo sobre o sistema de transmissão hidrostático e mecânico

Fique por dentro das principais informações sobre cada mecanismo e a opinião dos especialistas

Publicado em: 20/03/2015Atualizado em: 14/11/2022

Texto: Redação PE

Muito utilizado para a movimentação de material, limpeza, nivelamento e preparo do solo, a maioria dos novos tratores no mercado contam hoje com um sistema inovador de transmissão: a hidrostática. Porém, muitos consumidores desconhecem o diferencial técnico dessa tecnologia ao compararem com um trator de esteira de transmissão mecânica, mais popular nos canteiros de obras.

Em poucas palavras, o sistema de transmissão hidrostática se caracteriza por possuir duas bombas de fluxo variável que alimentam, de forma independente, dois motores hidráulicos responsáveis pelo movimento da esteira. A vantagem desse mecanismo é a quase ausência de partes móveis e de desgaste, fatores essenciais para a redução do custo operacional e de manutenção. Além disso, a transmissão permite que a máquina faça curva com ambas esteiras tracionadas ou até mesmo realizar o giro em torno do seu eixo central (contra-rotação).

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Já o sistema tradicional de transmissão mecânica se caracteriza por possuir diversos mecanismos acoplados (conversor de torque, dumper, embreagem etc), os quais irão apresentar maior custo operacional e de manutenção devido ao desgaste das peças móveis que estão em constante atrito. Esse tipo de transmissão também não permite a realização de curvas ou contra-rotação de maneira eficiente, pois as esteiras nunca irão trabalhar com a máxima potência nessas condições.

De acordo com especialistas, esse tipo de tecnologia ajuda o operador, pois representa mais conforto e produtividade. Para a máquina, menos desgaste mecânico e, consequentemente, queda nos custos de manutenção. Já o sistema mecânico é tradicionalmente utilizado há muitos anos e é muito conhecido pelos operadores. O desempenho é razoável na maioria das aplicações.

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Confira, nessa lista abaixo, alguns destaques técnicos positivos e negativos em cada sistema:

Sistema de Transmissão Hidrostático

Pontos Positivos

1) Pouco desgaste nas partes móveis o que representa um menor custo operacional e de manutenção.

2) Não necessita troca de marchas.

3) As curvas são feitas com tração total nas esteiras, além de ser capaz de realizar a contra-rotação de forma rápida e precisa.

4) Baixo consumo de combustível, facilidade na manutenção com menor necessidade de intervenção nos componentes mecânicos.

5) Melhor aproveitamento de espaço, além de baixo nível de ruído

“A tecnologia de transmissão hidrostática não possui os dispositivos mecânicos encontrados em um trem de força tradicional, como transmissão mecânica, conversor de torque, dumper, pacotes de freio, embreagem de direção, entre outros itens de desgaste que geram maior custo de manutenção”, explica Fernando Neto, especialista de marketing de produto da New Holland Construction.

Pontos Negativos

1) Os sistemas com transmissão hidrostática requerem maior atenção com os períodos de intervenção para manutenção preventiva.

2) Deve-se usar óleo exatamente conforme especificação indicada, a fim de evitar contaminação durante as trocas

3) As manutenções periódicas devem ser realizadas rigorosamente. Para isso, o cliente deverá sempre recorrer ao concessionário autorizado, comprar apenas peças genuínas e se guiar pelo manual do fabricante.

“É preciso atenção e realizar a troca do óleo hidráulico desse sistema, de acordo com o intervalo de tempo especificado no manual de serviço”, diz Alexandre Frattesi, especialista da Case Construction Equipment

Sistema mecânico - Mais popularidade com pouca tecnologia embarcada

O sistema de transmissão mecânico é tradicionalmente utilizado há muitos anos e é bastante conhecido por operadores nos canteiros brasileiros. De acordo com os especialistas, o desempenho nunca comprometeu e apresenta-se razoável na maioria das aplicações. Porém não são tão efetivos quanto os sistemas de transmissão hidrostática quando operam em terrenos com inclinação acima de 12% e quando empurram material ao longo de curvas.

“Além de apresentar um superaquecimento do conversor de torque e demais componentes do sistema hidráulico durante a operação em aplicações mais severas, o sistema tem um número bem maior de engrenagens em seu conjunto sujeitas a desgaste”, completa Frattesi.

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Mais potência no motor em transmissões hidrostáticas?

Os especialistas da New Holland e da Case Construction divergem sobre esse assunto. De acordo com Frattesi , o motor no sistema de transmissão hidrostático precisa ser mais forte, pois há a necessidade de uma combinação perfeita entre o desempenho do motor a diesel e o sistema de transmissão hidrostática.

“Deve ser levado em conta a sua potência líquida, o torque, peso operacional e a pressão aplicada no solo do equipamento para a obtenção de maior força de tração na barra, um dos mais importantes parâmetros de desempenho do trator de esteira”, afirma.

Já Fernando Neto, da New Holland, diz que o motor não precisa ter necessariamente mais força para cumprir bom papel nas obras.  “Não há a necessidade de um motor melhor. É possível ter tratores com transmissão hidrostática ou mecânica para qualquer faixa de potência do motor”, completa.

Para ele, não há uma relação entre o tipo de transmissão e a potência do motor, pois ambas as transmissões podem ser utilizadas em praticamente todos os motores disponíveis pelas fabricantes.

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Colaboraram para esta matéria

Alexandre Frattesi – especialista de produto da Case Construction Equipment
 
Fernando Neto – especialista de marketing de produto da New Holland Construction