Ações do setor imobiliário amortecem queda do índice
A preocupação com a crise nuclear no Japão também permeava os negócios, mesmo após a recuperação da bolsa de Tóquio, com alta de quase 6 por cento
18 de março de 2011 - O principal índice de ações brasileiras operava em baixa esta semana, com a recuperação de papéis do setor imobiliário contrabalançando a cautela vista nos mercados internacionais.
Às 12h41, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,38 por cento, a 66.743 pontos. O giro financeiro do pregão era de 3,3 bilhões de reais.
No mesmo horário, o índice Standard & Poors 500 tinha queda de 0,78 por cento, afetado pelo maior aumento em um ano e meio dos preços ao produtor nos Estados Unidos e pela maior queda em 27 anos na construção de casas. A preocupação com a crise nuclear no Japão também permeava os negócios, mesmo após a recuperação da bolsa de Tóquio, com alta de quase 6 por cento.
"O mercado como um todo abriu recuperando um pouco, e agora está oscilando entre altas e baixas", disse a analista Laura Bartelle, da XP Investimentos. "O mercado está bem tenso. Está volátil, perigoso." No Brasil, o setor imobiliário liderava os ganhos do Ibovespa, com destaque para Cyrela Brazil Realty, a mesma que decepcionou o mercado nos últimos dias com a revisão para baixo das metas deste e do próximo ano. A ação da empresa subia 2,87 por cento, a 15,39 reais, após acumular queda de quase 8 por cento nos últimos dois pregões.
MRV Engenharia subia 3,33 por cento, a 13,98 reais; Gafisa ganhava 2,16 por cento, a 10,42 reais; e Rossi Residencial avançava 1,09 por cento, para 13,85 reais.
A temporada de balanços trimestrais de construtoras e incorporadoras ganha corpo na próxima semana, com previsão de que se confirme um crescimento um pouco mais lento no quarto trimestre do ano passado.[ID:nN16137285] As ações da Petrobras também davam combustível para o índice, com alta de 0,53 por cento dos papéis preferenciais , a 28,19 reais. Em Nova York, o petróleo tinha alta de 1,14 por cento, pouco acima dos 98 dólares por barril.
Em nota, o UBS elevou o preço-alvo para as ações ordinárias da Petrobras de 33 para 38 reais. A justificativa é a revisão do preço do petróleo para cima no mercado internacional, mesmo com a política de manutenção do preço da gasolina no Brasil. As ações ordinárias da estatal subiam 0,56 por cento, a 32,31 reais.
Na parte de baixo do índice, as ações de administradoras de cartões de crédito lideravam as perdas, devolvendo parte da valorização acumulada nas últimas semanas. Cielo caía 2,37 por cento, a 13,57 reais, e Redecard tinha baixa de 3,26 por cento, a 22,86 reais.
Fonte: Exame - SP