WTORRE Nações Unidas, cuidados sustentáveis
Edifício adotou ideias inovadoras para garantir certificação LEED.
Redação AECweb
O empreendimento WTORRE Nações Unidas, constituído por dois edifícios comerciais interligados, localizado na Avenida das Nações Unidas, em São Paulo, recebeu a certificação LEED C&S – Leadership in Energy and Environmental Design, Core & Shell - na categoria Silver. Com área construída de 61.790 m² em um terreno de 8.977 m², possui 16 pavimentos na Torre 1 e 14 pavimentos na Torre 2. O prédio conta também com garagem distribuída em quatro subsolos. “Esse foi um trabalho pioneiro que exigiu pesquisas e análises técnicas empregadas em outras construções, e aprimoramento de idéias inovadoras”, afirma Fernando Freitas, Gerente de Desenvolvimento de Produtos da WTorre Empreendimentos Imobiliários.
A consultoria que orientou a WTORRE no processo de certificação pelo USGC – United States Green Building Council foi a CTE – Centro de Tecnologia de Edificações. Anderson Benite, diretor da área de sustentabilidade da empresa, destaca: “O empreendimento demonstrou como uma concepção moderna e de alta tecnologia pode permitir a redução dos impactos ambientais”. Para que a certificação fosse conquistada, o prédio teve que obedecer a uma série de requisitos, tanto na fase de projeto quanto na fase de obra. Entre as metas atingidas estão 23,30% de economia no consumo de água potável; o desvio para aterros de 52,59% de todo resíduo gerado na obra; do total de materiais empregados, 24,5% têm origem reciclada e 68,5% são de origem local; 2,36% de redução da vazão e volume de água lançada na rede pública durante as chuvas, quando comparado à situação original do terreno.
TERRENO E ÁREA EXTERNA
O terreno foi cuidadosamente escolhido, seguindo a certificação LEED. A região é amplamente servida por transportes coletivos, com linhas de ônibus e trens urbanos. A escolha teve por objetivo diminuir a quantidade de vagas necessárias na garagem – nela, foram reservadas 48 vagas destinadas a carros à álcool ou GNV. Além disso, a região conta com, pelo menos, dez tipos de serviços básicos como restaurantes, bancos, farmácias e outros. “O empreendimento foi projetado para utilizar cobertura verde, que contribui para a redução das ilhas de calor, proporcionando conforto termoacústico, além de auxiliar na filtragem e retardo das águas pluviais antes do lançamento na rede pública”, comenta Yamada, consultor de sistemas prediais do CTE. O projeto também prevê ampla conservação de áreas abertas e vegetadas.
CANTEIRO
Já no canteiro de obras, houve a construção de lava-rodas para evitar o carregamento de poluentes aderidos nos pneus e rodas dos veículos, construção de caixas de decantação e sedimentação de poluentes carreados pelas águas pluviais para posterior recalque à rede de drenagem pública; preservação e proteção da vegetação existente, que contribuiu para a contenção estrutural das condições do solo no processo de escavação e manutenção da permeabilidade do solo. Houve também a aplicação de britas nos acessos para evitar a poluição do ar.
ÁGUA
A distribuição de água potável nos pontos de consumo das duas torres é feita através de um sistema de pressurização, com tanque hidropneumático, proporcionando economia de energia devido à existência de variadores de frequência nos motores das bombas instaladas ‘em paralelo’. O sistema garante variação da vazão das bombas e do número de bombas em operação simultânea, em função da demanda de água. “O edifício adotou uma série de dispositivos economizadores que asseguram o uso racional da água. Entre eles, foram instalados mictórios com sensores de presença, torneiras com fechamento hidromecânico, descargas com vazão máxima de seis litros de água, e chuveiros com restritores de vazão de 8 ls/min. A preocupação se estendeu ao paisagismo, que adotou plantas da região adaptadas ao clima local, por consumirem menos água. Também há sistema de captação de águas pluviais para o abastecimento das torres de resfriamento do sistema de ar condicionado”, diz Yamada.
QUALIDADE DO AMBIENTE
Como em todo empreendimento certificado pelo USGC, a qualidade do ambiente do ar no interior do edifício é cuidadosamente controlada. Durante a obra da WTORRE Nações Unidas foi implantado um plano de Gestão da Qualidade do Ar Interno que controla e mantém limpos os dutos de ar condicionado, consequentemente, o ar interno mais saudável. Uma alta taxa de renovação do ar nos ambientes é medida por sensores de CO2 colocados no interior do edifício. Grandes áreas envidraçadas e fachadas garantem a integração de 90% do ambiente interno com o ambiente externo.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Para atender aos critérios de eficiência energética, um profissional qualificado cuidou do comissionamento dos sistemas de energia do prédio. A distribuição do ar condicionado é feita através de placas com difusores ativos sob o piso elevado. O sistema confere alguns benefícios como controles individuais de distribuição de ar, facilidade de manutenção e flexibilidade de layout. Outro diferencial é a distribuição de ar refrigerado pelo piso, que reduz o consumo de energia, se comparado ao sistema de distribuição pelo teto. O sistema de condicionamento de ar utiliza fan-coils junto aos ventiladores de tomada de ar externo na cobertura. O objetivo é pré-resfriar o ar externo, o que reduz o consumo de energia do sistema por meio da redução da carga térmica do ar antes que o condicionamento seja feito.
Os vidros do edifício são de alto desempenho – além disso, a área envidraçada e transparente na fachada é de apenas 45% da área total. Com isso, o ganho de carga térmica nos ambientes internos foi reduzido, e conseqüentemente a demanda por condicionamento de ar. “Para receber a certificação LEED, elaboramos uma Simulação Computacional de Eficiência Energética, que mostrou que o empreendimento atende aos parâmetros estabelecidos pela ASHARE 90.1-2004”, completa Yamada.
Redação AECweb