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Veja os cuidados em atividades realizadas em plataformas de trabalho aéreo

Equipamentos acessam pontos altos com segurança e rapidez, mas escolha do modelo correto é decisiva para a produtividade e a segurança

Publicado em: 21/09/2016

Texto: Redação PE


Plataforma articulada trabalhando em montagem de estrutura (Divulgação/ Genie)

As plataformas de trabalho aéreo são utilizadas para elevar pessoas e ferramentas em grande variedade de serviços em altura, como eletricidade, pintura, soldagem, serralheria, limpeza, montagem e manutenção de estruturas, entre outras atividades. Esses equipamentos são fabricados em três tipos para atender a diferentes necessidades – tesouras, lanças articuladas e lanças telescópicas.

As tesouras são utilizadas em ambientes internos como galpões e armazéns, em situações onde é preciso pouco alcance e altura, mas ampla área de trabalho e capacidade de elevação. Possuem altura de trabalho de aproximadamente 15 m.

As plataformas de lança articulada são mais indicadas para acessar locais sobre obstáculos e pontos difíceis, chegando a alcançar 56 m, enquanto as de lança telescópica possibilitam ao operador acesso direto e rápido a um ponto de trabalho, com modelos que podem alcançar 56 m na vertical e 24 m na horizontal.

Alguns itens de segurança são padronizados nesses equipamentos em outros países, mas no Brasil ainda são considerados opcionais. É o caso dos sensores de carga, controle de acesso para operadores inabilitados, pneus sólidos e sensor antiesmagamento do operador.

APLICAÇÃO E PRODUTIVIDADE

De acordo com Carlos Gabos, engenheiro da área de movimentação de cargas da Odebrecht Infraestrutura, saber que tipo de plataforma será usado é determinante para viabilizar uma aplicação produtiva. “Esses equipamentos atendem a uma grande variedade de serviços, mas utilizar uma plataforma errada atrasa o serviço e aumenta os riscos no trabalho em altura”, alerta. “Conforme a obra evolui, os modelos do equipamento precisam ser substituídos para se adequarem às fases seguintes”.

Na construção civil, as plataformas geralmente são usadas quando o tempo de execução do serviço é curto. Mas há situações onde elas são substituídas pelos andaimes convencionais, principalmente quando a quantidade de trabalhadores necessários para uma tarefa específica ultrapassa a capacidade de carga da plataforma.

“O uso também se restringe quando é necessária força na elevação horizontal além do limite suportado e quando o solo onde a atividade será realizada não sustenta a pressão exercida pela plataforma”, explica Gabos.

Jacques Iazdi, especialista em plataforma de trabalho aéreo, cesta aérea e manipulador telescópico, acrescenta que as plataformas elétricas são ideais para trabalhar em galpões e locais fechados e geralmente contam com pneus cinzas ou brancos para não marcar o piso dos locais onde operam. Já as plataformas a diesel têm maior altura de alcance que as elétricas, possuem pneus resistentes e apropriados para solo, sendo indicadas para áreas externas.

CAPACITAÇÃO E SEGURANÇA NO TRABALHO

Jacques explica que, segundo o anexo 4 da NR 18, a operação das plataformas deve ser feita por pessoa qualificada para o tipo específico de equipamento utilizado. “Isso significa que, se um operador for treinado para trabalhar apenas com lança articulada, não poderá operar uma tesoura ou lança telescópica”, exemplifica.

De acordo com ele, todo operador, antes de iniciar o trabalho, deve verificar o nível de óleo diesel e, nas máquinas elétricas, averiguar o nível de carga da bateria, que deve estar completo. O teste no solo também é essencial nos três modelos. “Ao ligar a plataforma o operador testa o painel de controle, os comandos de virar subir, descer, testa o telescópio, verifica trincas, vazamentos de óleo e se todos os procedimentos estão funcionando. Faz todos os testes antes de andar com o equipamento”, orienta Jacques.

Se o operador estiver trabalhando no alto e precisar locomover a plataforma, Jacques recomenda que ele abaixe o cesto até uma altura próxima do nível do solo. “Se a plataforma estiver com a lança erguida e passar por algum buraco ou pedra, os trancos serão sentidos no cesto”, alerta o especialista.

Jacques também chama a atenção para o uso correto do cinto de segurança, que deve ser tipo paraquedista e preso a um ponto seguro especificado no manual de operações do equipamento. “Algumas pessoas prendem o cinto na grade do cesto, mas isso está incorreto, porque ela pode se romper caso a pessoa seja projetada para fora”, diz Jacques.

Carlos Gabos, da Odebrecht, observa que algumas empresas se propõem a capacitar usuários de plataforma com treinamento de apenas quatro horas, entre prática e teoria. “Esse tempo é insuficiente para desenvolver o conteúdo necessário pelo nível de conhecimento dos usuários, líderes e operadores. Depois desse suposto treinamento, o risco de acidentes sobe a níveis alarmantes, as pessoas envolvidas têm a falsa sensação de conhecer o equipamento e acabam agindo de forma irresponsável”, adverte Carlos Gabos.

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A segurança operacional em plataformas de trabalho aéreo

COLABORAÇÃO TÉCNICA:

  • Carlos Gabos, engenheiro da área de movimentação de cargas da Odebrecht Infraestrutura
  • Jacques Iazdi, consultor especialista em operações de plataformas de trabalho aéreo, cestas aéreas e manipuladores telescópicos