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Agra e grupo da Espanha levam Abyara por R$ 38 mi

Texto: Redação AECweb

Negócio aponta para a esperada consolidação do setor, que enfrenta o aperto no financiamento dos projetos

19 de fevereiro de 2009 - O bilionário espanhol Enrique Bañuelos de Castro e a construtora Agra fecharam a compra do controle da Abyara por quase R$ 38 milhões. Pelo negócio, ambos os grupos assumem dívidas de R$ 430 milhões da construtora, que acabou por se endividar nos últimos meses para viabilizar novos empreendimentos em sua carteira de terrenos.

O montante será pago em dinheiro até 18 de fevereiro de 2014, dependendo da aprovação dos respectivos acionistas.

Primeiro negócio da construção civil do ano, a compra da Abyara aponta para a esperada consolidação do setor, que enfrenta o aperto no financiamento dos projetos.

A compra corresponde a 62,13% da construtora e marca a saída dos antigos controladores da empresa -Morgan Stanley Real Estate Fund (22,1% das ações), Celso Minoru Tokuda (13,9%), Arnaldo Curiati (13,9%) e Realty Consulting Planejamento (12,3%). O resto das ações está no mercado.

Para comprar a Abyara, o grupo espanhol e a Agra formaram uma empresa de participações chamada IPU -70% de capital da Bañuelos e 30% da Agra.

A Abyara, que também atua na área de vendas no setor imobiliário, tem dívidas de cerca de R$ 430 milhões com os bancos, dos quais R$ 300 milhões vencem ainda neste ano. Os novos controladores pretendem renegociar o saldo devedor com os bancos com a cessão de terrenos. A ideia é alongar os prazos e reduzir o endividamento para R$ 180 milhões.

Após renegociarem a dívida, os novos donos pretendem fazer um aumento de capital da ordem de R$ 100 milhões. Desde o ano passado, 50% dos empreendimentos lançados pela Abyara já eram em conjunto com a Agra.
Ontem, as ações ordinárias da Abyara subiram 2,53%. Os da Agra, 2,99%.

Crise
Para o sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, o movimento de consolidação do setor torna-se mais urgente diante da falta de recursos com que as incorporadoras se depararam após a eclosão da crise.
"Em 2007 e 2008, essas empresas se capitalizaram, mas os recursos foram imobilizados nos empreendimentos. Com a escassez de crédito, ficaram sem liquidez. Essa operação se enquadra na piora da crise."
O mercado imobiliário enfrenta forte declínio. Em dezembro passado, as vendas de imóveis novos na cidade de São Paulo, por exemplo, tiveram retração de 69,1% sobre o mesmo mês de 2007. Foram comercializadas 1.677 unidades.

Fonte: Folha de S. Paulo - Toni Sciarretta, Paulo de Araujo e Fabrício Vieira 

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