Valetadeiras asseguram produtividade e precisão à abertura de valas
Equipamentos têm aplicação na instalação de gasodutos, construção de tubulações de água e esgoto, obras de drenagem e assentamento de cabos de dados e de energia
Consagrado nos Estados Unidos e na Europa, o uso de valetadeiras vem se disseminando no Brasil diante do maior interesse das construtoras por soluções que garantam a abertura de valas na largura e na profundidade exata do projeto, evitando o desperdício de recursos.
Indicados para trabalho em solos com diferentes características, esses equipamentos de terraplanagem são capazes de realizar serviços de escavação, elevação e descarregamento. Eles têm importante aplicação em obras de redes de infraestrutura subterrânea e representam uma alternativa às escavadeiras e retroescavadeiras com algumas vantagens.
A primeira delas é a maior produtividade, uma vez que o equipamento foi desenvolvido especialmente para realizar aberturas estreitas e retas e para lidar com a terra removida de modo eficiente. “Dependendo das características do solo, uma valetadeira pode substituir de três a quatro retroescavadeiras, tamanha a produtividade desse equipamento”, comenta Flávio Leite, gerente geral da Vermeer no Brasil.
Trabalhador observa valetadeira escavando trincheira (Andrea Slatter/ Shutterstock.com)
ECONOMIA E GANHO DE QUALIDADE
Usadas na construção de canalização de água e esgoto, na construção de redes de dados, gás e energia, bem como em obras de drenagens, as valetadeiras têm, ainda, outros pontos fortes. A sua capacidade de triturar o solo formando uma leira lateral permite reaproveitar o material escavado para reaterro posterior. Isso significa que o construtor pode dispensar a aquisição de insumos para o aterramento, obtendo considerável economia de tempo e de dinheiro.
Além disso, essas máquinas garantem uma execução mais precisa. “A parede escavada é mais reta e o fundo da vala tende a ser mais limpo, o que é fundamental principalmente em obras que envolvem tubulações mais sensíveis”, afirma Leite. Por fim, ao mecanizar o processo de abertura de valas e abreviar a execução dos serviços, as valetadeiras ajudam a reduzir a quantidade de mão de obra.
COMO ESCOLHER?
O mercado oferece uma ampla variedade de valetadeiras, das mais compactas às mais robustas, para a construção de valas de 2 cm a 1,5 m de largura. A opção por um ou outro modelo deve levar em conta uma série de aspectos.
Dependendo das características do solo, uma valetadeira pode substituir de três a quatro retroescavadeiras, tamanha a produtividade desse equipamentoFlávio Leite
Um deles é o projeto a ser executado, principalmente as dimensões das valas (largura e profundidade). As minivaletadeiras, por exemplo, costumam ser indicadas para valas com largura máxima de 20 cm e até 1,20 m de profundidade. Esses equipamentos têm muita utilidade em obras urbanas com limitação de espaço e em serviços realizados em calçadas, que exigem largura mais estreita.
O tipo de solo e o prazo para a execução do serviço também influenciam a tomada de decisão entre um modelo compacto ou de grande porte, com maior ou menor potência de motor. Solos rochosos, por exemplo, podem exigir uma combinação específica de peso e potência para assegurar alta produtividade, diferente do que é demandado em áreas com solos moles ou solos muito compactados.
ESCOLHA CERTA
Segundo Gustavo Furieri, consultor de desenvolvimento de mercado da Sotreq, na hora de selecionar o modelo correto, é preciso identificar a corrente e a ferramenta de penetração no solo (dentes) mais adequadas. “Qualquer escolha equivocada pode alterar a produtividade e aumentar os custos operacionais do equipamento”, diz ele.
Para escavações em solos moles, a valetadeira mais indicada é a equipada com uma corrente em forma de conchas. “Já para solos compactados com pedregulho rolado, a recomendação recai sobre as correntes tipo shark (tubarão) ou com ponteira de tungstênio”, complementa Flávio Leite.
Qualquer escolha equivocada pode alterar a produtividade e aumentar os custos operacionais do equipamentoGustavo Furieri
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
Nos últimos anos, o mercado de valetadeiras vem evoluindo para responder à demanda de seus usuários por produtividade e baixos custos operacionais. Entre as novidades incorporadas a essas máquinas estão o sistema de sucção de resíduos a vácuo, que deixa as valas limpas para a posterior instalação de tubulações, e o sistema de sensores que identifica a presença de obstáculos durante a escavação e que interrompe o funcionamento do equipamento automaticamente, evitando danos à máquina.
Ao mesmo tempo, a variedade de implementos para esses equipamentos ampliou-se, agregando flexibilidade e mais possibilidades de uso para cada máquina. “Destacam-se, nesse sentido, sistemas de correntes especializadas capazes de deixar o equipamento pronto para as aplicações mais específicas”, comenta o consultor de desenvolvimento de mercados da Sotreq.
MANUTENÇÃO
A garantia de vida útil longa das valetadeiras passa pelo respeito ao plano de manutenção fornecido pelo fabricante do equipamento. Nesse plano constam, por exemplo, o intervalo ideal para trocas de filtros e lubrificantes. “A utilização de peças originais, a leitura dos manuais de operação e a utilização de serviços especializados de manutenção são procedimentos importantes para manter o equipamento pronto para as atividades operacionais”, finaliza Furieri.
Colaboração técnica
- Gustavo Furieri – Engenheiro de Produção e Administrador de Empresas. É consultor de Desenvolvimento de Mercados do Grupo Sotreq
- Flávio Leite – Gerente geral da Vermeer no Brasil e presidente do Conselho Deliberativo da Abratt (Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva)