Abaixo do previsto, consumo no país deve fechar o ano com alta de 2,6%
O consumo de cimento no país fecha o ano novamente com crescimento, mas bem longe da exuberância de 2010, quando registrou alta de 14%. O desempenho de 2013, conforme a expectativa do setor, será na faixa de 2,6%, acima do PIB do país. Com o fechamento das vendas internas de novembro, de 6 milhões de toneladas, já se estima total de 71 milhões de toneladas. O número, recorde para a indústria cimenteira do país, é resultado da soma do produto vendido pela indústria local mais o material importado.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), que reúne fabricantes instalados no país, o resultado de novembro indicou alta de 2,3% sobre um ano atrás. No acumulado deste ano, o montante é de 64,9 milhões de toneladas e representa aumento de 2,5% sobre igual período de 2012.
A expansão do consumo, admite José Otavio Carvalho, presidente-executivo do SNIC, ficou abaixo da previsão traçada no início do ano. A indústria estimou algo entre 3,5% e 4%. O resultado é reflexo da desaceleração da economia brasileira. "O crescimento da demanda de cimento é sustentado em grande parte pela construção de edifícios para moradias e de usos comerciais e serviços", afirmou o executivo do SNIC.
No Brasil, informou Carvalho, cerca de 75% do cimento ainda se destina para edificações e um quarto do total para obras de infraestrutura. No países desenvolvidos, metade ou mais do consumo é para grandes obras.
Para 2014, um ano de eleições presidencial, de governadores e para renovação do Congresso, a previsão é de algo entre 3% e 4%, sinalizando sustentação da demanda pelo atividade de construção habitacional. Há os programas de moradias populares e a disponibilidade de crédito para aquisição da casa própria. Além disso, renda na classe média e o poder aquisitivo da classe alta estimulam investimentos na aquisição de imóveis e em reformas.
Carvalho avalia que as concessões de infraestrutura, como aeroportos, rodovias e portos só vão surtir efeitos sobre demanda de cimento de 2015 em diante. "Não vemos ainda um programa sustentável de infraestrutura no longo prazo que seja um motor de consumo para nosso setor".
Pela primeira vez, as cimenteiras locais deverão bater a marca de venda de 70 milhões de toneladas em um ano. Isso representa aumento de 70% desde 2006, ano em que começou a retomada da demanda no setor com o boom imobiliário e crescimento da economia do país. As importações deverão ficar em 900 mil toneladas (com destaque para Norte e Nordeste), mesmo nível de 2012.
A indústria brasileira é formada por 14 grupos, com capacidade anual instalada da ordem de 85 milhões de toneladas. Os líderes são a Votorantim, InterCement (Camargo Corrêa), João Santos, Lafarge e Holcim.