Uso de banheiros prontos depende de estudos e logística adequada
Com sistema hidráulico e elétrico entre seus componentes, os banheiros prontos devem ser planejados juntos com a obra, pois exigem transporte vertical e horizontal
Redação AECweb
Banheiro pronto no Hilton Hotel, obra executada pela Hochtief.
Parte essencial de qualquer edificação, ele chega pronto em um caminhão. Em plataforma ou grua, sobe para o seu andar, enquanto duas ou três lajes acima são preparadas. Pronto, o banheiro decorado exibe na bancada até mesmo um vaso de flor e sabonete requintado. Com prazos cada vez mais curtos e orçamentos limitados, é preciso planejar a obra – seja um hotel, hospital, escritório ou residência – para receber o banheiro pronto, solução perfeita para quem quer economizar tempo. André Glogowsky, presidente do Conselho de Administração da Hochtief, explica que é preciso fazer estudos e pensar principalmente na logística. “Com sistema hidráulico e elétrico entre seus componentes, o banheiro deve ser planejado junto com a obra, porque exigirá equipamentos de transporte vertical e horizontal”, diz.
De instalação fácil e rápida, em um prédio com quatro andares concretados, já é possível instalar o banheiro no primeiro piso. Assim foi no Hilton Hotel - obra executada pela Hochtief –, por exemplo. “Assim que foi instalado o primeiro banheiro, com direito a sabonetes e flores sobre a bancada, já estávamos em um hotel cinco estrelas, enquanto o andar de cima ainda estava concretando”, relata. Construído em concreto ou drywall, o uso de banheiros prontos acelera a obra: basta plugar no esgoto, na energia e está pronto. “A manutenção é igual à dos banheiros construídos in loco, e o usuário pode ter a certeza de que a qualidade é melhor, pois foi possível verificar a execução”, explica André Glogowsky, ressaltando que o consumidor final não consegue ver a diferença entre um banheiro tradicional e um pronto de fábrica.
Entre as vantagens de se optar pelo uso de banheiros prontos estão a padronização e a homogeneidade. A obra de um banheiro abrange aproximadamente 200 itens e cerca de 20 fornecedores. O Hilton Hotel tem 500 banheiros com 19 diferentes projetos. “Imagine o que seria especificar, comprar e instalar essa quantidade! Como se tratava de um hotel de rede internacional e sofisticado, a melhor opção foi pelo banheiro pronto”, diz André Glogowsky, lembrando que, por se tratar de um produto industrializado, não há perdas e, em relação ao meio ambiente, não gera entulho,
Industrializada, a produção seriada é alvo de rígida supervisão da qualidade do produto pelo fabricante e pela construtora. “Fazer 500 banheiros in loco, em diversas obras país afora, exige uma fiscalização constante, com visitas a um ou dois por dia. Passaríamos mais de um ano visitando!”, comenta. E quando se tem um volume grande de banheiros, o canteiro fica com sua área de estoque liberada de materiais. A desvantagem é que o construtor fica na mão de um único fornecedor.
PRIMEIROS PASSOS
O planejamento é essencial quanto aos equipamentos de transporte vertical, a começar pelo procedimento de jamais parar as outras atividades da obra, como deslocar a grua que ergue uma viga para levantar o banheiro. “Tudo tem que ser muito bem estruturado. A logística tem que funcionar perfeitamente para não ter gasto extra. Se já está previsto o uso de grua na obra, não será problema optar por banheiros prontos. Mas caso tenha que locar apenas para os banheiros, não há vantagem”, explica o construtor.
Banheiro pronto sendo erguido no projeto do comercial do Eco Berrini.
A questão mais difícil de ser respondida no momento da escolha é qual será o custo/benefício. “O custo de comparação é complexo. É possível afirmar que o sistema é mais vantajoso quando se tem um grande volume de banheiros, com acabamento mais sofisticado. Outro crivo é a área do banheiro que deve ter medida ideal de até 2,50 m x 3,50 m. Mas, não há uma única solução”, ensina. “Usamos o que há de melhor em nossas obras. Banheiro pronto é uma alternativa, não a alternativa. O projeto do comercial Eco Berrini, por exemplo, não tinha sido projetado para banheiros prontos. O cliente queria um prédio de alta qualidade, em apenas 24 meses, e precisamos pensar em cada detalhe para viabilizar a obra nesse prazo”, revela.
Sobre os edifícios residenciais, André Glogowsky diz que é um pouco mais complicado e, mais uma vez, é preciso por na ponta do lápis. Em prédios de alto padrão, o proprietário do apartamento decide o acabamento que quer dar. “Mas, em torres com 200 apartamentos, é uma questão de se pensar, pois todos são iguais. Neste caso, vai depender do tamanho, do número de banheiros e do prazo da obra, e se a construtora entrega o banheiro já com acabamentos – caso contrário, não é vantajoso para ela”, observa.
Banheiro pronto instalado no Eco Berrini.
Enganam-se os que acham que banheiros prontos são novidade. Existentes no Brasil há mais de dez anos, o número só tem crescido. “Há qualidade, prazo e preço”, diz André Glogowsky. As fábricas, que são poucas no país, possuem catálogos dos banheiros, mas também produz sob projeto. “Quando vamos escolher o material, pensamos na durabilidade, em cada detalhe, desde o piso até a cor e o tipo de cabideiro. Hotéis têm padrões de luxo, já os escritórios usam materiais nobres, mas não chegam a ser banheiros de luxo”, diz. “O consumidor quer um imóvel cada vez melhor, em menor prazo e pagando menos. Acredito que o banheiro pronto está nesse caminho”, conclui.
Redação AECweb
COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA
André Glogowsky, presidente do Conselho de Administração da Hochtief.