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Vitrais conferem efeitos de luz ao interior dos ambientes

Para sua confecção é utilizado o vidro cristal com espessuras de 2 a 5mm

Publicado em: 17/12/2014Atualizado em: 09/11/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Foto: Ton Geuer

Em destaque novamente na arquitetura, utilizado por renomados profissionais, os vitrais podem ser usados em projetos com estilos variados e valorizam ainda mais as construções. Originário do Oriente, o ofício de fazer vitral se tornou muito presente na Europa durante os séculos 12 e 13. Usado nas construções das catedrais erguidas nas grandes cidades europeias, tornou-se uma das primeiras artes do estilo gótico.

O efeito da luz solar que por ele penetrava também conferia maior imponência e espiritualidade ao ambiente, reforçando as imagens religiosas retratadas. “Além de obras de arte, os vitrais com passagens bíblicas serviam como uma forma de evangelizar as pessoas que, em sua grande maioria, não sabiam ler”, diz Mathilda Geuer Simmelink, sócia proprietária da empresa Vitrais Ton Geuer.

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Foto: Ton Geuer

PROCESSO DE CRIAÇÃO

De acordo com Simmelink, os vitrais são totalmente artesanais e personalizados. “O primeiro passo é o interessado expor o que deseja. Em seguida, é feito um projeto em escala menor para adequar o estilo e as cores pretendidos pelo cliente, conforme o desenho proposto. Uma vez aprovado, desenvolvemos o desenho em tamanho real, baseado no espaço onde as peças serão instaladas. Este desenho será recortado para servir de molde para iniciarmos o corte no vidro colorido ou não. Pronto o corte, se for necessário, é feita a pintura com mais linhas e o grissaille – pintura monocromática na cor cinza, que dá a ilusão de relevo.

Com os pedaços de vidro prontos, começa o momento da montagem do quebra-cabeça. Os pedaços de vidro são encaixados em filetes de chumbo/estanho em forma de 'H', formando o desenho. Assim, começa a montagem do desenho desejado com os vidros, sendo que as emendas são soldadas com estanho, para obter a rigidez do conjunto. Após a peça pronta é feita a vedação entre o vidro e o filete com massa de vidro. Isso para que ela fique resistente e totalmente vedada, sem permitir a entrada de água da chuva no caso de portas e janelas”, explica.

VIDROS

Para a confecção dos vitrais é utilizado o vidro cristal de espessuras variadas. Normalmente, ele tem de 2 a 5mm de espessura para se ajustar ao respectivo baguete a ser utilizado. O material pode ter procedência nacional ou importada, na medida dos padrões e das cores solicitadas no projeto. “Os vidros europeus ainda são os mais solicitados para estes trabalhos, pois, além da qualidade, possuem cerca de 400 tonalidades e texturas diferentes. Já os nacionais apresentam pouca variedade de cor e textura”, afirma a sócia proprietária.


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Foto: Ton Geuer

Segundo Simmelink, além da estética – uma verdadeira obra de arte – os vitrais assumem outras funções em uma edificação. “Mantêm a luminosidade do ambiente sem tirar a privacidade, já que existem vidros incolores ou coloridos com textura. Eles podem exercer uma função inversa e substituir uma cortina, pois, ao serem usados vidros mais escuros, é possível diminuir a claridade da incidência da luz. A técnica permite, ainda, representar diferentes cenas, personagens ou formas. Cabe à criatividade e vontade do cliente, podendo o desenho ter qualquer motivo como florais, figurativos, imagens e geométricos”.

Outra vantagem dos vitrais é que, assim como o vidro, são 100% reciclados e restaurados. “Para isso é preciso desmontá-los totalmente, separar o chumbo ou estanho e, depois de limpo, cada material deve ser reciclado individualmente”, comenta. 

INSTALAÇÃO

O vitral é instalado da mesma forma que um vidro comum. Pode ser alojado em um caixilho de madeira ou porta, usando os próprios baguetes de madeira. Ou em caixilhos de ferro, prendendo-o com massa de vidraceiro; e em caixilho de alumínio, fixando com borrachas apropriadas. “O que diferencia é só o tamanho do vão. Recomendamos que não seja maior que 60 x 60 cm, para que a peça não fique curva futuramente. Mas quando o vitral é maior que essa medida, o que ocorre na maioria dos casos, dividimos os espaços com o material já usado nas esquadrias – ferro, madeira e alumínio – e essas divisões devem ser harmoniosas com o desenho”, explica Simmelink.

Os vitrais mantêm a luminosidade do ambiente sem tirar a privacidade, já que existem vidros incolores ou coloridos com textura. Eles podem exercer uma função inversa e substituir uma cortina, pois, ao serem usados vidros mais escuros, é possível diminuir a claridade da incidência da luz
Mathilda Geuer Simmelink

LIMPEZA E MANUTENÇÃO

É fácil fazer a limpeza dos vitrais, que pede apenas um pano úmido, um pano com álcool ou limpa-vidros, ou mesmo uma simples lavagem com água. “Não há problema algum em molhá-los. Essa é mais uma de suas qualidades. Dificilmente aparecem manchas como acontece nos vidros lisos temperados, já que estes vidros possuem texturas e cores muito variadas. Com o passar dos anos, devido ao sol forte a que estão expostos diariamente, podem abaular. Mas é fácil reverter à forma original, basta não deixá-los desintegrar e, se algum vidro quebrar, é só substituí-lo, restaurando o vitral”, diz.

Colaborou para esta matéria

Mathilda Geuer Simmelink – sócia proprietária da empresa Vitrais Ton Geuer. Dedica-se à empresa desde criança, ao lado do pai, o fundador Ton Geuer, falecido em 2010, administrando e fazendo o contato com os clientes.